A mais nova edição de “House of X”, publicação que marca a volta dos X-Men aos quadrinhos da Marvel, coloca o Brasil entre as nações inimigas e hostis aos mutantes.
O país foi listado ao lado de Rússia, Venezuela e Irã como o grupo mais intolerante, que não se dispõe a aceitar o reconhecimento de uma nação mutante na ONU.
Na trama concebida por Jonathan Hickman, Charles Xavier luta na ONU para que a Ilha de Krakoa, povoada apenas por mutantes, seja considerada uma nação soberana. Para convencer os outros países, o Professor oferece remédios feitos a partir de uma planta nativa.
O Brasil rejeita a proposta, ao lado dos países citados. Sem entrar em detalhes, a recusa é resumida a um quadro que ilustra o mapa da rejeição. Veja abaixo.
Como todo fã dos X-Men sabe, os personagens são metáforas para minorias perseguidas.
O registro acontece após o prefeito do Rio de Janeiro tentar censurar uma publicação da editora, por conter um beijo gay entre dois super-heróis. A notícia repercutiu nos Estados Unidos.
A trama de “House of X” parece refletir uma mudança mundial de percepção sobre o país. Antes celebrado por sua aparente tolerância generalizada, o país passou a ser encarado como um dos mais intolerantes do mundo.
Para demonstrar que os quadrinhos não estão exagerando, nesta semana vieram à tona na imprensa os planos do Brasil para comandar uma reação conservadora na ONU, visando impedir que minorias tenham seus direitos reconhecidos. Usando a defesa da família como escudo, o país se juntou ao Egito e aos regimes mais conservadores do Oriente Médio e do mundo islâmico para evitar que direitos LGBTQs e femininos apareçam em documentos da ONU.
No Brasil, ONGs solicitaram acesso aos documentos do Itamaraty sobre o assunto, e o acesso foi negado.