Bruna Linzmeyer revela que perdeu trabalhos após se assumir lésbica, mas outros chegaram e sua filmografia cresceu

Há dois anos em um relacionamento com Priscila Visman, a atriz Bruna Linzmeyer revelou ter perdido trabalhos de publicidade após se assumir lésbica e possivelmente papéis na televisão. Mas isso foi compensado […]

Há dois anos em um relacionamento com Priscila Visman, a atriz Bruna Linzmeyer revelou ter perdido trabalhos de publicidade após se assumir lésbica e possivelmente papéis na televisão. Mas isso foi compensado com outros convites e um impulso em sua carreira cinematográfica. “Perdi contratos de publicidade, não sei se na televisão. Mas outras coisas chegaram, inclusive contratos de publicidade por causa disso. E cinema”, ela contou, em entrevista para a revista digital A Criatura.

Sua filmografia disparou, realmente, com trabalhos de prestígio em “O Filme da Minha Vida”, de Selton Mello, e no vindouro “O Grande Circo Místico”, de Cacá Diegues, que estreia em setembro. Além disso, ela está em “O Banquete”, de Daniela Thomas, e “Partiu Paraguai (WT)”, primeiro longa de ficção de Daniel Lieff, ambos ainda sem previsão de lançamento. Mas antes disso, só tinha feito dois filmes lançados em 2015.

“”Sempre ouvi que não ia conseguir pagar minhas contas. Quando me apaixonei de repente, falei: ‘Uau, essa pessoa é uma mulher’. Isso não era tão encaixotado na minha cabeça. Sempre beijei a Kitty, que foi minha primeira namorada, em público, na praia, nos eventos em que a gente estava, entre nossos amigos, não-amigos, agia naturalmente. A partir disso começaram alguns questionamentos das pessoas que me amam. Não era uma coisa de: ‘Fique dentro do armário, não saia’. E sim de: ‘Como será que tá o mundo aí fora? Como isso vai bater na sua vida profissional?’. Minha família não tem dinheiro para me sustentar. Desde meus 15 anos pago minhas contas. Esse foi um cuidado das pessoas que me amavam perante um mundo opressor que a gente vive”, revelou.

Ela contou que se dizer lésbica não foi algo programado, mas uma reação. “Alguém me invadiu na época. Foi uma invasão. Não cheguei no jornal e disse: ‘Quero falar, eu sou lésbica’. Foi um susto. Poderia dizer que era mentira. Pensei: ‘Não posso dizer é mentira, porque se não pagar minhas contas, vou morrer de câncer. Como é que vou viver escondendo uma coisa que eu sou? Eu sou essa pessoa. E não tem nada de errado com isso’. Pensei: ‘Vamos lá, vamos com o coração’. Chegaram mensagens maravilhosas. E muitas lésbicas me param na rua para me abraçar. E meu coração está tranquilo, meu corpo pisando um passo de cada vez. Estou certa, feliz, contente. Acho que é isso que é mais lindo. Sento na praia e beijo minha namorada. Não vou deixar de fazer nada porque alguém acha que isso é um problema. Se você acha que isso é um problema, amor, vai lidar com o seu problema!”.

Ao perceber que o mundo não acabou, ela sentiu um grande alívio. “Teria sido lésbica muito antes. Perdi milhões de coisas na minha adolescência porque isso não era uma possibilidade”, declarou. “Se eu puder fazer por uma menina o que uma atriz famosa poderia ter feito por mim, tá show, tá valendo”, afirmou a artista, que acredita poder ser um exemplo positivo para outras garotas que sofrem por esconder sua sexualidade.