A atriz Melissa Gilbert (vista recentemente na série “Secrets and Lies”) acusou o diretor Oliver Stone (“Snowden”) de abuso durante uma entrevista a um programa de rádio realizada na segunda-feira (20/11), nos Estados Unidos.
O fato teria acontecido durante um teste para o filme “The Doors”, lançado em 1991. A atriz revelou que o diretor preparou uma “audição especial” para ela, em que teria que simular uma cena de sexo.
“Ele escreveu essa cena especial que ele queria que eu fizesse para ele fisicamente na sala de elenco, e foi humilhante e horrível”, relatou a atriz no programa “Radio Andy”.
“As páginas que recebi eram humilhantes, ele queria que eu ficasse de quatro na frente dele e implorasse para ele ‘me comer’, nas palavras do roteiro”, contou Gilbert. “Eu comecei a chorar e saí correndo da sala do teste. Estou contando essa história e mesmo assim tenho medo de dizer o nome dele. Ah, f*da-se. Era Oliver Stone e o teste foi para ‘The Doors’”, revelou.
Melissa fez o teste para o papel de Pamela Courson, que acabou interpretada na produção por Meg Ryan. Ela ainda afirmou que o diretor a humilhou por “vingança”, depois de um encontro em que ela o constrangiu em público.
“A gente estava do lado de fora de uma balada e ele estava falando para umas pessoas de como a televisão é uma porcaria e que ele nunca faria e bla bla bla. E então várias meninas vieram correndo em minha direção, porque elas assistiam ‘Os Pioneiros’ [série de televisão que foi ao ar entre 1974-1983] e todos acabaram rindo com a situação. E eu disse para ele ‘você vê, idiota, isso é televisão’. E acho que ele nunca esqueceu”, acrescentou.
A atriz disse que fez várias cenas para tentar o trabalho em “The Doors”, e que só no final Oliver Stone disse a ela, “eu quero que você fique, eu tenho algo especial para você”. Foi a deixa para o teste humilhante.
A descrição do fato sugere forte abuso de poder e misoginia, numa indústria que sempre foi machista. Mas Oliver Stone também foi acusado de assédio sexual no mês passado.
O diretor tinha sido um dos poucos a defender Harvey Weinstein logo no começo do escândalo sexual, que levou o produtor a perder seu prestígio, carreira e casamento. E, assim que se pronunciou, acabou ele mesmo sendo acusado por Carrie Stevens, atriz e coelhinha da Playboy nos anos 1990, que foi às redes sociais lembrar que Stone apalpou seus seios sem consentimento, durante uma festa.