O sindicato de produtores de cinema e TV dos Estados Unidos (PGA, na sigla em inglês) decidiu iniciar o processo de expulsar seu membro mais poderoso, Harvey Weinstein, alvo de um escândalo de abuso sexual que se estende por cerca de quatro décadas. A diretoria do sindicato decidiu “por unanimidade iniciar o procedimento para acabar com a participação” do outrora magnata de Hollywood.
Mas, ao contrário da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que o expulsou sumariamente, o PGA dará oportunidade para Weinstein se defender. “O senhor Weinstein terá a oportunidade de responder (às acusações) antes que o sindicato tome uma decisão em 6 de novembro”, informou a entidade em comunicado.
Mais de 40 mulheres já declararam terem sido abusadas pelo produtor desde que a atriz Ashley Judd tomou coragem para ser a primeira a denunciar publicamente o comportamento do magnata, numa reportagem do jornal The New York Times, publicada em 5 de outubro. Em pouco mais de uma semana, diversas estrelas famosas compartilharam suas experiências de terror com Weinstein, entre elas Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Rose McGowan, Léa Seydoux e Cara Delevingne. Uma reportagem ainda mais polêmica, da revista New Yorker, apresentou as primeiras denúncias de estupro, inclusive da atriz Asia Argento.
Após o escândalo ser revelado, Weinstein foi demitido da própria produtora, The Weinsten Company, teve os créditos de produtor retirado de todos os projetos em andamento de que participa e foi expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, responsável pelo Oscar, e pelo BAFTA, a Academia britânica. Ele também deve enfrentar um processo criminal.