Os representantes da atriz Angelina Jolie entraram com uma apelação na Justiça da Califórnia contra o juiz que conduz as audiências de custódia de seus filhos com Brad Pitt, por ele não ter autorizado o testemunho das crianças durante o julgamento.
O juiz John Ouderkirk concedeu a Brad Pitt o direito de passar mais tempo com cinco dos seis filhos do casal, que são menores de idade: Pax, de 17 anos; Zahara, de 16 anos, Shiloh, de 14 anos; e os gêmeos Vivienne e Knox, de 12. O mais velho, Maddox, tem 19, e foi excluído do processo por ser maior de idade e ter direito a decidir por conta própria com quem quer ficar.
Jolie tentou remover o juiz do caso em novembro passado, após decisões favoráveis a Pitt, mas não conseguiu. Ela pretende apelar a outras instâncias para impedir o ator de conquistar o direito definitivo à guarda compartilhada.
Para os advogados de Jolie, os relatos dos filhos seriam evidências “relevantes” sobre o bem-estar e segurança deles para uma decisão sobre o caso. Segundo documentos obtidos pela agência Associated Press, a defesa considerou a exclusão de seus testemunhos um erro e ponderou, em apelação, que os depoimentos seriam provas fundamentais.
De acordo com a legislação da Califórnia, adolescentes a partir de 14 anos podem ser ouvidos pela Justiça durante o processo de divórcio e determinação da guarda.
A defesa da atriz tocou num ponto polêmico ao afirmar que o juiz “falhou em considerar adequadamente” a legislação local que diz que dar a guarda de uma criança para uma pessoa com histórico de violência doméstica é um prejuízo aos melhores interesses do menor.
Brad Pitt não tem histórico de violência doméstica. Pelo contrário, submeteu-se a testes de drogas contínuos, após outra denúncia polêmica da parte de Jolie, para poder ganhar o direito de visitar as crianças, e tem concordado em atender outras exigências da ex-esposa.
Ao contrário de Jolie, Pitt não está em busca da custódia exclusiva das crianças. Ele quer guarda compartilhada com a ex-esposa, que não aceita e busca impedir a presença do pai na criação dos filhos.
Os documentos do processo, que podem ser acessados de forma pública, não citam qual violência Angelina acusa o ex-marido de ter cometido, mas os advogados dela entregaram um documento em março, sob segredo de Justiça, com informações adicionais.
Os advogados de Brad Pitt alegaram que o juiz Ouderkirk tomou sua decisão a par de tudo que Jolie submeteu à Justiça e conduziu o processo “de forma completa e justa”, após apreciar documentos e ouvir testemunhas importantes.
A defesa do ator acrescentou ainda que “faltou credibilidade” ao depoimento de Angelina Jolie e que a custódia provisória a seu favor deve ser modificada para permitir maior tempo para Pitt passar com seus filhos.
Angelina Jolie e Brad Pitt se separaram em 2016 por iniciativa da atriz, que justificou a decisão para manter a “saúde da família”.
O juiz que julga a disputa de custódia de seus filhos é, por coincidência, o mesmo que os casou em 2014.