O ator Rodrigo Santoro revelou que viver Jesus Cristo, durante a filmagem de “Ben-Hur”, superou tudo o que ele poderia imaginar. Mesmo afirmando ser mais “espiritualizado” do que religioso, ele descreveu o papel como “uma jornada, íntima, espiritual e transformadora”, durante encontro com a imprensa brasileira, em evento de divulgação do filme realizado em São Paulo. “Transcendeu as minhas expectativas”, ele resumiu.
Santoro rodou sua participação em “Ben-Hur” na cidade de Matera, no sul da Itália, e filmou a cena crucificação na quarta-feira de cinzas deste ano, durante um dia muito frio, precedido por uma noite de nevasca.
“Eu cheguei ao set às 2h e saí da maquiagem às 8h, com o corpo todo preparado. Estava um frio tremendo e eu pedi para gravarmos sem cortar, que eu mesmo recomeçaria a cena do início se houvesse algum problema. Isso tudo ajudou muito, porque quando eu dizia as minhas três falas o pessoal da equipe e os extras ficavam emocionados”, ele contou.
“Foi uma cena fortíssima, eu nunca vou me esquecer. Depois, congelei, não me lembro mais o que aconteceu. É uma sensação indescritível estar pregado numa cruz e dizer todas aquelas coisas”, continuou o ator, que ainda brincou com a sua própria reação. “Agora, não vale escrever que o ator se emocionou ao falar da cena da crucificação!”
O britânico Jack Huston, que também veio ao Brasil para promover o filme, confirmou que foi um momento de catarse. “Rodrigo é um ator muito devotado. Ele se entrega. Seja você religioso ou não, já que somos invadidos por essas imagens de Jesus desde pequeno, estar no meio dessa cena, com os soldados e os fiéis, foi uma emoção muito grande. Eu e muitas outras pessoas caímos em lágrimas literalmente. E olhe que não sou religioso, também estou mais para uma pessoa espiritualizada. Mas aí está uma outra coisa que foi importante: não o tratávamos como Jesus, mas como um homem comum que ensinava as pessoas a se amar”, disse Huston.
Dirigido pelo cazaque Timur Bekmambetov (“Abrahm Lincoln: Caçador de Vampiros”), “Ben-Hur” faz uma releitura do romance “Uma História dos Tempos de Cristo”, de Lew Wallace, que já foi adaptado antes para o cinema. A versão mais famosa é de 1959, dirigida por William Wyler, que venceu 11 Oscars.
No filme atual, Huston vive o protagonista, Judah Ben-Hur, papel originalmente feito por Charlton Heston (1923-2008), e comentou as diferenças entre as duas produções. “Concentramos o (nosso) filme mais na ação. O fim também é diferente da versão anterior: tem uma mensagem mais positiva, até como uma resposta a tudo o que está acontecendo no mundo”, resumiu.
“Ben-Hur” estreia em 18 de agosto no Brasil, um dia antes do lançamento nos EUA.