Com 2019 se aproximando do fim, diversos longas que foram lançados no ano já estão disponíveis em plataformas de conteúdo e on-demand. Da refilmagem de “Aladdin” até o inesperado sucesso “Podres de Ricos”, o número de opções de qualidade disponíveis para os fãs nunca foi tão grande e diversificado.
Aladdin
Dirigida pelo mestre de ação Guy Ritchie, que também assina o roteiro com John August, a nova versão de “Aladdin” ainda é a clássica, engraçada e inspiradora história sobre um jovem “ladrão com coração de ouro” que descobre uma lâmpada e um tapete mágicos e conta com a ajuda de um fiel macaco escudeiro e um carismático gênio azul para conquistar o coração de uma princesa e impedir os planos de dominação de um vizir maligno.
O esqueleto da trama ainda é o mesmo, mas a nova versão adiciona diversas camadas que atualizam a aventura, dão novas dimensões aos personagens e justificam a existência do remake.
Logo no começo já há mudanças e a familiar história inspirada no famoso romance “As Mil e Uma Noites” é contada por um marinheiro (Will Smith) a seus filhos. O filme inteiro é repleto de novas interpretações como essa, com a história de Jasmine (Naomi Scott) ganhando novos contornos de liderança feminina e do vilão Jafar (Marwan Kenzari) com traços sutis de anti-herói multidimensional no lugar de um vilão puro e simples.
Massoud possui a fisicalidade exigida para o papel e brilha em todas as sequências musicais, sejam elas as originais ou as novas criadas para essa versão. Ao mesmo tempo, Scott canta maravilhosamente bem e consegue demonstrar a força de uma princesa que sonha em ser independente e está disposta a lutar por isso. A química e o charme dos protagonistas transbordam da tela e ambos tornam a história de amor central ainda mais envolvente que a original.
Will Smith, confrontado com a tarefa praticamente impossível de superar o lendário gênio de Robin Williams, optou por uma abordagem diferente para o papel e fez uma versão nova, única e igualmente carismática. Além disso, seu romance com Dalia (Nasim Pedrad), serva e melhor amiga de Jasmine, proporciona diversos momentos de alívio cômico durante a trama e serve para aumentar a profundidade do personagem.
Da abertura com “Arabian Nights”, passando por “Friend Like Me”, “A Whole New World”, “Prince Ali” e os novos sucessos criados para o remake, o filme é uma aventura espetacular que merece ser conferida.
John Wick 3: Parabellum
O último capítulo lançado da franquia John Wick oferece doses ainda maiores de ação bem executada. Novamente dirigido pelo experiente Chad Stahelski e com o carismático astro Keanu Reeves no papel principal, esse terceiro e não necessariamente último capítulo da saga continua intercalando sequências quase inacreditáveis enquanto revela novas camadas emocionais do protagonista.
Enquanto o primeiro filme ofereceu uma clássica história de vingança de um assassino que havia abandonado o submundo do crime e a primeira sequência expandiu a construção desse universo enquanto mostrava uma história moralmente ambígua e repleta de reviravoltas interessantes, o longa mais recente traz à tona as consequências de Wick ter quebrado as regras para completar sua última missão.
Sem o apoio das organizações secretas, Wick passa o longa como um exército de um homem só que precisa lidar com oponentes tão habilidosos quanto ele. A direção enfatiza todas as cenas, que incluem sequências de tiroteios e lutas de todos os tipos e parecem mais um impressionante balé de destruição que ação pura e simples.
Ian McShane e Lance Reddick retornam para os seus icônicos papeis da dupla Winston e Charon, enquanto Asia Kate Dillon brilha no papel de “A Adjudicadora” e Mark Dacascos mostra um novo tipo de adversário em “Zero”. Dacascos é o principal antagonista do filme, mas não é propriamente um vilão. Ele admira John Wick e suas façanhas e só se encontra em lados opostos do protagonista devido a enorme recompensa oferecida.
A trilogia oferece tudo que os fãs da franquia esperavam e muito mais, o que inclui um bom final de arco para John. Apesar disso, a história de Wick, assim como a de personagens clássicos como Bond, pode continuar em novos filmes e saber disso torna assistir a esse longa ainda mais recompensador.
Podres de Ricos
“Podres de Ricos” é uma joia rara que se utiliza de clichês da comédia romântica para subverter expectativas e levar o espectador para uma aventura única que quebrou recordes de público nos EUA.
A história acompanha a jornada da professora de economia Rachel Chu (Constance Wu), uma descendente asiática-americana que precisa conquistar a tradicional família do seu namorado Nick (Henry Golding), com destaque especial para sua mãe Eleanor (Michelle Yeoh), uma matriarca munida de uma personalidade forte e centralizadora.
Logo no começo do longa, Rachel já demonstra que irá comandar o resto do filme ao demonstrar um dos principais conceitos da estratégia de poker durante uma partida para ensinar uma lição importante aos seus alunos.
O poker é um dos principais esportes jogados ao redor do mundo, de acordo com a Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH) são mais de 10 milhões de entusiastas apenas no Brasil, e o papel desse esporte na obra é muito mais profundo que à primeira vista.
A cena não apenas mostra como Rachel consegue tomar o controle da situação e é capaz de planejar adiante para superar qualquer adversidade, um tema recorrente ao longo da obra, como também mostra como o poker é um dos esportes da mente mais emocionantes já criados (a cena inteira é repleta de uma tensão que só acaba quando ela finalmente revela a sua mão), mas também revela um dos seus diversos usos.
Apesar do poker aparecer apenas nessa cena inicial, o tema de jogos e esportes da mente como veículo para demonstração de poder e diversos conceitos retornam de forma magistral em uma das últimas sequências do filme e a forma como Rachel entende e utiliza o esporte das cartas revela diversos aspectos de como sua mente funciona e como a professora é muito mais do que uma simples donzela indefesa de outrora.
Aliás, é exatamente nessa subversão de conceitos em que o filme demonstra a que veio. É claro que há inúmeras sequências clichês, como a prova de vestidos elaborados e até mesmo uma perseguição no aeroporto, mas elas servem apenas como base para que o longa possa alcançar novas alturas ao quebrar expectativas.
Por exemplo, em uma das subtramas é possível acompanhar uma personagem que finalmente se liberta de amarras auto impostas para crescer sozinha, enquanto na trama principal o moderno e o tradicional colidem para formar algo melhor e mais forte.
Considerando tudo, “Podres de Ricos” é uma comédia romântica sólida e divertida sobre pessoas muito ricas e bonitas, mas que contém falhas reais e muito relacionáveis. A história é recomendada para qualquer fã do gênero e o cenário é um show à parte que definitivamente aumentará o número de turistas para a bela Singapura.
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