A Netflix praticamente dobrou o número de assinantes previsto por analistas para o primeiro trimestre de 2020. De janeiro a março, a empresa adicionou 15,77 milhões de novos assinantes globalmente, bem acima das estimativas do mercado, que girava em torno de 8 milhões, segundo a empresa de pesquisas FactSet.
As ações da gigante de streaming, que subiram cerca de 35% neste ano, avançaram mais 4% no after-market de terça (21/4), após a divulgação dos números.
Em seu comunicado, a Netflix confirmou que adicionou mais assinantes do que o mercado e ela própria esperavam devido ao começo da quarentena forçada para conter a pandemia do novo coronavírus, situação em que a internet e os serviços de streaming têm se provado ferramentas essenciais das famílias modernas.
Alguns analistas acreditavam que os serviços de streaming estariam entre os primeiros itens a serem cortados em meio a uma onda de demissões e temores de uma recessão econômica. Mas a Netflix disse que espera adicionar ainda mais 7,5 milhões de assinantes pagos globalmente no segundo trimestre, também quase dobrando as estimativas de analistas para o período, de 3,81 milhões.
O crescimento maior da empresa se deu na região Ásia-Pacífico, onde adicionou 3,6 milhões de assinantes. Na América Latina, foram 2 milhões de novos clientes.
Mas o aumento excepcional no número de assinaturas paradoxalmente resulta em receita menor, devido à valorização do dólar. No Brasil, por exemplo, a perda devido à moeda foi de 25% — os R$ 33 da assinatura básica, que equivaliam a US$ 8,50 há um ano, passaram a valer US$ 6,50.
A conta final, porém, está sendo positiva. A receita trimestral da Netflix aumentou para US$ 5,77 bilhões (R$ 30,5 bilhões), ante US$ 4,52 bilhões (R$ 23,9 bilhões) no trimestre anterior.
Em todo o mundo, a plataforma já soma mais de 180 milhões de assinantes.