A rede americana Fox tem bons motivos para comemorar o começo de 2016. Duas de suas principais atrações de janeiro estrearam com números de campeões de audiência. Após o lançamento no domingo (24/1), sintonizado por mais de 13 milhões de pessoas, a minissérie que revive “Arquivo X” exibiu seu segundo episódio na noite de segunda, conquistando 9,7 milhões de telespectadores e 3,2 pontos no índice demográfico, que mede o público de 18 a 49 anos (alvo dos anunciantes).
A queda de audiência era esperada, pois a exibição de domingo tinha como gancho a transmissão de um jogo de futebol americano. Mesmo assim, apenas outra série da Fox supera atualmente os 3 pontos de audiência: “Empire”.
Para completar o sucesso, a série “Lucifer”, exibida logo em seguida, manteve boa parte do público de “Arquivo X”, sendo assistida por 7,2 milhões e marcando 2,7 pontos de audiência. Isto é praticamente o dobro conseguido pela atração que ocupava o mesmo horário em 2015, “Minority Report”, cancelada no final do ano passado, e superior até ao desempenho de “Sleepy Hollow” e “The Following”, as opções anteriores das noites de segunda na Fox.
Também é um alcance bem superior ao atingido pela primeira série derivada dos quadrinhos da Vertigo (divisão adulta da DC Comics), “Constantine”, que debutou diante de 4,2 milhões de telespectadores na rede NBC em 2014, sendo cancelada com 3,3 milhões em fevereiro passado.
A recepção positiva do público ajudou a Fox a liderar a audiência demográfica da noite. A crítica, porém, mostrou-se dividida em relação às duas atrações. O site Rotten Tomatoes registrou 57% de resenhas favoráveis à volta de “Arquivo X” e apenas 45% a favor de “Lucifer”.
O consenso em relação a “Lucifer” é que o formato de procedimento policial é prejudicial a seu potencial, apesar do charme demonstrado por Tom Ellis (série “The Fades”) como o personagem-título. Mas esta foi a fórmula encontrada pela Fox para colocar no ar uma premissa que seria polêmica até na TV paga, mostrando o lado do diabo em sua disputa eterna com Deus.
Apesar de inspirada nos quadrinhos homônimos da Vertigo, a série pouco tem a ver com a história atordoante escrita por Mike Carey ao longo de 75 edições, repleta de idas e vindas ao inferno, demônios e planos de vingança contra Deus, em que Lúcifer tenta mostrar que seria capaz de fazer um trabalho melhor com a humanidade. Em vez da trama controversa, os produtores optaram por mostrar o anjo caído ajudando a polícia a resolver crimes, ao lado de uma policial (Lauren German, da série “Chicago Fire”) que não existe nos quadrinhos.
O projeto foi desenvolvido pelo roteirista e produtor Tom Kapinos (criador da série “Californication”), mas durante as negociações com a Fox ganhou a adesão de dois pesos pesados, o cineasta Len Weiseman (diretor de “Anjos da Noite” e co-criador de “Sleepy Hollow”) e o produtor Jerry Brukheimer (“Piratas do Caribe” e “CSI”). Weiseman dirigiu o piloto, como fez com “Sleepy Hollow”.