É tanto lançamento de filme brasileiro com o subtítulo “O Filme” que já parece piada pronta. “Apaixonados – O Filme”, de Paulo Fontenelle (“Se Puder… Dirija!”), por exemplo, parece usar o termo para justificar sua ida ao cinema. Deve se ver cinematográfico por imitar a estrutura da comédia romântica hollywoodiana com tramas paralelas, mas acaba televisivo ao imprimir ao formato um “humor brasileiro”, saído de programas tipo “Zorra Total” – caso, principalmente, do gringo assediado por duas mulheres.
A trama paralela que poderia render um filme centra-se numa porta-bandeira de escola de samba, vivida por Nanda Costa. Trata-se de uma atriz que costuma surpreender quando bem aproveitada, como demonstrou em “Febre do Rato”, de Cláudio Assis. E seu romance com um médico consegue despertar algum interesse, pelos desencontros que acontecem e pela ambientação carnavalesca. Assim como a história do rapaz rico e da moça pobre, que também produz algum interesse. Mas ambas acabam reduzidas a um fiapo narrativo, sem nenhum desenvolvimento, sobrepostas por histórias que não despertam a mesma simpatia.
O filme é claramente uma perda de tempo. De fato, a produção poderia muito bem ser realizada como um especial da Rede Globo e não ocupar espaço precioso no circuito cinematográfico. Mas “Apaixonados – O Especial Televisivo” não soa tão bem como título.