Midway: Filme de guerra do diretor de Independence Day ganha novo trailer com destruição espetacular

A Diamond Films divulgou um novo trailer legendado de “Midway”, versão do cineasta Roland Emmerich (de “Independence Day”) para uma das batalhas navais mais famosas da 2ª Guerra Mundial. A prévia enfatiza […]

A Diamond Films divulgou um novo trailer legendado de “Midway”, versão do cineasta Roland Emmerich (de “Independence Day”) para uma das batalhas navais mais famosas da 2ª Guerra Mundial. A prévia enfatiza a principal característica dos filmes do diretor: destruição em escala grandiosa, com cenas do ataque japonês à base de Pearl Harbor, que encerrou a neutralidade dos Estados Unidos na guerra, e a grande batalha que se seguiu no oceano Pacífico, em que os americanos revidaram. Tudo é exagerado, com muitos efeitos digitais, num clima assumido de videogame.

O vídeo também chama atenção por um motivo inesperado. Não há negros no elenco grandioso. E os poucos não brancos vistos na tela são vilões – os inimigos japoneses.

Os heróis brancos são vividos por Ed Skrein (“Deadpool”), Luke Evans (“Drácula: A História Nunca Contada”), Patrick Wilson (“Aquaman”), Dennis Quaid (“Quatro Vidas de um Cachorro”), Woody Harrelson (“Três Anúncios para um Crime”), Mandy Moore (“This Is Us”), Darren Criss (“American Crime Story”), Nick Jonas (“Jumanji: Bem-Vindo à Selva”) e Aaron Eckhart (“Invasão a Londres”), entre outros.

O detalhe é que, embora politicamente incorreta, a escalação reflete o período. A Marinha americana manteve-se segregacionista até os primeiros meses da 2ª Guerra Mundial. Recrutas negros passaram a integrar a corporação apenas três dias antes da batalha de Midway. Mesmo assim, um dos últimos sobreviventes do conflito, o ex-marinheiro Andy Mills, que morreu no ano passado, era negro.

Vale lembrar que a primeira filmagem dessa história também mostrou apenas americanos brancos. Em 1976, “A Batalha de Midway” foi estrelada por Charlton Heston, Henry Fonda, James Coburn, Robert Mitchum, Glenn Ford, Robert Wagner, Cliff Robertson e Toshirô Mifune. Na ocasião, foi o segundo filme a usar a tecnologia sonora Senssuround, criada para intensificar os tremores do filme de desastre “Terremoto” (1974).

Em tempos modernos, outro adepto do cinema bombástico, o diretor Michael Bay, já usou de estilo explosivo em projeto similar, “Pearl Harbor”, fracasso dispendioso de público e crítica em 2001.

“Midway” tem a vantagem – ou desvantagem, dependendo do ponto do vista – de vir após “Dunkirk” (2017), que reviveu o interesse em filmes do gênero. Mas enquanto o filme de Christopher Nolan optou pelo maior realismo possível, a obra de Roland Emmerich vai em outra direção, resultando numa guerra feita em computador.

O confronto marítimo retratado no longa aconteceu ao longo de quatro dias em junho de 1942, entre a marinha americana e uma numerosa frota japonesa, que pretendia realizar um novo ataque-surpresa aos EUA, seis meses após atacar Pearl Harbor, agressão que marcou o início da guerra no Oceano Pacífico. Mas a invasão japonesa foi antecipada pela interceptação e decifração de códigos secretos, permitindo às forças americanas saberem exatamente quando e por onde os navios inimigos chegariam. O resultado foi a destruição da frota invasora e um grande golpe na capacidade japonesa de tentar levar a guerra aos EUA.

A estreia de “Midway” está marcada para 7 de novembro no Brasil, um dia antes do lançamento nos Estados Unidos.