Diretor colombiano de O Abraço da Serpente e Pássaros de Verão é acusado de assédio

O renomado diretor colombiano Ciro Guerra foi acusado por oito mulheres de assédio moral e sexual. A denúncia foi publicada pelo Volcánicas, um autointitulado “periódico feminista latino-americano”, que reuniu relato das oito […]

Reprodução/Instagram

O renomado diretor colombiano Ciro Guerra foi acusado por oito mulheres de assédio moral e sexual. A denúncia foi publicada pelo Volcánicas, um autointitulado “periódico feminista latino-americano”, que reuniu relato das oito mulheres, sendo que sete delas falam de comportamentos moralmente inadequados do diretor, e uma relata um abuso sexual.

Ciro Guerra é o diretor de “O Abraço da Serpente” (2015), indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro – , além de “Pássaros de Verão” (2018), vencedor do Festival de Havana e de muitos prêmios. Seu próximo filme, “Waiting for the Barbarians”, é estrelado por Johnny Depp e está selecionado para os festivais de Veneza, San Sebastian, Londres e outros.

As agressões teriam ocorrido entre 2013 e 2019, três delas em cidades colombianas e três fora do país – incluindo nos bastidores dos festivais de Cannes e Cartagena.

De acordo com o periódico, todas as entrevistadas relataram em depoimentos gravados e publicados na íntegra que Guerra tinha conversas impróprias, que terminavam em convites para um apartamento ou quarto de hotel. Lá, fazia uso da força para tocá-las e beijá-las, ainda que elas dissessem não de forma clara contra os avanços do diretor – num padrão semelhante ao das acusações contra o produtor Harvey Weinstein, que inspirou o movimento #MeToo e acabou preso nos EUA.

Ele ainda é acusado de usar seu posto de poder, como diretor, para estabelecer relações abusivas com as mulheres e oferecer trabalhos em troca de favores sexuais.

As denunciantes tiveram suas identidades preservadas para serem protegidas de retaliação. As oito mulheres trouxeram as denúncias ao público, mas, no momento, dizem que não abrirão um processo penal contra Guerra. O periódico afirma que elas preferem evitar um processo de revitimização e o escárnio público.

Entrevistado pelo Volcánica, Guerra negou ter assediado as mulheres sexualmente e moralmente. “Jamais. Já fui ameaçado com esse tipo de acusações. Foi algo que deixei passar e não dei atenção. Mas obviamente quero conhecer as denúncias e saber quem está falando e o quê. (…) É uma acusação grave e não é verdadeira.”