Criadora de Harry Potter é acusada de transfobia após manifestação nas redes sociais

A escritora e roteirista J. K. Rowling, conhecida por ter escrito a série de livros “Harry Potter” e os filmes de “Animais Fantásticos”, foi acusada de transfobia nesta quinta (19/12), após defender […]

Instagram/J.K. Rowling

A escritora e roteirista J. K. Rowling, conhecida por ter escrito a série de livros “Harry Potter” e os filmes de “Animais Fantásticos”, foi acusada de transfobia nesta quinta (19/12), após defender Maya Forstater, uma pesquisadora demitida após protestar contra mudanças de leis britânicas que reconhecem os direitos de pessoas transexuais e publicar, no Twitter, que “homens não podem se transformar em mulheres”.

“Vista-se como quiser, chame-se do que gostar, durma com qualquer adulto que consinta e queira você. Viva sua melhor vida em paz e segurança. Mas forçar mulheres a deixarem seus trabalhos por afirmarem que sexo [biológico] é real?”, escreveu Rowling em seu Twitter, acrescentando as hashtags #IStandWithMaya (Eu apoio a Maya) e #ThisIsNotaDrill (Isso não é uma simulação).

Não demorou para que Rowling, que andava meio ausente das redes sociais, começasse a receber diversas respostas em seu comentário, apontando que a escritora estava sendo transfóbica.

“Isso é muito ruim e cruel. Você deveria estar envergonhada de promover compaixão e igualdade nos seus livros e então trair os seus leitores trans e incentivar violência e ódio contra mulheres trans”, escreveu uma seguidora da escritora.

“Minha filha, que é trans, é uma grande fã sua. Parte o meu coração vê-la postar algo indicando que discriminação contra ela é um comportamento perfeitamente normal para um funcionário”, manifestou-se outra.

A repercussão foi global e em várias línguas. Fãs brasileiros de “Harry Potter” estão entre os mais se manifestaram. Inclusive um dos maiores fã-clubes nacionais de Harry Potter. E um usuário irônico o suficiente para resgatar foto da atriz Emma Watson, intérprete de Hermione Granger na franquia do bruxinho, como uma camiseta a favor dos direitos trans.

A atriz de “Matilda”, Mara Wilson, também entrou na conversa e perguntou a Rowling: “O que exatamente você ganha ao usar sua plataforma para ser cruel e excludente com uma das populações mais vulneráveis ​​do mundo?”

Para completar, a organização GLAAD, voltada à visibilidade LGBTQ+ na mídia, divulgou um comunicado condenando Rowling por sua decisão de ficar ao lado de Forstater.

“J.K._Rowling se alinhou a uma ideologia anticientífica que nega a humanidade básica das pessoas que são transgêneros. Pessoas trans e não-binárias não são uma ameaça para as mulheres e ao implicar o contrário isso coloca as pessoas trans em risco”, afirmou a organização. “Agora é a hora das feministas que conhecem e apoiam as pessoas trans falarem e apoiarem o direito das pessoas trans de serem tratadas de forma igual e justa”.

Repetindo algo parecido com “Menino veste azul e menina veste rosa”, a frase infame da ministra brasileira Damares Alves, Maya Forstater voltou a afirmar nesta quinta: “Existem dois sexos, masculino e feminino. Homens e meninos são masculinos. Mulheres e meninas são femininas. É impossível mudar de sexo. Até muito recentemente, isso foi entendido como fatos básicos da vida por quase todos”.

Veja abaixo alguns tuítes brasileiros que repercutiram a polêmica.