O terceiro “Invocação do Mal” é a principal estreia desta quinta (3/6) nos cinemas. Anunciado como o mais assustador da franquia, ele é o contrário do que promete sua campanha de marketing: o mais fraco da trilogia. Faz diferença ser o primeiro sem direção de James Wan. Em seu lugar está Michael Chaves, que fez sua estreia no universo de “Invocação do Mal” com o fraquíssimo terror “A Maldição da Chorona” (2019).
“Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio” se sustenta no bom desempenho de Patrick Wilson e Vera Famiga como o casal de investigadores sobrenaturais Ed e Lorraine Warren, e no fato de sua trama ser baseada numa história real: um caso de assassinato por suposta possessão demoníaca que foi levado ao tribunal dos Estados Unidos. Estruturado como um episódio de “Law & Order”, o filme assusta bem menos que os anteriores, especialmente após a série “Evil” apresentar história similar.
A programação da semana se completa com mais três lançamentos. E logicamente o mais fraco ocupa mais salas.
“Alice e Peter – Onde Nascem os Sonhos” volta a trazer Angelina Jolie numa história relacionada à fábulas encantadas. Na trama, a estrela de “Malévola” é casada com David Oyelowo (“Selma”) e eles são pais de três crianças. Quando uma delas morre em um acidente, os sobreviventes Peter e Alice se refugiam da depressão em suas imaginações, que os leva, respectivamente, para a Terra do Nunca e o País das Maravilhas. Mas o melodrama supera a fantasia e a moral da história passa longe de ser fabulosa.
No circuito limitado, “Verão de 85” tem direção de François Ozon e, mesmo sem virar um novo cult do cineasta francês, tem 80% de aprovação dos críticos americanos do Rotten Tomatoes. A história, passada na mesma época de “Me Chame pelo Seu Nome”, acompanha um romance gay adolescente e suas consequências.
Por fim, “Cine Marrocos” é a obra favorita da crítica. Documentário sobre a ocupação de um cinema abandonado no centro de São Paulo, o filme de Ricardo Calil (“Narciso em Férias”) entra em cartaz dois anos após vencer o festival É Tudo Verdade de 2019. Ótimo jornalista que virou excelente cineasta, Calil convida os atuais moradores do local – sem tetos e imigrantes – a reencenar trechos dos filmes que foram exibidos ali, décadas antes. O resultado conquistou notas máximas de várias publicações que cobriram o festival.
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