A exibição do Globo de Ouro 2021 nos EUA resultou na pior audiência da premiação em todos os tempos.
De acordo com o levantamento preliminar da consultoria Nielsen, a transmissão da rede NBC atraiu uma média de apenas 5,42 milhões de telespectadores, obtendo uma classificação de 1,2 ponto no principal grupo demográfico, de adultos de 18 a 49 anos. O resultado é 60% mais abaixo que os números preliminares do ano passado (14,76 milhões e 3,8 ponto). Uma queda impressionante.
Mas vale observar que os números da madrugada de domingo (28/2) não incluem a exibição do programa ao vivo no fuso horário do Pacífico. Esses números serão incluídos na contagem final do dia, divulgada na manhã de terça-feira, e irão aumentar um pouco o total (atualização: o total subiu para 6,9 milhões), embora permaneçam longe de aproximar-se dos últimos anos, garantindo o recorde negativo da premiação.
O único parâmetro para a audiência atual do Globo de Ouro foi quando a greve dos roteiristas forçou o cancelamento da cerimônia em 2008. No lugar do evento, uma entrevista coletiva televisionada anunciou os vencedores e atraiu um pouco mais de 6 milhões de telespectadores.
A audiência da cerimônia deste ano teria sido afetada pelo desinteresse do público em assistir a uma festa sem as tradicionais bebedeiras e encontros de celebridades, que sempre foram os atrativos do evento. Devido à pandemia, a transmissão aconteceu com participação remota, via videoconferência, das celebridades indicadas a prêmios.
Além disso, a realização do Globo de Ouro foi antecedida por forte polêmica sobre os bastidores da premiação, relativa à falta de representatividade dos responsáveis pelo troféu. A Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês) foi denunciada numa reportagem do jornal Los Angeles Times, que trouxe à tona seu histórico de subornos e a completa ausência de integrantes negros em seus quadros.
Os dois fatores resultaram num programa televisivo mais contido que o habitual, uma transmissão descrita pela maioria da crítica americana como “morna”, em que apresentadores e premiados mediram cada palavra ao se manifestarem ao vivo.
Uma campanha de repúdio ao Globo de Ouro também foi encampada nas redes sociasi pela organização Time’s Up, que surgiu após as denúncias de abuso sexual de Hollywood com o objetivo de defender maior representatividade feminina e racial nos EUA.