Mais uma série internacional da Netflix despertou polêmica com organizações conservadoras nos Estados Unidos antes de estrear. Depois de um grupo conservador religioso criar caso com a animação brasileira “Super Drags”, é a vez da minissérie italiana “Baby” ser alvejada por protestos, desta vez de uma ONG que trabalha contra a exploração sexual.
A National Center on Sexual Exploitation, cujo objetivo é “expor as ligações entre todas as formas de exploração sexual”, acusou a plataforma de “promover o tráfico sexual”.
Dawn Hakins, diretor executivo da ONG, diz que os executivos da Netflix estão “completamente fora do tom” e que a plataforma está “priorizando o lucro em cima das vítimas de abuso”.
“Erik Barmack, vice-presidente de conteúdos internacionais da Netflix, descreveu o show como ‘ousado’. Não há nada ousado sobre explorar a sexualidade de menores de idade”, disse Hawkins em comunicado. “Esta série glamouriza o abuso sexual e banaliza a experiência de inúmeras mulheres e homens menores de idade que sofreram com o tráfico sexual”, completou.
“Baby” é baseada numa história real, que ficou conhecida na mídia italiana como o caso de Baby Squillo. Em 2013, foi revelado que o ex-policial Mauro Floriani, marido de Alessandra Mussolini, a neta do ex-ditador fascista, comandava um esquema de prostituição com garotas entre 14 e 16 anos. Contratadas para entreter clientes importantes durante festas, elas ganhavam milhares de euros para comprar roupas de grifes famosas e celulares de última geração.
A série acompanha duas garotas em situações como as do escândalo real, alternando seu cotidiano entre os dias na escola e as noites nas baladas.
Dirigido pelos cineastas Andrea De Sica (I Figli della Notte”) e Anna Negri (“Riprendimi”), com Benedetta Porcaroli (“Quando Basta”), Alice Pagani (“Loro 1” e “2”), Isabella Ferrari (“A Grande Beleza”), Claudia Pandolfi (“A Primeira Coisa Bela”) e outros atores italianos, a minissérie terá 6 episódios e estreia nesta sexta-feira (30/11) na Netflix.