“O Último Caçador de Bruxas” se beneficia da baixa expectativa gerada por sua premissa – Vin Diesel caçando bruxas pela eternidade. O filme não se preocupa muito com o desenvolvimento dos personagens e assume todas as facilidades do roteiro, que nem sempre se encaixa ou se preocupa em fazer muito sentido. Mas boas cenas de ação, bem distribuídas e eficientes na manutenção do ritmo, somadas a efeitos especiais de qualidade, fazem da produção um entretenimento satisfatório.
Na trama, o personagem de Diesel (“Velozes e Furiosos”) é um caçador de bruxas de 800 anos, que se tornou imortal por uma maldição da Rainha Bruxa. Séculos após a morte da vilã, uma conspiração ameaça a paz estabelecida entre humanos e bruxos, e o caçador precisa voltar à atividade na Nova York contemporânea.
O ator, como de costume, demonstra um carisma muito maior do que suas capacidades interpretativas e, sem inventar muito, não compromete. Junto com ele, está Rose Leslie (série “Game of Thrones”), aquela que conhecemos por contar ao John Snow que ele não sabe nada, como uma bruxa boazinha que o auxilia em sua missão. A boa química entre os dois convence.
O elenco ainda destaca Michael Caine (trilogia “Batman: O Cavaleiro das Trevas”), muito bem como um guardião idoso, e Elijah Wood (trilogia “O Senhor dos Anéis”), como o substituto, nem sempre tão bem assim.
O roteiro da dupla Matt Sazama e Burk Sharpless (responsável pelo similar “Drácula: A História Nunca Contada”) em parceria com Cory Goodman (do também similar “Padre”) é simplório, mas o acabamento técnico ajuda “O Último Caçador de Bruxas” a entreter o público. De fato, é possível até elogiar o apuro técnico de sua fotografia, assinada por Dean Semler (“Malévola”), os figurinos, desenhados por Luca Mosca (“De Volta ao Jogo”), e um trabalho bastante impressionante com a maquiagem da Rainha Bruxa, vivida pela atriz francesa Julie Engelbrecht (“As Férias do Pequeno Nicolau”).