Academia volta atrás e todas as categorias serão premiadas ao vivo no Oscar 2019

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos voltou atrás na sua decisão de tirar a premiação de quatro categorias da transmissão ao vivo do Oscar 2019. A pressão de […]

Divulgação/AMPAS

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos voltou atrás na sua decisão de tirar a premiação de quatro categorias da transmissão ao vivo do Oscar 2019.

A pressão de diversos astros e cineastas contra a iniciativa, que jogaria para os intervalos comerciais a entrega de troféus aos vencedores das categorias de Direção de Fotografia, Edição, Curta-Metragem e Maquiagem e Cabelo, fez com que a iniciativa fosse revista.

Em breve comunicado, a Academia disse que “ouviu as opiniões de seus membros sobre a apresentação do Oscar” e que “todos os prêmios serão apresentados ao vivo, sem edições, em nosso formato tradicional”.

A polêmica foi consequência de um acordo entre a Academia e a rede americana ABC, que detém os direitos de exibição do Oscar nos Estados Unidos. Com o objetivo de diminuir a longa duração do evento para três horas, a Academia se comprometeu a realizar algumas mudanças na premiação. Assim, no começo desta semana, foi anunciado que quatro categorias seriam excluídas da transmissão ao vivo, passando a receber seus prêmios durante os intervalos comerciais.

A reação do Sindicato dos Diretores de Fotografia (ASC) foi de repúdio imediato à iniciativa, o que deu início a protestos entre cineastas nas redes sociais e culminou numa carta aberta endereçada ao presidente da Academia, John Bailey – que ironicamente é diretor de fotografia.

Vários astros, cineastas e profissionais de destaque da indústria cinematográfica assinaram o documento, que continuava a ganhar adesões nas últimas horas.

Entre os signatários do protesto, estavam vários candidatos ao Oscar 2019. Ao todo, 200 cinematógrafos, 75 diretores, incluindo Martin Scorsese, Alfonso Cuarón, Quentin Tarantino, Guillermo del Toro e Spike Lee, 80 atores, entre eles Bradley Copper, Glenn Close, Brad Pitt, George Clooney, Robert De Niro, Sandra Bullock e Emma Stone, bem como dezenas de produtores, editores, figurinistas, supervisores de VFX, etc, uniram-se contra a forma como a cerimônia estava sendo produzida.

Alfonso Cuarón, que é favorito a vencer o Oscar de Melhor Direção de Fotografia por seu trabalho em “Roma”, escreveu nas redes sociais: “Na história do CINEMA, obras-primas existiram sem som, sem cor, sem roteiro, sem atores e sem música. Mas nunca nenhum filme existiu sem CINEMAtografia e sem edição”.

Guillermo del Toro complementou a observação do conterrâneo. “Direção de Fotografia e Edição são o coração de nosso ofício. Eles não foram herdados de uma tradição teatral ou de uma tradição literária: eles são o próprio cinema”, tuitou o cineasta.

No ano passado, a transmissão do Oscar durou mais de 3 horas e meia, e teve a pior audiência já registrada pelo evento na TV americana.

O Oscar 2019 vai acontecer em 24 de fevereiro, em Los Angeles, com transmissão ao vivo no Brasil pelos canais Globo e TNT.