O diretor americano Oliver Stone vem ao Brasil para divulgar seu mais novo filme, “Snowden – Herói ou Traidor”, anunciou a Disney, distribuidora da produção no país.
O cineasta participará de uma pré-estreia do longa, na qual receberá convidados e fãs. A data do evento não foi divulgada, mas deverá ser na primeira semana de novembro. “Snowden” tem lançamento em circuito nacional marcado para 10 de novembro.
Conhecido por abordar temas controversos e políticos em filmes como “Salvador – O Martírio de um Povo” (1986), sobre a guerra civil em El Salvador, e “Platoon”, que mostra os horrores da guerra do Vietnã e rendeu ao diretor prêmio no Oscar, Globo de Ouro e BAFTA, Oliver Stone também filmou cinebiografias de vários presidentes americanos e fez um documentário chapa branca sobre Hugo Chavez, “Mi Amigo Hugo” (2014).
No novo trabalho, ele conta a história de Edward Snowden, responsável por denunciar as técnicas ilegais de vigilância da NSA, agência de segurança dos Estados Unidos.
O filme cobre desde o começo da carreira de Snowden como recruta do exército aos 20 anos, sua integração à CIA aos 22 e sua promoção para a divisão de informática do NSA aos 26, até o ato que o transformou no homem mais procurado do mundo aos 29, ao denunciar o maior esquema institucionalizado de espionagem já visto. Snowden copiou e divulgou para a imprensa o programa secreto americano de espionagem indiscriminada da internet e telefonia celular, que, desrespeitando o direito à privacidade, vigiou desde pessoas comuns a governos estrangeiros. O escândalo o levou a ser considerado traidor pelo governo americano, precipitando sua fuga do país e uma perigosa caçada internacional.
O papel é vivido por Joseph Gordon-Levitt (“A Travessia”).
Em setembro, Stone chegou a revelar, em entrevista à agência de notícias Reuters, que pensou em recusar o convite para fazer o filme. “Não queria fazer, não queria problemas”, disse na ocasião. Ele contou ter mudado de ideia depois de conhecer Snowden na Rússia.
O diretor esteve em 2010 no Brasil para lançar outro filme, o documentário “Ao Sul da Fronteira”, em que entrevistou os governantes populistas da América do Sul, antes dos escândalos de corrupção e dos fracassos econômicos levarem a uma mudança radical no mapa geopolítico da região. Na ocasião, ele se disse admirador de Lula, a quem entrevistou para o filme, e defendeu sua indicação ao Prêmio Nobel da Paz, por defender o direito do Irã de produzir material radioativo.