Depois de inspirar diversos documentários, a vida do diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto em um ataque terrorista em Bagdá, em 2003, vai virar um longa de ficção com Wagner Moura no papel principal. O ator brasileiro estava desde 2013 tentando tirar o filme do papel, chegou a passar uma temporada nos Estados Unidos no ano passado negociando a produção e finalmente vai começar as filmagens, marcadas para agosto, numa coprodução americana com distribuição internacional da Netflix.
Além de estrelar o filme, Moura é um dos produtores, ao lado de Brent Travers e Daniel Dreifuss (produtor do chileno “No”, indicado ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira de 2013).
A cinebiografia, que ainda não tem título oficial, será o primeiro longa de ficção dirigido por Greg Barker, vencedor do Emmy pelo documentário “Manhunt: The Inside Story of the Hunt for Bin Laden” (2013). Mas ele já conhece bem o tema. Em 2009, Barker dirigiu “Sergio” (2009), documentário sobre a vida do diplomata para o canal pago HBO.
O roteiro, por sua vez, é de Craig Borten, indicado ao Oscar por “Clube de Compras Dallas” (2013), e será baseado no livro “O Homem Que Queria Salvar o Mundo”, de Samantha Power, ex-embaixadora dos Estados Unidos para as Nações Unidas e premiada com o Pulitzer.
O elenco também contará com a cubana Ana De Armas (“Blade Runner 2049”) no papel de Carolina Larriera, economista argentina, que era mulher de Vieira de Mello e foi a última pessoa a vê-lo com vida, além dos atores Garret Dillahunt (“Fear the Walking Dead”), Will Dalton (“Loving”), Clemens Schick (“Praia do Futuro”) e Brían F. O’Byrne (“Menina de Ouro”).
As filmagens devem durar cerca de seis semanas, divididas entre locações no Brasil e no Oriente Médio.
O filme focará nas missões de Sérgio Vieira de Mello durante seu período no Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, quando fez importantes avanços sócio-políticos no Timor Leste, Bangladesh, Camboja e outros países com problemas humanitários. Sua capacidade de resolver crises aparentemente insolúveis lhe rendeu a fama de ser uma mistura de “James Bond com Bobby Kennedy”.
Graças à sua capacidade de negociação, coragem e disposição de enfrentar o perigo, ele foi escolhido para representar o secretário-geral das Nações Unidas no Iraque, em maio de 2003. E assim foi vítima de um ataque à bomba ordenado por Osama Bin Laden contra a sede das Nações Unidas em Bagdá.
A previsão de lançamento é para 2019, direto em streaming.