A diretora Dee Rees, que recebeu o troféu Robert Altman no Spirit Awards 2018, fez um discurso para despertar discussões, durante seu agradecimento em nome da equipe de “Mudbound”.
Distribuído pela Netflix, “Mudbound” tem despertado polêmica por concorrer a diversos prêmios de cinema, inclusive ao Oscar 2018. Mas para a cineasta, não há o que questionar. Ao listar toda a equipe técnica envolvida na criação de “Mudbound” e toda a arte conjurada pelo filme, ela demonstrou que não havia diferença na confecção da obra exibida por streaming dos longas projetados nos multiplexes. E arrematou: “Cinema não tem nada a ver com uma tela de smartphone, uma tela de televisão ou uma tela gigante de IMAX”.
Em suma, cinema não é tela, é arte. “‘Mudbound’ é cinema”, ele decretou, sob aplausos efusivos da plateia formada por artistas independentes.
E se, por enquanto, o Oscar tende a concordar com Dee Rees, já existe uma comissão da Academia com debates agendados sobre este tema, que pode chegar a uma conclusão diferente.
Para o Festival de Cannes, por exemplo, a conclusão é que cinema é sim tela. Após exibir duas produções da Netflix sob protestos no ano passado, a organização do festival decidiu que filmes que não forem exibidos em circuito cinematográfico não poderão mais ser inscritos em seus próximos eventos.
Afinal, é uma tela que define o que é cinema? Ou é tudo aquilo que Dees Rees cita em seu longo discurso – e que pode ser ouvido integralmente abaixo: