Penny Marshall (1943 – 2018)

A atriz e cineasta Penny Marshall, que ficou conhecida pela série clássica “Laverne & Shirley” e por ter dirigido comédias de sucesso como “Quero Ser Grande” e “Uma Equipe Muito Especial”, morreu […]

A atriz e cineasta Penny Marshall, que ficou conhecida pela série clássica “Laverne & Shirley” e por ter dirigido comédias de sucesso como “Quero Ser Grande” e “Uma Equipe Muito Especial”, morreu aos 75 anos de idade por complicações de diabetes, após ter sobrevivido ao câncer de cérebro e pulmão em 2009.

Seu nome completo era Carole Penny Marshall, em homenagem à atriz Carole Lombard. Ela nasceu em 15 de outubro de 1943 no Bronx, em Nova York, e era a irmã mais nova do cineasta Garry Marshall (1934–2016).

Penny já era divorciada quando resolveu viajar para Los Angeles em busca de ajuda do irmão, na época roteirista de séries, para tentar a carreira de atriz. Quando sua mãe descobriu, pediu que ela mudasse de nome para não envergonhar a família. Garry não deixou.

No final dos anos 1960, Penny começou a aparecer em comerciais, um deles ao lado da deslumbrante Farrah Fawcett (“As Panteras”), interpretando sua colega de quarto normal. Seu irmão conseguiu incluí-la como figurante na comédia “Lua de Mel com Papai” (1968) e no romance “Sede de Pecar” (1970), primeiros longas que ele escreveu. E, a partir daí, a jovem emendou participações em séries.

Ela chegou a fazer teste para viver a esposa de Rob Reiner na série “Tudo em Família”, mas não conseguiu o papel. Ironicamente, acabou aprovada na vida real, casando-se com o ator logo depois. Os dois ficaram casados até 1979 – por coincidência, mesmo ano em que “Tudo em Família” acabou.

Novamente com ajuda do irmão, Penny conseguiu seu primeiro papel fixo na série “The Odd Couple”, adaptação do filme “Um Estranho Casal” (1968) desenvolvida por Garry. Ela viveu a secretária volúvel de Oscar (Jack Klugman), Myrna Turner, entre a 2ª e a 5ª temporadas da atração.

Quando a série acabou em 1975, Penny foi convidada pelo irmão a participar de um episódio da 3ª temporada de “Happy Days”, fenômeno de audiência que o roteirista tinha criado no ano anterior. Era para ser uma simples aparição. Virou uma carreira.

A atriz foi escalada como Laverne DeFazio, que vai a um encontro duplo com Fonzie (Henry Winkley) e Richie (Ron Howard), acompanhada por sua amiga Shirley Feeney (Cindy Williams). Intitulado “A Date with Fonzie”, o episódio acabou registrando uma das maiores audiências da série e rendeu elogios rasgados para a dupla feminina, que roubou a cena dos atores principais.

A repercussão positiva rendeu mais participações. E o inesperado: um spin-off focado em Laverne e Shirley.

A série “Laverne & Shirley” foi a primeira sobre mulheres trabalhadoras normais. Elas não eram mães de família nem tinham carreiras glamourosas. Eram operárias, que engarrafavam cervejas e dividiam um apartamento de subsolo para pagar as contas.

A atração superou a sintonia de “Happy Days”, tornando-se a série de maior audiência da TV americana entre 1977 e 1979. Ao todo, durou oito temporadas até 1983, além de ter rendido seus próprios derivados – os desenhos animados “Laverne & Shirley in the Army” e “Mork & Mindy/Laverne & Shirley/Fonz Hour”.

O sucesso também permitiu a Penny negociar nova função na atração, fazendo sua estreia como diretora. Ela comandou quatro episódios, e quando a série acabou resolveu testar essa nova habilidade nos cinemas.

Sua estreia como cineasta aconteceu com a comédia “Salve-me Quem Puder” (1986), estrelada por Whoopy Goldberg. Mas foi o filme seguinte, “Quero Ser Grande” (1988), em que uma criança virava Tom Hanks, que a fez ser levada a sério como diretora.

“Quero Ser Grande” virou um das comédias mais bem-sucedidas dos anos 1980 e o primeiro filme dirigido por uma mulher a arrecadar mais de US$ 100 milhões nos Estados Unidos.

Seu terceiro trabalho como cineasta, o drama “Tempo de Despertar” (1990), estrelado por Robin Williams e Robert DeNiro, foi o segundo longa dirigido por uma mulher a receber indicação ao Oscar de Melhor Filme.

Ela voltou a trabalhar com Tom Hanks em “Uma Equipe Muito Especial” (1992), uma das primeiras comédias feministas de sucesso, sobre a formação da liga feminina de beisebol nos EUA. No elenco, estavam Geena Davis, Madonna e Rosie O’Donnell. A grande bilheteria inspirou a criação de uma série, que entretanto durou só uma temporada no ano seguinte.

Apesar desse começo avassalador, ela só dirigiu mais três longas na carreira, “Um Novo Homem” (1994), com Danny DeVito, “Um Anjo em Minha Vida” (1996), com Whitney Houston, e “Os Garotos da Minha Vida” (2001), com Drew Barrymore.

Depois disso, dirigiu produções televisivas, dublou animações e fez participações em séries. Seu papel favorito acabou sendo o dela mesma, uma diretora de cinema chamada Penny Marshall, que encarnou em episódios de “Bones” e “Entourage” e nos filmes “O Nome do Jogo” (1995) e “Noite de Ano Novo” (2011), este último dirigido por seu irmão.

Seu último trabalho foi uma participação especial no remake de “The Odd Couple” em 2016, numa homenagem à primeira personagem marcante de sua carreira.