Mais uma atriz diz que não voltará a trabalhar com Woody Allen. A britânica Hayley Atwell, mais conhecida pelo papel de Agente Carter nas séries e filmes da Marvel, afirmou ao jornal The Guardian que se solidariza com as denúncias de Dylan Farrow, que acusa o pai adotivo de tê-la abusado quando tinha sete anos, e não pretende filmar novamente com o diretor.
Ironicamente, Hayley foi lançada no cinema por Woody Allen, no filme “O Sonho de Cassandra” (2007). Na entrevista para o jornal, ela também descreveu a experiência como estranha.
“Nunca falei sobre isso. Foi meu primeiro filme e não me senti dirigida por ele em momento algum. Não tivemos qualquer tipo de relacionamento, o que é ok, mas bizarro. Era uma grande oportunidade, então fiz o melhor que pude e fui embora. Não sabia na época o que sei agora. Se eu trabalharia com ele agora? Não. Me solidarizo com sua filha e ofereço minhas desculpas se meu trabalho lhe causou sofrimento de alguma forma. É empolgante poder dizer isso hoje e não entrar automaticamente numa lista negra.”
O estilo frio da direção de Woody Allen também foi recentemente criticado por Marion Cotillard, estrela de “Meia Noite em Paris” (2011), que também declarou que não voltará a trabalhar com o diretor.
“Não acho que ele me convidaria novamente, pois a experiência que tivemos foi bastante bizarra. Admiro parte de sua obra, mas não houve conexão alguma no set. Se ele me chamasse hoje eu questionaria mais, investigaria profundamente. Não sei, sou ignorante a respeito dessa história e só sei que dói ver o sofrimento alheio”.
Várias publicações, como os jornais americanos The New York Times, The New York Post, o inglês Daily Mail e o espanhol El País publicaram artigos no domingo (28/1), em que revelam que o diretor está enfrentando dificuldades para conseguir que atores se comprometam com seu próximo filme. Não só isso, a Amazon estaria querendo encerrar seu acordo de distribuição com Allen. E o novo longa já filmado do diretor, “A Rainy Day in New York”, tende a nem sequer ser lançado, pois vários atores que participaram da produção agora se recusam a promovê-lo.
Woody Allen sempre negou as acusações de que tivesse agido de forma imprópria com a filha. Mas Dylan retomou as denúncias de 1992 no rastro do #MeToo e prometeu, entre lágrimas, não parar até destruir a carreira de Woody Allen – como disse numa recente e emocional entrevista televisiva. Ela vem assediando atores que trabalharam com o pai adotivo para cobrar que o reneguem. E os que não o fazem são constrangidos por ela, como aconteceu recentemente com Justin Timberlake.