A expectativa se confirmou e a Disney seguiu a Sony e a MGM com seu anúncio de adiamentos nos cinemas.
A princípio, o estúdio revelou mudanças apenas relacionadas às produções da 20th Century e Searchlight Studios (antigas propriedades da Fox). A novidade principal é o atraso de “King’s Man: A Origem”, prólogo da franquia “Kingsman”, que era um dos poucos lançamentos de grande orçamento previsto para o primeiro trimestre do ano. A data de 12 de março virou 20 de agosto.
Outros filmes da 20th Century afetados foram o longa animado da série “Bob’s Burgers”, que saiu do calendário, abrindo caminho para uma distribuição em streaming, e a sci-fi infantil “Ron’s Gone Wrong”, que trocou abril por 22 de outubro nos EUA.
A Disney também empurrou o terror “Espíritos Obscuros” (Antlers) para outubro e anunciou algumas estreias da Searchlight que até então estavam indefinidas, entre elas o lançamento de “Nightmare Alley”, novo filme de Guillermo del Toro (“A Forma da Água”), que chegará aos cinemas norte-americanos em 3 de dezembro.
O estúdio ainda precisa tomar decisões sobre seus títulos da Marvel, como a já muito adiada “Viúva Negra”, superprodução prevista para maio, e desenhos animados, como “Raya e o Último Dragão”, com estreia ainda marcada para março. Estas datas dificilmente serão mantidas e há dúvidas até se os lançamentos chegarão aos cinemas.
Também é forte a expectativa de que outros estúdios reforçarão ainda mais a debandada. Lionsgate e a Paramount ainda não se manifestaram após o êxodo dos rivais.
Mas as alterações já feitas mostram um quadro desolador para o mercado exibidor e confirmam que Hollywood considera o primeiro semestre praticamente perdido. Com isso, os cinemas contarão nos próximos meses apenas com lançamentos de filmes indies e dos dois únicos estúdios com estratégias digitais consolidadas: Warner e Universal – ambos muito criticados por se antecipar a esse cenário negativo com planos de contingência em streaming.
Graças a sua estratégia de lançamentos simultâneos na HBO Max, a Warner poderá se dar ao luxo de manter seu cronograma atual, assim como a Universal, que lança seus títulos em PVOD (aluguel digital premium) após três fins de semana de exibição nos cinemas. Apesar disso, há pressão de produtores e cineastas para que também adiem alguns títulos.