Laís Bodanzky assume a direção da Spcine

A cineasta Laís Bodanzky (“Como Nossos Pais”) assumiu a direção da Spcine, empresa municipal de cinema. A cerimônia de posse aconteceu nesta terça (26/3) no complexo cultural Praça das Artes, centro de […]

A cineasta Laís Bodanzky (“Como Nossos Pais”) assumiu a direção da Spcine, empresa municipal de cinema.

A cerimônia de posse aconteceu nesta terça (26/3) no complexo cultural Praça das Artes, centro de São Paulo, ocasião em que ela destacou a solidez do órgão.

“Chego aqui pegando uma empresa saudável. Não vou pegar um abacaxi. É uma empresa que nasceu de forma sólida”, ressaltou a cineasta, que por 15 anos desenvolveu com o marido, o também cineasta Luiz Bolognesi (“Ex-Pajé”), o projeto social Tela Brasil, levando cinema a locais como periferias, aldeias indígenas e penitenciárias.

Criada em 2015 na gestão do ex-prefeito Fernando Haddad, a Spcine tem como objetivo fomentar e desenvolver o audiovisual na capital paulista. E recebe um nome de peso na gestão de Bruno Covas, no momento em que a área cultural enfrenta cortes de investimento por empresas estatais, incluindo a Petrobras e a Caixa, com tradição no patrocínio cinematográfico – além do rebaixamento do Ministério da Cultura à condição de secretaria pelo governo de Jair Bolsonaro.

A situação foi lembrada pelo secretário municipal de Cultura, Alê Youssef, durante a posse da cineasta. “Nosso partido é a cultura”, sintetizou. “A cultura vem sendo atacada, vem sendo objeto de boatos absurdos, de empresas estatais retirando patrocínios, de ataques a Lei Rouanet e ao sistema S. A melhor maneira de enfrentar tudo isso é continuar fazendo coisas belas, e isso passa por escolher uma equipe plural e representativa.”

Primeira mulher a dirigir o órgão, Laís Bodanzky anunciou planos de ampliar o conselho consultivo da Spcine e investir no Observatório da entidade, com levantamento de dados sobre o setor audiovisual que servem de base para políticas públicas.

A diretora de “Como Nossos Pais” (2017), “As Melhores Coisas do Mundo” (2010), “Chega de Saudade” (2007) e “Bicho de Sete Cabeças” (2000) também pretende melhor a comunicação da Spcine.

“Queremos criar um choque de comunicação para todos saberem o que a Spcine fez e faz”, disse Bodansky, referindo-se a projetos como o Circuito Spcine, que leva cinema a periferias da cidade, e o Spcine Play, plataforma de streaming que dispõe de mais de 190 produções.