A promotoria de Paris pediu a um juiz que investigue acusações de estupro contra o ator Gérard Depardieu, que foram reapresentadas pela segunda vez na justiça francesa.
Segundo a Agência France-Presse, quem denuncia é uma atriz não identificada de cerca de 22 anos, que apresentou uma queixa com a constituição de uma parte civil para relançar este caso, que veio à tona em agosto de 2018, em meio ao movimento #MeToo, mas havia sido abandonado pela justiça há um ano.
As denúncias com constituição de uma parte civil permitem abrir quase automaticamente um processo judicial e designar um juiz de investigação.
Agora o juiz deverá decidir se abrirá uma investigação, o que costuma acontecer na grande maioria dos casos.
A advogada Elodie Tuaillon-Hibon diz em comunicado que sua cliente “quer que a justiça e particularmente as autoridades judiciais (…) possam fazer seu trabalho com serenidade e calma”, e lamenta que a investigação anterior tenha terminado “inexplicavelmente arquivada”.
Em junho de 2019 o MP, suspendeu sua investigação preliminar após nove meses, concluindo que “as diversas investigações realizadas” não permitiram “caracterizar as infrações denunciadas”.
Segundo a atriz, os eventos ocorreram no palácio que Depardieu tem em Paris, nos dias 7 e 13 de agosto de 2018.
O advogado de Gérard Depardieu, Hervé Témime, não quis comentar o caso. Mas quando a denúncia foi arquivada, ele reclamou que a justiça tinha estendido demais esse caso e disse que seu cliente sofreu “dano irreparável com a divulgação dessas acusações”.
Na época, Témime também confirmou que Depardieu conhece a mulher, mas negou que os dois estiveram juntos nas datas mencionadas na denúncia.
Depardieu, que completou 70 anos em dezembro, seria amigo do pai da jovem acusadora, que ele resolveu apadrinhar, aconselhando-a em seus primeiros passos como atriz.
O ator nega qualquer abuso.