Como Eu Era Antes de Você: Escritor tetraplégico reclama de ser citado no filme

O escritor tetraplégico Francesco Clark não gostou de ver seu nome e obra usados no filme “Como Eu Era Antes de Você”. O melodrama romântico cita o livro de Clark, “Walking Papers”, […]

O escritor tetraplégico Francesco Clark não gostou de ver seu nome e obra usados no filme “Como Eu Era Antes de Você”. O melodrama romântico cita o livro de Clark, “Walking Papers”, numa cena-chave. O motivo de sua reclamação é spoiler do final do longa-metragem.

“Eu fiquei surpreso ao descobrir que, em uma cena importante do filme, o destaque é meu livro ‘Walking Papers’, que eu escrevi sobre minha experiência depois de ter sofrido uma lesão na medula espinhal, após um acidente de mergulho”, contou Clark ao site Page Six. “Não me perguntaram se meu livro poderia ser incluído no livro, nem me avisaram sobre essa inclusão. Embora a história seja baseada em uma ficção, meu livro e minha vida não são”, ele protestou.

O que revoltou Clark é que o filme mostra o oposto do que ele se esforça para transmitir. “Eu trabalhei incansavelmente para mostrar para todo mundo que ser tetraplégico não é o fim da vida de ninguém, é um novo começo”, disse o escritor ao site. “Não estou tomando um posicionamento contra o suicídio assistido, estou dizendo que fiquei revoltado por me associarem a uma história que diz que a única ou a melhor saída para pessoas como eu é a morte”.

Clark disse que vai continuar espalhando uma mensagem de positividade e esperança para as pessoas que sofreram ferimentos como os seus ou que conhecem e amam alguém que sofreu. “Sou um perfeito exemplo de que a vida não só continua como se torna melhor a cada dia”.

Em entrevista, a escritora Jojo Moyes, autora do livro que virou o filme, que ela própria adaptou em roteiro de cinema, disse também ter se inspirado numa história real. “Li nos jornais a história de um jovem atleta que decidiu pelo suicídio assistido depois de ficar tetraplégico. Para mim, foi muito chocante. Eu não conseguia entender por que ele tinha tomado a decisão e por que os pais haviam aceitado. Então, fiz o exercício de me colocar no lugar de cada um envolvido nessa história: o jovem, os pais, a pessoa que tenta fazê-lo mudar de ideia”, ela justificou.