A plataforma de streaming HBO Max está desenvolvendo a primeira série live-action (com atores) baseada no universo de “Harry Potter”, criado pela escritora J.K. Rowling. O projeto foi revelado pelo site The Hollywood Reporter, após alguns escritores serem sondados para o trabalho. As fontes do THR dizem que ideias gerais foram discutidas e o projeto está em estágio exploratório inicial.
O objetivo das primeiras reuniões com roteiristas é encontrar uma premissa que sirva para lançar a série, que, portanto, ainda não definiu se acompanhará os personagens vistos nos filmes, se será uma continuação com os filhos deles ou mesmo um prólogo como “Animais Fantásticos”.
Como as conversas estão em estágios extremamente iniciais, nenhum contrato ainda foi firmado.
Questionada sobre a produção, a WarnerMedia negou tudo.
“Não há série de ‘Harry Potter’ em desenvolvimento no estúdio ou na plataforma de streaming”, disse a empresa em comunicado enviado ao THR. O que não deixa de ser verdade, se contratos não foram assinados.
O site, porém, mantém sua versão e aponta que expandir o mundo de “Harry Potter” é uma prioridade para HBO Max e Warner Bros. Há poucos dias, o estúdio mobilizou um executivo, Tom Ascheim, para cuidar especificamente da franquia. Isto só faria sentido diante de planos de crescimento da marca. Ascheim também atua como presidente de produções para crianças, jovens adultos e clássicos da Warner, e se reporta diretamente à chefe da WarnerMedia, Ann Sarnoff.
Ao anunciar a nova função de Ascheim na quinta (21/1), a Warner não divulgou nenhum plano contrato para o futuro de “Harry Potter”.
O problema para tirar novos projetos do papel é que “Harry Potter” tem complicadas questões de direitos.
A escritora J.K. Rowling controla a franquia e tem voz ativa em tudo que envolve a propriedade, e no momento enfrenta crise de popularidade por defender posições transfóbicas em público – e também nas suas obras.
Além disso, os filmes do bruxinho estão com a NBCUniversal, que fechou um rico contrato de direitos de sete anos com a Warner Bros por direitos de transmissão na TV paga e no streaming nos Estados Unidos. Esse negócio, que termina em abril de 2025, inclui ainda a exploração de iniciativas digitais, bem como conteúdo e eventos de parques temáticos. Por isso, os filmes passaram apenas brevemente na HBO Max e integrarão a plataforma recém-lançada da NBCUniversal, Peacock, em data a ser determinada ainda este ano.
Vale observar também que séries de fantasia demoram geralmente entre três e cinco anos para se materializar. Basta ter, como parâmetro, o spin-off de “Game of Thrones”, na HBO, e a adaptação de “O Senhor dos Anéis” na Amazon. Portanto, qualquer planejamento atual só levaria à produções lançadas após o final do contrato com a NBCUniversal.