Os cinemas recebem três estreias amplas nesta quinta (10/8), além de quatro lançamentos em circuito limitado.
Com maior distribuição, “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas” marca a volta do cineasta francês Luc Besson à ficção científica, duas décadas após “O Quinto Elemento” (1997). Filme mais caro já produzido por um estúdio europeu, o longa custou US$ 177 milhões e teve um péssimo desempenho nos EUA, caindo abaixo do Top 10 em três semanas. Por outro lado, causou sensação na França. “Valerian” também dividiu a crítica, com exatos 50% de aprovação no site Rotten Tomatoes. Os maiores elogios são para os efeitos visuais, considerados deslumbrantes. Já a história, que adapta uma história em quadrinhos dos anos 1960, não convenceu.
O visual também é destaque de “Malasartes e o Duelo com a Morte”, filme com mais efeitos digitais já feito no Brasil. Longe de ser uma extravagância como “Valerian”, afinal custou só R$ 9,5 milhões, a comédia utiliza computação gráfica em 40% de sua projeção, o que fez com que passasse dois anos em pós-produção. Dá para perceber: Leandro Hassum (“Até que a Sorte nos Separe”) ainda estava gordo em cena.
O filme gira em torno de personagens do folclore e se apresenta como uma comédia caipira. Na trama, o matuto Pedro Malasartes é o homem mais esperto que existe, mas vai precisar se superar para enfrentar ao mesmo tempo o irmão de sua namorada, a Morte e a Parca Cortadeira. Jesuita Barbosa (“Praia do Futuro” e minissérie “Nada Será Como Antes”) vive o herói do título e o elenco ainda inclui Isis Valverde (“Faroeste Caboclo”), Milhem Cortaz (“O Lobo Atrás da Porta”), Vera Holtz (“TOC: Transtornada Obsessiva Compulsiva”) e Júlio Andrade (“Redemoinho”), como a Morte.
“O Reino Gelado: Fogo e Gelo” é a terceira aventura da franquia animada russa, que se inspira na mesma fábula que rendeu “Frozen”. Longe de lembrar o desenho da Disney, a produção computadorizada depende da fama de seus dubladores nacionais para atrair as crianças. A principal estrela é Larissa Manoela, que empresta sua voz à princesa Gerda desde o segundo filme. Neste, ela ainda se junta ao ex-namorado João Guilherme, que estreia na franquia como dublador do aventureiro Rony, um novo personagem que inclui piratas na história.
O público infantil ainda tem a opção de “Diário de um Banana: Caindo na Estrada”, mas num circuito bem menor. Vale lembrar que “Diário de um Banana” (2010) chegou ao Brasil sem muito alarde, direto em DVD, o que fez com que as sequências fossem lançadas em poucos cinemas. O novo capítulo representa um reboot da franquia, com a estreia de um novo elenco – incluindo Alicia Silverstone (“Patricinhas de Beverly Hills”) como a mãe. Já a trama é a típica comédia de férias frustadas.
“O Estranho que Nós Amamos” recria um western estrelado por Clint Eastwood em 1971. Sob a direção de Sofia Coppola (“Bling Ring”), premiada no Festival de Cannes deste ano, o suspense aumenta e vira quase um terror gótico, passada numa antiga mansão rural à luz de velas. Colin Farrell (“Animais Fantásticos e Onde Vivem”) vive um soldado ianque ferido na Guerra Civil, socorrido por alunas e professoras de uma escola sulista para meninas, que aos poucos passam a ver o inimigo com outros olhos.
Com 78% de aprovação no site Rotten Tomatoes, o longa é a segunda parceria de Coppola com a atriz Elle Fanning (as duas trabalharam juntas em “Um Lugar Qualquer”) e a terceira com Kirsten Dunst (após “As Virgens Suicidas” e “Maria Antonieta”). Além delas, as atrizes Nicole Kidman (“Olhos da Justiça”) e Angourie Rice (“Dois Caras Legais”) se destacam na seleção de loiras da produção.
Duas produções europeias completam a programação limitada. “A Viagem de Fanny” é basicamente a versão feminina de “Os Meninos que Enganavam Nazistas”, que entrou em cartaz na semana passada, mostrando as aventuras de meninas judias em fuga dos nazistas pela Europa dos anos 1940.
Bem superior, “O Dia Mais Feliz da Vida de Olli Mäki” é uma estilosa cinebiografia de um boxeador finlandês que se apaixona do dia em que pode se tornar campeão mundial. Filmado em preto e branco, lembra um filme antigo, recriando com perfeição a época e a estética do cinema do começo dos anos 1960. Venceu a mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes em 2016 e o prêmio de “Descoberta do Ano” da Academia Europeia.
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