Regina Duarte trocou mais de meio século de aplausos, obtidos por sua carreira como atriz televisiva, por vaias pelo desempenho à frente da secretária de Cultura do governo Bolsonaro. E tudo indica que se trata de caminho sem volta. Pelo menos na Globo, onde exerceu a maior parte de seus trabalhos como atriz, ela tem as portas fechadas. Sua entrevista polêmica para a CNN Brasil acabou com o prestígio que possuía entre os teledramaturgos da empresa.
Ao todo, 29 autores de novelas e séries da emissora assinaram a nota de repúdio lançada na semana passada contra as declarações feitas pela atriz na semana passada.
A carta divulgada no sábado (9/5) reuniu atores, cantores, intelectuais, produtores, diretores e também vários roteiristas. “Como artistas, formamos a maioria que repudia as palavras e as atitudes de Regina Duarte como Secretária de Cultura. Ela não nos representa”, diz trecho do texto assinado por nomes importantes da Globo, como Alcides Nogueira, Geraldo Carneiro, Bia Corrêa do Lago, Maria Adelaide Amaral, Lícia Manzo e Vincent Villari, responsáveis pelas novelas mais recentes da mãe de Gabriela Duarte na rede carioca.
Por sinal, o número de artistas que assinaram o manifesto contra a entrevista da ex-atriz disparou. Lançado com 500 nomes, em poucos dias o abaixo-assinado recebeu 5 mil assinaturas de integrantes contrariados do setor cultural.
Entre os ex-colegas de trabalho de Regina, assinam o documento Adriana Esteves, Alice Braga, Ana Lúcia Torre, Cauã Raymond, Malu Mader, Marcelo Serrado, Marieta Severo, Marisa Orth, Miguel Falabella, Monica Iozzi, Paulo Betti, Renata Sorrah, Selton Mello, Alinne Moraes, Andréa Beltrão, Camila Pitanga, Debora Bloch, Débora Falabella, Elisa Lucinda, Julia Lemmertz, Malu Mader, Marieta Severo, Patrícia Pillar, Regina Braga, Renata Sorrah, Vladimir Brichta e Zezé Motta, entre outros.
Ela também tem sido criticada publicamente por atores famosos da Globo, como Fabio Assunção e até Lima Duarte, seu par na famosa novela “Roque Santero”, dos anos 1980.