A série documental “Vai Anitta” estreou nesta sexta (16/11) na Netflix e já rendeu polêmica. Dois produtores lamentaram o “esquecimento” de sua importância para a carreira da cantora, já que foram completamente ignorados nos depoimentos que tratam da artista.
“Larissa, você pode até me tentar tirar da sua história! Mas não tem como negar que eu estava certo. Parabéns pela série no Netflix.”, escreveu o DJ Batutinha nas redes sociais.
Batutinha foi quem descobriu Anitta, quando ela ainda se chamava Larissa – o nome de batismo da cantora é Larissa de Macedo Machado. “Vi um vídeo dela na internet, cantando duas músicas que eu tinha produzido para outra cantora, a Priscilla Nocetti. Percebi que tinha algo a mais no timbre de voz e na presença de palco e resolvi chamá-la para um teste vocal no estúdio. Ela chegou lá e cantou as músicas que pedi, de um jeito totalmente peculiar, que eu decidi que iria escrever e produzir. Apostei na Larissa”, ele contou em entrevista para o UOL em março. “Eu tinha certeza absoluta que havia encontrado uma popstar! Mesmo dentro do universo do funk.”
O segundo produtor que reclamou ter sido esquecido no documentário foi Rômulo Costa, dono da equipe Furacão 2000, que lançou Anitta. “Já esperava. O ser humano é ingrato, mas a história está aí e não se apaga. Existem registros como fotos, vídeos, programas e discos e é só ver ou procurar para descobrir onde ela começou a carreira”, reclamou Costa ao UOL.
A assessoria da cantora não comentou as declarações dos produtores.
Mas eles não foram os únicos “esquecidos” pela série. Kamilla Fialho, a ex-empresária com quem Anitta travou batalha judicial por quatro anos, não é mencionada, assim como o americano Terry Richardson, fotógrafo famoso que dirigiu o clipe de “Vai Malandra” e, depois, foi acusado de abuso sexual por várias mulheres.
Anitta, porém, contou que quebrou o pau com a equipe de produção do clipe de “Vai Malandra”, mas não se sabe o que realmente rolou entre ela e Richardson, que não é mencionado. Entretanto, ele deve ser a pessoa referida numa frase sobre as gravações. “Eu chamei todos os envolvidos, eu pedi perdão pra Jojo Toddynho e para o DJ Yuri, que eram apenas convidados, e falei ‘vocês vão conhecer uma pessoa que eu gostaria que vocês esquecessem logo na saída’”, disse a cantora, explicando ainda que dispensou a equipe de produção, colocou sua equipe pessoal para trabalhar e coordenou pessoalmente as cenas: “Eu que falava ‘vai música’, ‘rodou’, ‘câmera’, ‘ação’”.
Esta é uma das muitas revelações de bastidores e da vida pessoal de Anitta na produção. Mas não a mais contundente. Neste caso, vale a saída do armário bissexual da cantora.
Num dos episódios, Anitta assume já ter ficado com mulheres. E era bem jovem quando isso aconteceu, porque conta que tinha medo da reação de sua mãe. “Eu fiquei morrendo de medo da reação dela e ela foi completamente normal como sempre comigo. Por isso tenho tanta vontade de dar esse suporte às pessoas que têm suas diferenças sexuais, porque acho me lembra o medo que eu tive e o alívio que minha mãe me causou. Ao mesmo tempo em que eu agradeço a ela, tento ser um suporte às pessoas que não tiveram essa sorte que eu tive”, diz a cantora.
Para quem não lembra, quando foi provocada para se posicionar nas últimas eleições em relação a Jair Bolsonaro, Anitta chegou a afirmar que fazia parte da comunidade LGBTQ+, mas não deu detalhes sobre sua orientação sexual.
O vídeo também mostra o lado chatinho de Anitta, reclamando dos colaboradores e apontando falhas com o famoso “eu disse”, além de mostrá-la lidando com a depressão, que se manifesta sem avisos em momentos que deveriam ser de comemoração.
A história continua, claro, muito além do período coberto pela série. E num vídeo de divulgação disponibilizado pela Netflix nesta sexta, ela até já iniciou a campanha para a 2ª temporada – uma chance de corrigir omissões. Veja abaixo.