O veterano comediante Bill Cosby escapou da prisão. O ruidoso julgamento em que ele era acusado por estupro foi anulado neste sábado (17/6), depois que o júri não alcançou um veredicto por unanimidade, condição exigida pela Justiça americana para uma condenação. Foram mais de 50 horas de deliberações, sem que as cinco mulheres e os sete homens do juri chegassem a um consenso sobre a culpa ou a inocência de Cosby.
A anulação foi uma vitória parcial para o ator de 79 anos, que respondia acusação de abuso sexual cometida contra Andrea Constand em 2004. Caso fosse condenado, a estrela do popular sitcom “The Cosby Show” (1984-1992) corria o risco de ser condenado a 30 anos de prisão.
Mas Cosby ainda não está totalmente livre. O promotor do condado de Montgomery, Kevin Steele, que havia acusado o ator, indicou que solicitará a abertura de um novo processo, como autoriza a lei. Isto significa que haverá um segundo julgamento com outros jurados.
O caso de Constand foi o único que originou processo criminal, após mais de 60 mulheres apresentaram denúncias de abuso sexual contra Cosby. As outras denúncias tinham prescrito e não puderam ser levada a júri, mas ainda rendem ações na Justiça civil.
Na ausência de testemunhas diretas ou elementos materiais de prova, todo o processo se concentrou no depoimento de seus dois protagonistas, Bill Cosby e Andrea Constand.
O ator reconheceu que teve contato com a jovem na noite de janeiro de 2004, mas assinalou que se tratou de uma relação consensual. Também admitiu que deu a Andrea um sedativo, mas alegou que queria apenas que ela relaxasse, uma vez que havia dito que estava estressada.
Já a canadense de 44 anos, que trabalha como massagista terapêutica em Toronto, apresentou incoerências em diversas declarações, destacadas com insistência pela defesa.