O Sindicato dos Roteiristas dos EUA (WGA, na sigla em inglês) chegou a um acordo provisório com representantes dos estúdios de cinema e televisão, o que evitou uma greve que poderia ter paralisado a produção de filmes e programas de TV.
No novo contrato definido nesta terça-feira (2/5), as partes combinaram que as temporadas de televisão serão mais curtas – um tema importante desde o advento dos serviços de streaming – e haverá um aumento de 15% nos royalties (conhecidos como residuais) de TV.
A novidade foi divulgada no site do WGA como uma grande conquista. “Esse resultado e essa determinação são um testamento de sua coragem e sua fé em nós como seus representantes”, diz o texto do sindicato. Os membros ainda têm que aprovar o pacto.
O sindicato possui 9 mil integrantes e já tinha realizado uma votação para determinar se entraria em greve caso não conseguisse avanços significativos em suas negociações. Com os membros favoráveis a grave, a data-limite para uma proposta do estúdio era esta terça-feira.
O foco das negociações foi justamente a diferença entre os números de episódios de séries da TV paga e streaming e as produções das grandes redes. O sindicato diz que seus membros, que são pagos por episódio, sofreram uma redução média de 23% na renda nos últimos três anos pelo aumento de número de séries “curtas”. Tradicionalmente, as séries a TV aberta duram 22 capítulos, enquanto a média da TV paga e streaming são 13 episódios.
O acordo prevê aumento de pagamento por episódio, compensado com a diminuição do número total de capítulos nas grandes redes, e foi fechado com a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão, que representa as gigantes do entretenimento Comcast Corp, Walt Disney, CBS, Viacom, Time Warner Inc. e Twenty-First Century Fox Inc.
Se uma greve fosse convocada, o primeiro impacto seria visto pelo público nos talk shows de fim de noite da TV americana, que usam equipes de roteiristas para criar piadas sobre temas atuais.
A última greve do WGA ocorreu entre 2007 e 2008 e durou 100 dias. As redes de TV exibiram reprises e mais reality shows, os cronogramas de produção de filmes foram atrasados e o prejuízo para a economia do Estado da Califórnia foi estimado em US$ 2,1 bilhões, com cerca de 37 mil pessoas perdendo o emprego, segundo relatório do instituto de pesquisa Milken.