O cineasta mineiro João Batista de Andrade, atual secretário-executivo do Ministério da Cultura, aceitou o convite do ministro Roberto Freire para assumir a presidência da Agência Nacional do Cinema (ANCINE). O mandato do atual diretor-presidente da agência, Manoel Rangel, encerra-se no dia 20 de maio.
Com um extenso currículo, Andrade dirigiu, entre outros filmes, “Doramundo” (1978), suspense político sobre uma série de mortes na cidade de Paranapiacaba, e o clássico “O Homem que Virou Suco” (1980), com José Dumont no papel de um poeta nordestino que vai a São Paulo sobreviver de sua arte, além de “O País dos Tenentes” (1987), que coloca em discussão o fim da ditadura militar, e o documentário “Vlado, Trinta Anos Depois” (2005), sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog em 1975, após ser torturado por agentes da ditadura militar.
Antes de assumir a secretaria-executiva do MinC, o diretor de 77 anos foi secretário de Cultura do Estado de SP, entre 2005 e 2006, no governo Alckmin. E também foi presidente da Fundação Memorial da América Latina, de 2012 a 2016.
Sua indicação agora segue um rito. Primeiro, será levada para sanção do presidente, Michel Temer. Depois, ele será sabatinado por uma comissão do Senado, e, mais tarde, sua nomeação deverá passar por aprovação dos senadores em plenário. Esse processo deve coincidir com a saída de Rangel da agência.
Andrade disse ao jornal O Globo que sua política, ao assumir a ANCINE, será priorizar o investimento nas novas tecnologias e na adequação da legislação para acomodar as modernizações pelas quais passam o audiovisual.
“Eu acho que tem que modernizar muito. A política cinematográfica precisa se atualizar, diante das transformações pelas quais estamos passando, diante de tantas mudanças tecnológicas. Tem essa história do VoD (video on demand) e o papel das teles na distribuição de audiovisual. Está mudando o panorama no mundo inteiro. A própria legislação está atrasada e precisa mudar”, refletiu.