O procurador geral do estado de Nova York, Eric Schneiderman, abriu uma ação judicial contra a The Weinstein Company, que coloca em risco as negociações em curso para a venda da empresa.
As acusações de Schneiderman envolvem “violações sérias dos direitos civis, humanos e das regras de negócios do estado”, alegando que os Weinstein criaram “um ambiente de trabalho hostil com base em discriminação de gênero, um padrão de abuso sexual e uma rotina de mau uso dos recursos corporativos para fins ilegais que se estendem de 2005 até outubro de 2017”.
O processo é resultado de quase quatro meses de investigação e conta com 39 páginas, destacando duas formas primárias de condutais ilegais praticadas por Harvey Weinstein à frente do estúdio que ele criou com seu irmão.
Em primeiro lugar, “repetidamente e persistentemente abuso de empregadas da TWC, ao pessoalmente criar um ambiente de trabalho hostil, e exigência de que as mulheres interagissem em atos sexuais ou conduta submissa como moeda de troca para empregabilidade ou avanços na carreira”.
Em segundo, abuso de poder e recursos: “A Weinstein Company repetidamente quebrou as leis do estado de Nova York ao falhar em proteger seus funcionários de abuso sexual persuasivo, intimidação e discriminação.”
Por fim, caso a Weinstein Company seja vendida, Schneiderman afirma que o contrato “deve garantir que todas as vítimas sejam compensadas, a continuidade dos funcionários protegida e que nenhum dos abusadores ou ajudantes desses enriqueçam injustamente” como resultado do negócio.
A ação paralisou as negociações entre os diretores da TWC e um grupo encabeçado por Maria Contreras-Sweet, ex-integrante do governo de Barack Obama. O investidor que integraria a maior parte dos US$ 500 milhões oferecidos para comprar a TWC resolveu reconsiderar a aquisição.