Julgamento de Harvey Weinstein por estupro é anulado em Nova York
Presidente do júri se recusa a continuar deliberação e leva juiz a anular caso de acusação contra ex-produtor
Harvey Weinstein é diagnosticado com leucemia aos 72 anos
O ex-produtor está sendo tratado na prisão, onde cumpre pena por múltiplos crimes sexuais
Harvey Weinstein é submetido a cirurgia cardíaca e fica em estado crítico
Produtor condenado por crimes sexuais passa por cirurgia de emergência após sentir dores no peito
Harvey Weinstein retorna ao tribunal após anulação de condenação por estupro
O ex-produtor de cinema voltará a ser julgado em Nova York, após anulação do julgamento anterior
Tribunal anula condenação de Harvey Weinstein por crimes sexuais
O produtor norte-americano cumpre uma sentença de 23 anos de prisão no norte do Estado após acusações de violência sexual
BBB | Produção exibiu filme de assédio sexual para acirrar ânimos?
A produção do “BBB 24” programou “O Escândalo”, um filme de assédio sexual, no Cine BBB de segunda-feira (5/2). O fato foi destacado por Raquele Cardozo durante a repercussão do discurso de Tadeu Schmidt na eliminação de Juninho na noite de terça (7/2). Segundo a sister, o filme teria mexido com a cabeça das participantes femininas da casa, que passaram a olhar Juninho com outros olhos. Referindo-se a Leidy Elen, Raquele disse: “Ela fez muito comentário depois daquele filme de abuso sexual que eles assistiram. Ela tava colocando pau a pau isso, entendeu? É uma coisa muito forte, gente. Um peso muito forte”. Quando ela fez a ligação dos fatos, o Globoplay cortou a imagem e não voltou mais para a discussão. Mais cedo, Leidy realmente considerou o filme uma indireta após o que aconteceu entre Juninho e Alane Dias. “Esse filme parece que foi uma indireta pro Juninho! Muito bom… Tinha até umas falas que ele falou ontem”, ela descreveu. Em seu discurso, o apresentador Tadeu Schmidt também enfatizou o confronto direto entre Alane e Juninho, pedindo um reflexão entre eles. Tadeu questionou se os emparedados falaram as palavras corretas, se fizeram um “movimento tão importante” sem absoluta certeza. Ele também alertou que, se jogassem fora das regras, o Paredão nem aconteceria, sugerindo expulsão. No final, considerou que havia espaço para interpretação e o público escolheu ficar com “o outro lado”. Assim como Raquele, muitas pessoas questionaram nas redes sociais se a Globo quis criar uma situação, influenciando as sisters com a exibição de “Escândalo” no dia do Sincerão. Antes mesmo do Cine BBB, já havia reclamações no X (antigo Twitter) sobre “pautas” e “militância” na casa. Teria sido coincidência a programação de um filme com capacidade de acirrar os ânimos contra Juninho? O filme foi assistido por Juninho, Leidy Elin, Bin Laden, Deniziane Ferreira, Matteus Amaral e Giovanna Lima. A produção ainda pediu a Juninho para ler a descrição da história. O que é “O Escândalo” Lançado em 2019, o filme dirigido por Jay Roach explora os bastidores do canal de notícias Fox News e a queda de seu poderoso CEO, Roger Ailes, diante das acusações de assédio sexual que marcaram o início de um “movimento importante” dentro da indústria da mídia – meses antes da exposição do produtor de cinema Harvey Weinstein e a explosão do movimento #MeToo. “O Escândalo” é centrado nas experiências de três mulheres da Fox News: Megyn Kelly (interpretada por Charlize Theron), Gretchen Carlson (interpretada por Nicole Kidman) e uma personagem inventada chamada Kayla Pospisil (interpretada por Margot Robbie), que resume a experiência de outras mulheres na empresa. “Escândalo” detalha não apenas as acusações individuais contra Ailes, mas também a atmosfera tóxica e o sistema que permitiu os comportamentos abusivos, demonstrando como as situações aconteciam de forma cotidiana e vinham sendo tratadas como se fossem parte da normalidade. Cherlize Theron e Margot Robbie foram indicadas ao Oscar pelos papéis, mas quem venceu a estatueta foi a equipe de maquiagem, pela transformação de Theron em Megyn Kelly. A Globo vai exibir o filme nesta quarta (7/2) às 23h15, após o “BBB 24”. um filme sobre ASSÉDIO logo nessa semana, com Leidy, Deniziane e Matteus juntos com Juninho?????? A globo não é inocente — Luiz 🐆 (@luizcmorais) February 7, 2024 gente, tá o juninho, leidy, bin, anny, matteus e giovanna no cinema do lider.. o filme é sobre o assedio sexual (o escandalo) etal a voz mandou o juninho ler o papel ????? pic.twitter.com/vAojnOEmyx — Theus (@theuscomentxl) February 5, 2024 Siiiiiim, hj depois de ter assistido ao filme do dono da Fox hoje, ela falou que até as falas do cara pareciam as do Juninho — Alice (@euquerobenlu) February 7, 2024 Leidy contando pra Cunhã como foi o filme. Ela gostou mesmo, hein?! 🩷 🎥 Reprodução: GloboPlay#TeamLeidy #BBB24 pic.twitter.com/t0Cw7Ffi2M — Leidy Elin 🌪️ (@leidyelin) February 6, 2024 Leidy: "Esse filme [do Cinema] parece que foi uma indireta pro Juninho! Muito bom… Tinha até umas falas que ele falou ontem." #BBB24 pic.twitter.com/gRcOlJNJ25 — Dantas (@Dantinhas) February 5, 2024
Diretor de “O Quinto Elemento” é inocentado de acusações de estupro
O diretor Luc Besson, conhecido por “O Quinto Elemento” (1997) e “Lucy” (2014), foi inocentado das acusações de estupro relatadas pela atriz Sand Van Roy. A decisão foi decretada pelo tribunal de justiça francês nesta quarta-feira (21/6) e colocou um fim no processo que durou mais de cinco anos. Ao longo desse período, o julgamento foi marcado por vários episódios que inocentaram Besson. Em comunicado divulgado pelo The Hollywood Reporter, o advogado do diretor, Thierry Marembert, declarou sua vitória. “Confirma todas as decisões dos últimos cinco anos que o consideraram inocente. Assim, definitivamente, põe fim a este processo iniciado em 2018, durante o qual Luc Besson foi sistematicamente inocentado por todos os magistrados que examinaram o caso. Como advogado, saúdo este procedimento exemplar, que permitiu a manifestação da verdade de que Luc Besson é inocente”, disse. A atriz belga-holandesa havia apresentado a primeira denúncia por estupro contra o diretor francês em maio de 2018. Um dia antes do ocorrido, ela se encontrou com ele no hotel de luxo Le Bristol, em Paris. Dois meses depois, a atriz acrescentou outros estupros e agressões sexuais cometidas por Besson na denúncia. Vale mencionar que ela manteve um relacionamento de dois anos com o diretor, quando fez pequenos papéis em alguns de seus filmes, como “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas” (2017). O caso começou a apresentar problemas quando a atriz fez exames toxicológicos para corroborar sua alegação de que tinha sido drogada pelo diretor, mas o resultado foi negativo. No final daquele mesmo ano, Besson foi interrogado pela polícia e os promotores encerraram a investigação inicial em fevereiro de 2019, sob a justificativa de falta de evidências. Inconformada com a situação, a atriz apresentou nova denúncia em âmbito civil, que gerou uma reabertura do processo. Mais oito acusações de agressão Após a acusação de Van Roy, o portal francês Mediapart foi atrás de outras denúncias e colheu depoimento de oito mulheres não identificadas, que também apresentaram acusações de assédio, basicamente por gestos considerados inadequados. Na época, o movimento #MeToo estava repercutindo em Hollywood, o que incentivou mulheres a acusarem agressores que atuavam na indústria do entretenimento, como foi o caso do produtor Harvey Weinstein. Dentre as acusações contra Besson, uma ex-funcionária, encarregada da seleção de elenco em seus filmes, denunciou o diretor por conta de um ambiente de trabalho extremamente sexualizado. Uma atriz não identificada também alegou ter sofrido atos de violência durante as “reuniões profissionais” do diretor em quartos de hotel no início dos anos 2000, onde ele teria se jogado sobre ela. Todas as acusações estariam prescritas e não geraram processos.
Modelo processa Disney por estupro sofrido em 2001
A modelo e ativista Sara Ziff entrou com uma ação no tribunal civil de Nova York nesta quinta-feira (6/4) alegando que foi estuprada quando adolescente por Fabrizio Lombardo, um ex-executivo da Miramax descrito como o “capanga” de Harvey Weinstein. Além de Lombardo, Ziff também está processando a Miramax e a Disney, alegando que as empresas estavam cientes de que Lombardo e Weinstein usavam seus cargos e influência para atrair mulheres. O processo foi aberto sob a Lei de Sobreviventes Adultos de Nova York, que suspendeu temporariamente a prescrição de violência sexual para vítimas de crimes antigos. “Hoje dei um passo importante para buscar responsabilidade e, finalmente, avançar para a cura. O que aconteceu comigo aos 19 anos foi um momento catalisador para o trabalho da minha vida”, disse Ziff em um comunicado sobre o processo. De acordo com seu processo, Ziff era uma modelo de 19 anos e aspirante a atriz quando conheceu Lombardo em 2001. Seu agente recomendou que ela comparecesse a uma exibição do filme “Falcão Negro em Perigo (2001), em Nova York, com Lombardo, que na época era executivo da Miramax. Na exibição, Lombardo prometeu apresentá-la a Harvey Weinstein, que poderia ajudá-la na carreira de atriz. Segundo o processo, quando chegaram ao hotel, Lombardo a conduziu até a suíte da cobertura. Lá, ela começou a duvidar da situação e, logo em seguida, Lombardo começou a fazer “avanços indesejados” esfregando sua coxa na modelo, enquanto Ziff afastava suas mãos. “Desesperada para impedir que o Sr. Lombardo a tocasse, mas com medo de perder oportunidades profissionais, a Sra. Ziff deixou claro que tinha namorado e não estava interessada nele”, afirma o processo. Revoltado com a rejeição da modelo, Lombardo teria forçado Ziff a deitar na cama e a estuprou enquanto ela gritava que não queria ter relações sexuais com ele. Quando terminou, Lombardo ainda teria dito que “era fantástico que uma garota tão nova achasse um homem da idade dele atraente”. Semanas após o estupro, Lombardo teria convidado Ziff para três reuniões diferentes. Uma delas, inclusive, com Harvey Weinstein e o fotógrafo Patrick Demarchelier. Segundo os laudos do processo, Ziff compareceu às reuniões porque tinha medo que o Sr. Lombardo usasse suas poderosas conexões na indústria para destruir sua carreira, que ainda estava começo. “Lombardo nunca teria sido capaz de estuprar a Sra. Ziff se não fosse por sua posição na Miramax e na Disney”, afirma o processo. A Disney, que era dona da Miramax no período, não respondeu aos pedidos de comentários. Harvey Weinstein também é apontado como réu no processo, assim como os atuais proprietários da Miramax. “Sara Ziff não está acusando Harvey Weinstein de estupro nem alega que houve qualquer má conduta sexual dirigida a ela pelo Sr. Weinstein. Suas alegações de estupro são dirigidas a Fabrizio Lombardo”, disse Imran H. Ansari, advogado de Weinstein. “Sr. Weinstein nega firmemente que tenha qualquer responsabilidade pela suposta conduta de outro”. Na época da suposta agressão de Ziff, Lombardo era amigo próximo de Weinstein e chefe da Miramax na Itália. Weinstein, inclusive, foi padrinho de casamento de Lombardo em 2003. Em 2017, a atriz Asia Argento (“Triplo X”) e as modelos Samantha Panagrosso e Zoë Brock alegaram que Lombardo “arrumava” mulheres para Weinstein, atraindo-as para reuniões privadas com o produtor, que as violou. Argento disse à Variety que, durante o Festival de Cannes de 1997, Lombardo a enganou para que ela fosse ao quarto de Weinstein no Hôtel du Cap-Eden-Roc, onde ela acabou sendo estuprada. A modelo australiana Zoë Brock também afirmou que Lombardo a enganou para ir ao quarto de hotel particular de Weinstein no mesmo festival, onde o magnata do cinema se despiu e a perseguiu pelo quarto. “Acredito que ele era um capanga do Weinstein e responsável por lhe ajudar a conseguir mulheres”, escreveu a modelo em suas redes sociais. Em 2017, o diretor de cinema britânico Nigel Cole (“De Repente é Amor”) tuitou sobre um encontro com Lombardo em um almoço no Festival de Cannes de 2003: “Perguntei a ele o que ele fazia por Harvey e ele respondeu que era o seu cafetão”. Na época das primeiras acusações, Lombardo negou veementemente de que agia como um capanga de Weinstein. Sara Ziff, por sua vez, tem sido uma forte militante na luta pela equidade de gênero no mundo da moda. Em 2012, ela fundou a Model Alliance, um grupo de defesa de melhores condições de trabalho para modelos e trabalhadores da indústria. Disney, Lombardo e Miramax ainda não se pronunciaram sobre as acusações.
Harvey Weinstein é condenado a mais 16 anos de prisão
O produtor de cinema americano Harvey Weinstein voltou a ser condenado nos EUA por abuso sexual. Ele recebeu uma nova pena de 16 anos por estupro num tribunal de Los Angeles nesta quinta-feira (23/2). A sentença se soma aos 23 anos que Weinstein já está cumprindo em Nova York após uma condenação de 2020. Os jurados do Tribunal Superior de Los Angeles consideraram Weinstein culpado de três acusações: estupro forçado, cópula oral forçada e penetração sexual por objeto estranho. O veredito foi dado em dezembro passado, mas a sentença só foi revelada nesta quinta-feira. Todas as três acusações foram relacionadas a uma mulher, referida como “Jane Doe 1” no tribunal. Ela disse ter sido agredida em um hotel de Beverly Hills em fevereiro de 2013, enquanto estava na cidade para participar do Los Angeles Italia Film Festival. Weinstein, no entanto, escapou de outras quatro acusações. Ele foi absolvido de uma acusação de agressão sexual envolvendo uma massoterapeuta e os jurados não entraram em consenso sobre duas acusações feitas por Jennifer Siebel Newsom, documentarista e esposa do governador Gavin Newsom da Califórnia, e da modelo e roteirista Lauren Young. No julgamento, os promotores tentaram estabelecer um padrão de comportamento abusivo de Weinstein por meio dos depoimentos de quatro testemunhas, cujas alegações levaram às sete acusações criminais, bem como de outras quatro mulheres que tiveram permissão para testemunhar que haviam sido abusadas por ele. A defesa de Weinstein optou por uma tática sensacionalista ao argumentar que as mulheres tiveram um relacionamento consensual com o Sr. Weinstein e conscientemente fizeram sexo com ele em troca de favores profissionais. O advogado Mark Werksman chegou a chamar as vítimas de “vagabundas”, ao buscar justificar os atos do seu cliente como parte da cultura de Hollywood. Segundo Werksman, o que Weinstein cometeu não foi estupro, mas “sexo transacional”, algo que ele afirma ser comum na indústria do cinema dos EUA. “Olhe para o meu cliente”, disse Werksman, durante o julgamento. “Ele não é nenhum Brad Pitt ou George Clooney. Você acha que essas lindas mulheres transaram com ele porque ele é gostoso? Não, foi porque ele é poderoso”. Durante o interrogatório de Siebel Newsom, ele acusou-a de reenquadrar sua experiência com Weinstein como negativa somente após a explosão do movimento #MeToo em 2017. A certa altura, ele disse aos jurados que a Sra. Siebel Newsom era “apenas mais uma idiota que dormiu com Harvey Weinstein para progredir na vida”. Ao longo de dois dias de testemunho, Siebel Newsom disse que foi estuprada por Weinstein em 2005 em seu quarto de hotel em Beverly Hills depois que ela concordou em se encontrar com ele para discutir sua carreira. Ela disse que não se apresentou antes porque tentou ignorar o incidente como “uma forma de deixar de lado minha tristeza, meu medo, meu trauma, para que eu pudesse seguir em frente com minha vida”. “Durante o julgamento, os advogados de Weinstein usaram sexismo, misoginia e táticas de intimidação para atacar, rebaixar e ridicularizar nós, sobreviventes. Este julgamento foi um forte lembrete de que nós, como sociedade, temos trabalho a fazer. Para todos os sobreviventes – vejo vocês, ouço vocês e estou com vocês”, disse Siebel Newsom em um comunicado sobre o veredito. As primeiras denúncias contra Weinstein renderam recentemente um filme, “Ela Disse”, que foi lançado em dezembro nos cinemas brasileiros.
Diretor de “Tár” diz deve a Tom Cruise o salvamento de seu primeiro filme
O ator Tom Cruise (“Top Gun: Maverick”) ajudou a “salvar” o primeiro filme do cineasta Todd Field (“Tár”), o drama “Entre Quatro Paredes” (2001), após o filme ter sido adquirido no Festival de Sundance pela Miramax, empresa de Harvey Weinstein. Na ocasião, Weinstein era conhecido por tirar os filmes do controle dos diretores e realizar inúmeros cortes na sala de edição. E foi exatamente o que aconteceu com “Entre Quatro Paredes”, após sua estreia premiada em Sundance. Em entrevista à revista The New Yorker, Field contou que o então poderoso produtor hollywoodiano assumiu o controle do filme e começou a picotá-lo, com o intuito de torná-lo mais dinâmico. E Field, que antes trabalhava como ator, telefonou para o colega Tom Cruise, com quem havia atuado em “De Olhos Bem Fechados” (1999). “Eu estava chorando no banheiro. Liguei para Tom Cruise e disse: ‘Algo terrível aconteceu'”, lembrou Field. Foi então que Cruise lhe deu diversos conselhos para retomar o controle do filme. “Ele basicamente disse: ‘É assim que você vai jogar. Vai levar seis meses e você vai vencê-lo, mas você tem que fazer exatamente o que eu vou te dizer para fazer, passo a passo.’” Cruise, que já havia trabalhado como produtor antes, disse que Field deveria permitir que Weinstein reeditasse o filme, confiando que a nova versão teria um resultado negativo nas exibições-teste. Depois disso, Field deveria usar as críticas positivas que o filme recebeu em Sundance para sugerir que “Entre Quatro Paredes” fosse lançado em seu formato original. O diretor seguiu os conselhos à risca e o longa acabou mesmo lançado no seu corte original. Não só isso: “Entre Quatro Paredes” recebeu cinco indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme. Além de o ator ter lhe ajudado a salvar o filme, Field também revelou que foi Cruise quem o encorajou a seguir a carreira de diretor. Ele lançou recentemente o drama “Tár”, estrelado por Cate Blanchett, que está colecionando prêmios, figura em diversas listas de melhores do ano e é um forte candidato ao Oscar desse ano. Já Harvey Weinstein tem colecionado acusações e condenações por crimes sexuais.
Harvey Weinstein é considerado culpado por estupro em novo julgamento
O produtor de cinema Harvey Weinstein foi considerado culpado em três novas acusações de estupro. O veredicto foi revelado nesta segunda (19/12), após julgamento que durou dois meses em um tribunal de Los Angeles nos EUA. O júri entendeu que ele deveria ser responsabilizado penalmente pelos crimes de estupro, cópula oral forçada e penetração sexual por objeto estranho, cometidos contra uma das quatro acusadoras, que não tiveram os nomes revelados no julgamento – são identificadas no processo como Jane Doe. Entretanto, o júri considerou Weinstein inocente em outra acusação e não conseguiu chegar a um veredito nos demais casos, inclusive no caso da Jane Doe 3, que durante o julgamento se identifico como sendo a Primeira Dama da Califórnia, Jennifer Siebel Newsom. O júri retornará na terça-feira (13/12) para ouvir os argumentos sobre fatores agravantes para chegar a uma pena. Weinstein deve pegar a pena máxima de 18 anos de prisão, que pode chegar a 24 anos, dependendo de como o júri decidir sobre esses fatores. Weinstein já cumpre na prisão uma sentença anterior de 23 anos, também por estupro, resultante de um julgamento em Nova York. O atual julgamento na Califórnia ficou marcado pela tática grosseira do advogado de Weinstein, Mark Werksman, que resolveu chamar as vítimas dos abusos do produtor de “vagabundas”. Tentando justificar os atos do seu cliente, ele pediu que o júri considerasse que assédios sexuais fazem parte da cultura de Hollywood. Segundo Werksman, o que Weinstein cometeu não foi estupro, mas “sexo transacional”, algo que ele afirmou ser comum na indústria do cinema dos EUA. “Durante o julgamento, os advogados de Weinstein usaram sexismo, misoginia e táticas de intimidação para atacar, rebaixar e ridicularizar nós, sobreviventes. Este julgamento foi um forte lembrete de que nós, como sociedade, temos trabalho a fazer. Para todos os sobreviventes – vejo vocês, ouço vocês e estou com vocês”, disse Siebel Newsom em um comunicado sobre o veredito. As primeiras denúncias contra Weinstein renderam recentemente um filme, “Ela Disse”, que entrou em cartaz há menos de duas semanas nos cinemas do Brasil.
Advogado de Harvey Weinstein chama estupros de “negócios” e vítimas de “vagabundas”
O julgamento do poderoso produtor Harvey Weinstein (“Os Oito Odiados”) está em andamento em Los Angeles. E o advogado de Weinstein, Mark Werksman, inovou ao chamar as vítimas de “vagabundas”. Tentando justificar os atos do seu cliente, ele quer que o júri aceite que abusos sexuais fazem parte da cultura de Hollywood. Segundo Werksman, o que Weinstein cometeu não foi estupro, mas “sexo transacional”, algo que ele afirma ser comum na indústria do cinema dos EUA. “Olhe para o meu cliente”, disse Werksman, durante o julgamento. “Ele não é nenhum Brad Pitt ou George Clooney. Você acha que essas lindas mulheres transaram com ele porque ele é gostoso? Não, foi porque ele é poderoso”. Segundo o advogado, não há absolutamente nenhuma evidência contra seu cliente e toda mulher que testemunhar no julgamento será uma atriz desempenhando um papel. Werksman disse que hoje em dia Hollywood está diferente, mas antigamente o “sexo transacional”, como forma de negócio comercial, era uma prática comum. “O sexo era uma mercadoria para homens ricos e poderosos, como meu cliente”, disse Werksman. “Sexo transacional… pode ter sido desagradável… e agora embaraçoso. Mas todo mundo fez isso. Ele fez isso. Elas fizeram isso”, contou ele, que disse que a prática se chama “teste de sofá”, numa referência à expressão “teste de elenco”. Para o advogado, o movimento #MeToo é como um filme que transformou Weinstein no “Chernobyl de Hollywood”, colocando-o no papel de vilão radioativo, enquanto as mulheres desempenham o papel de vítimas. “A sequência do teste de sofá é o julgamento #MeToo”, disse ele. “Elas farão o papel da donzela em perigo contra esta fera. Elas têm que mentir para si mesmas, para vocês, e para este tribunal. A hipocrisia delas estará em plena exibição.” Anteriormente, a promotoria pintou uma imagem diferente de Weinstein, dizendo ao júri que o ex-produtor de Hollywood usava reuniões de negócios como disfarce para agredir sexualmente mulheres ao longo de décadas. Segundo a acusação, o poder de Weinstein permitiu que ele se aproveitasse de mulheres que aspiravam entrar na indústria do entretenimento, agredindo-as e assediando-as, além de fazer com que elas ficassem com medo de retaliação. A promotoria também trouxe citações de mulheres que vão testemunhar durante o julgamento, descrevendo como elas foram forçadas a realizar sexo oral, e como foram apalpadas, acariciadas e estupradas. Já a defesa do acusado pediu para o júri usar seu “bom senso” e perceber que não há nenhum tipo de prova contra Weinstein, que não foi feito nenhum boletim de ocorrência, não foi utilizado nenhum kit de estupro, ou retirado amostra de DNA ou sêmen, e não há nenhum vídeo comprovando as alegações. “Isso tudo vai se resumir a ‘acreditem em mim'”, disse o advogado a respeito das vítimas. “Se uma acusadora espera anos, a alegação se resume à palavra dela”. Porém, a promotoria planeja trazer um psiquiatra forense para servir como testemunha especializada e educar o júri a respeito dos “mitos do estupro”, o que explicaria alguns desses comportamentos descritos pela defesa de Weinstein. Werksman tentou pintar uma imagem diferente de Weinstein, contando a sua origem humilde e dizendo que ele trabalhou duro. O advogado também pediu aos jurados que não se distraíssem com as histórias de jatos particulares e festas com celebridades. “Com tremenda fama e fortuna veio a fama dos caçadores de fortunas”, disse ele. Para a defesa, as mulheres que agora o acusam de estupro fizeram “sexo consensual com Weinstein” porque queriam explorar as conexões e o poder do produtor. Segundo ele, essas mulheres estavam fazendo “sexo em troca de algo de valor.” Seriam, portanto, basicamente prostitutas. O advogado de Weinstein direcionou sua atenção para as declarações da atriz e documentarista Jennifer Siebel Newsom (“Fair Play”), esposa do governador da Califórnia, Gavin Newsom, que acusou Weinstein de estuprá-la em um quarto de hotel em 2005. Siebel Newsom se tornou uma das principais vozes contra o assédio e agressão sexual nos últimos anos. “Ela se tornou uma figura proeminente do movimento #MeToo”, disse Werksman, afirmando que, na época do ocorrido, ela não era ninguém em Hollywood. Werksman disse ao júri que durante o suposto estupro em 2005, Siebel Newsom alega que fingiu um orgasmo para acabar com a agressão mais rapidamente. Porém, para o advogado, não há “sinal de consentimento mais entusiasmado” do que “sim, sim, sim”. E é por isso que, segundo ele, “o Sr. Weinstein acreditava que ela consentiu”. O advogado também argumentou que Weinstein era um grande doador do Partido Democrata e que ele fez contribuições para Gavin Newsom ao longo dos anos. Além disso, Werksman também contou que, em 2007, Weinstein recebeu o casal como convidados em uma das suas festas, quando Newsom era prefeito de São Francisco. “Ela trouxe o marido para conhecer e festejar com o seu estuprador. Quem faz isso?” questionou Werksman. “Ele pegou dinheiro do estuprador de sua esposa para financiar suas campanhas políticas.” Werksman disse também que se Siebel Newsom não fosse esposa do governador, “ela seria apenas mais uma vagabunda que dormiu com Harvey Weinstein para se dar bem”.




