Astro de “Pessoa de Interesse” promove teoria de conspiração sobre tráfico de crianças

O ator Jim Caviezel, que ficou conhecido por interpretar Jesus em “A Paixão de Cristo” (2004) e por estrelar a série “Pessoa de Interesse” (Person of Interest), participou neste fim de semana […]

Divulgação/CBS

O ator Jim Caviezel, que ficou conhecido por interpretar Jesus em “A Paixão de Cristo” (2004) e por estrelar a série “Pessoa de Interesse” (Person of Interest), participou neste fim de semana de um evento da extrema direita para promover uma teoria de conspiração sobre tráfico de crianças.

Trata-se de uma história de terror alimentada por fóruns dos seguidores delirantes do QAnon, que ganhou o nome de “adenocromização”. A teoria, que parece roteiro de filme, alega que pessoas ricas e celebridades pagam para que crianças sequestradas sejam torturadas e, assim, produzam adrenalina. O hormônio seria então injetado no “comprador”, concedendo a ele propriedades rejuvenescedoras.

Caviezel apareceu no evento Clay Clark’s Health and Freedom Conference (Conferência pela Saúde e Liberdade, em tradução livre) por videoconferência, e prometeu que “não haverá piedade” para os praticantes desse tipo de tortura – que, por coincidência, seriam liberais da esquerda. “Há muitos termos que eles usam [para o processo de extração da adrenalina], mas é o pior horror que eu já testemunhei. Só de ouvir os gritos… se eu visse algo assim, seria além do que eu poderia suportar”, comentou.

Vale observar que ele nunca testemunhou “o pior horror que eu já testemunhei”, nem nunca ouviu os gritos que disse que ouviu.

Na verdade, a aparição de Caviezel no evento serviu para promover o seu novo filme, “Sound of Freedom”, onde interpreta um agente federal que abandona o emprego para, também por coincidência, dedicar-se inteiramente à luta contra o tráfico de crianças pelo mundo.

“Sound of Freedom” é baseada na história real de Tim Ballard, que fundou uma organização de resgate de crianças e luta contra pornografia infantil, mas que enfrenta muitas críticas por seus métodos controversos, incluindo “exageros” narrativos e falta de zelo com a privacidade das vítimas.