A audiência do Emmy 2018 foi um desastre. Segundo relatório da empresa de auditoria Nielsen, o evento foi assistido por 10,17 milhões de pessoas nos Estados Unidos, onde foi transmitida pela rede NBC.
Trata-se da pior audiência da história da premiação, representando uma queda de 11% em relação à cerimônia do ano passado.
Fatores que contribuíram para a abaixa audiência histórica incluem a realização numa segunda-feira, algo que não acontecia desde 2014. A data foi uma iniciativa da NBC para que a premiação não interferisse com sua programação de esportes. Nas noites de domingo, a emissora exibe partidas de futebol americano.
A mudança, no entanto, colocou a transmissão no mesmo horário das partidas de futebol americano exibidas pela ESPN nas noites de segunda. E o resultado não foi positivo para a premiação da TV.
Claro que culpar a data serve apenas para ignorar o maior problema da transmissão: o produtor Lorne Michaels.
Responsável pela produção televisiva do evento, ele transformou o Emmy numa extensão de seu programa humorístico, “Saturday Night Live”, com apresentadores, roteiristas e piadas saídas daquela atração.
Mas o cúmulo de sua intromissão foi conduzir a premiação como uma homenagem para ele mesmo. Lorne Michaels não só foi o nome mais citado diante dos microfones como até foi premiado com um Emmy por “Saturday Night Live”.
Ao agradecer sua vitória em seu próprio evento, sugeriu que as velhas redes de TV continuavam firmes e fortes como em 1975, data de estreia do “SNL”.
Entretanto, quem dominou o Emmy 2018 foi a Netflix e o discurso egomaníaco pareceu sinal de dissociação da realidade.