Morreu o ator americano James Karen, lembrado por papéis marcantes em dois clássicos dos anos 1980, “Poltergeist: O Fenômeno” (1982) e “A Volta dos Mortos-Vivos” (1985). Ele faleceu na terça-feira (24/10) em sua casa, em Los Angeles, aos 94 anos de idade.
Com uma carreira que se estendeu por sete décadas, Karen iniciou sua trajetória numa adaptação televisiva de “Um Conto de Natal”, em 1948. Trabalhou em inúmeras séries e alguns filmes trash, como “Frankenstein Contra o Monstro Espacial” (1965) e “Hércules em Nova York” (1970), estreia de Arnold Schwarzenegger no cinema americano, antes de começar a figurar em filmes mais famosos, que mudaram a direção de sua filmografia. Ele viveu um advogado suspeito no clássico político “Todos os Homens do Presidente” (1976), de Alan J. Pakula, o vive-presidente dos Estados Unidos na sci-fi “Capricórnio Um” (1977), de Peter Hyams, e um funcionário de hotel em “Noite de Estréia (1977), marco do cinema indie dirigido por John Cassavetes.
A partir daí, passou a aparecer em filmes cada vez mais prestigiosos, como “Sindrome da China” (1979), “Nasce um Cantor” (1980) e “Frances” (1982). Até o papel de “Poltergeist” lhe dar mais falas e introduzi-lo ao público do cinema de terror, que o abraçou com garras e dentes. No clássico oficialmente dirigido por Tobe Hooper (e extraoficialmente pelo produtor e roteirista do filme, Steven Spielberg), ele viveu Lewis Teague, patrão do personagem de Craig T. Nelson e responsável pelo empreendimento imobiliário que usou o terreno de um antigo cemitério indígena para criar um novo bairro suburbano.
Karen ficou ainda mais conhecido ao interpretar um dos papéis principais de “A Volta dos Mortos-Vivos”. No cultuadíssimo terrir de Dan O’Bannon, ele viveu Frank, gerente de uma funerária que inadvertidamente solta zumbis de contêineres esquecidos pelo exército, após o surto “verídico” documentado no filme “A Noite dos Mortos-Vivos” (1968). A morte do personagem na trama não impediu que o ator acabasse voltando em novo papel na continuação, “A Volta dos Mortos-Vivos 2” (1988).
Outros destaque do seu currículo incluem uma parceria de três filmes com o diretor Oliver Stone, como o chefe de Charlie Sheen em “Wall Street – Poder e Cobiça” (1987), o Secretário de Estado William Rogers em “Nixon” (1995) e um executivo do time de futebol americano Miami Sharks em “Um Domingo Qualquer” (1999).
Ele também bisou a parceria com Tobe Hooper na sci-fi “Invasores de Marte” (1986), além de ter participado de “Íntimo & Pessoal” (1996), de Jon Avnet, “O Aprendiz” (1998), de Bryan Singer, “Cidade dos Sonhos” (2001), de David Lynch, “À Procura da Felicidade” (2006), de Gabriele Muccino, e ter sido dirigido por Mark Ruffalo em “O Enviado” (2009).
Ainda na ativa, Karen filmou neste ano o terror “Cynthia”, lançado em agosto nos Estados Unidos, e estava escalado como dublador da vindoura série animada “Sticky Fingers”.