A saga literária de Elric de Melniboné vai virar série. O guerreiro albino criado pelo escritor Michael Moorcock em 1961, e que já enfrentou Conan nos quadrinhos da Marvel, está sendo desenvolvido como uma produção live-action pela produtora New Republic Pictures. A adaptação está a cargo de Glen Mazzara (ex-showrunner de “The Walking Dead”) e Vaun Wilmott (roteirista de “Star Trek: Discovery”).
O projeto está atualmente sendo apresentado para canais e plataformas que procuram um novo “Game of Thrones”. Vale lembrar que a espada de Elric, a Stormbringer (Tormentífera, na tradução brasileira), foi citada na série da HBO como sugestão de nome para uma nova arma do rei Joffrey (Jack Gleeson).
Elric é um albino doentio, introspectivo e atormentado, mas mesmo assim imperador do reino ancestral de Melniboné, uma superpotência em declínio em seu mundo de fantasia. O povo de Melniboné tem aparência similar a elfos e é desprovido de sentimentos, à exceção do próprio Elric, dado a sensibilidades modernas, o que aumenta seu sofrimento em relação a seu destino. “Elric” é uma variação da palavra nórdica Ælfric, que significa senhor dos elfos.
Antítese dos guerreiros bárbaros musculosos que preenchem a literatura do gênero, em histórias de lutas sangrentas pelo poder, Elric é um imperador culto mas doente que abandona o seu trono. Enquanto os heróis de fantasia convencional salvam princesas de vilões maléficos, Elric mata o seu verdadeiro amor e é ele próprio uma espécie de vilão, escravo do demônio Arioch e manipulado por sua espada inteligente, que lhe dá força em troca das almas daqueles que dilacera.
As histórias de Elric são as obras mais vendidas de Moorcock, que se estendem a várias dimensões da realidade e universos alternativos. Para quem não sabe, foi Moorcock quem cunhou a palavra “multiverso” em um romance de 1963 (“The Sundered Worlds”), originando o termo agora usado amplamente pelos quadrinhos e séries da Marvel e DC Comics.
A saga de Elric é composta por 11 romances e inúmeros contos, e já rendeu muitos quadrinhos, gravações de rock (veja abaixo o vídeo de “Stormbringer”, do Deep Purple) e até jogos de RPG.