Retrospectiva | Os 50 melhores filmes internacionais de 2023
Os blockbusters, os lançamentos em streaming e o circuito de arte se encontram na retrospectiva dos melhores filmes live-actions internacionais do ano. A relação de destaques abrange os títulos lançados no Brasil entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2023, por isso há filmes exibidos e premiados no exterior em 2022. Por outro lado, muitos títulos da temporada do Oscar 2024, que só chegam no país a partir de janeiro de 2024, não foram considerados. Este é o balanço do que de melhor passou pelas telas do país no ano: OPPENHEIMER O blockbuster de Christopher Nolan (“Tenet”) é uma obra monumental sobre a vida de Julius Robert Oppenheimer, físico conhecido por sua participação na criação da bomba atômica durante a 2ª Guerra Mundial. Desafiando categorização, a produção é ao mesmo tempo um drama, um filme de guerra, um thriller e até mesmo um terror. E abre de forma ambivalente, em 1954 com um interrogatório destinado a desacreditar Oppenheimer, que, apesar de ser chamado de “o pai da bomba atômica”, tornou-se um oponente da arma por medo de uma reação em cadeia que poderia causar a destruição do mundo. A história é contada a partir do ponto de vista de Oppenheimer, com flashbacks de seus estudos pré-guerra na Europa, seus encontros com grandes mentes da época, as mulheres que amou e a invenção que precipitou a humanidade na era atômica. Apesar de repleto de diálogos, o longa nunca se perde em conceitos científicos complexos. Em vez disso, Nolan apresenta essas sequências como cenas de ação cativantes, com a música de Ludwig Göransson (que também trabalhou em “Tenet” com o diretor) criando uma atmosfera pesada e envolvente. Mesmo com um impressionante elenco de apoio, que inclui Matt Damon (“Jason Bourne”), Robert Downey Jr. (“Vingadores: Ultimato”) e Emily Blunt (“Um Lugar Silencioso”), o filme é carregado por Cillian Murphy (“Peaky Blinders”), intérprete do personagem-título, que facilita a transformação da narrativa épica, exaustiva e fascinante de Nolan numa reflexão sobre a origem do mundo moderno. OS BANSHEES DE INISHERIN Um dos filmes mais premiados do ano, a dramédia reúne os atores Colin Farrell e Brendan Gleeson com o diretor Martin McDonagh, que trabalharam juntos no ótimo “Na Mira do Chefe” (2008). Com diálogos rápidos e desnorteantes, o longa se passa em 1923, quando um sujeito mais velho (Gleeson) subitamente para de conversar com o seu antigo amigo (Farrell) na ilha irlandesa fictícia de Inisherin, sem lhe oferecer uma explicação para isso. A decisão acaba gerando irritação e consequências para ambos. O que começa com uma pequena desavença vai crescendo e se transforma praticamente em uma guerra, numa metáfora da polarização do mundo atual. Aplaudida por 14 minutos no Festival de Veneza, a produção conquistou os troféus de Melhor Roteiro (para McDonagh) e Melhor Ator (para Farrell) no evento cinematográfico italiano, os primeiros prêmios de um total que não para de crescer – foram cerca de 150 vitórias. Indicado em nove categorias do Oscar 2023, o longa atingiu média de 97% de críticas positivas no Rotten Tomatoes. CONTRATEMPOS A atriz francesa Laure Calamy (“Dix pour Cent”) venceu o prêmio de Melhor Atriz do Festival de Veneza pelo desempenho como a protagonista Julie, uma mãe solteira com dois filhos pequenos para criar. Quando finalmente consegue uma entrevista para um emprego, com chances de sair do aperto financeiro, ela se depara com uma greve nacional de trânsito. O cineasta Eric Gravel (“Crash Test Aglaé”) também foi premiado em Veneza pela direção, que transforma a aflição dramática de quem busca apenas melhorar de vida numa correria digna de thriller tenso. MONSTER Aclamado com 98% de aprovação no site Rotten Tomatoes e vencedor do troféu de Melhor Roteiro no último Festival de Cannes, o novo drama do mestre japonês Hirokazu Kore-eda (“Assuntos de Família”) se desenrola em três partes distintas, iniciando com um incêndio em um prédio que serve como um marco temporal e simbólico para a trama. A primeira seção acompanha a vida de Saori (Sakura Ando), mãe solteira, e seu filho Minato (Soya Kurokawa). Eles compartilham um lar amoroso, porém caótico, revelando uma relação delicada onde Saori ainda sofre pela morte do marido e Minato exibe comportamentos preocupantes. As ações de Minato, incluindo uma confissão sobre o professor Michitoshi (Eita Nagayama), desencadeiam uma cadeia de mal-entendidos e conflitos com a escola. À medida que a história retorna ao incêndio, a perspectiva se altera para Michitoshi, oferecendo uma visão alternativa dos eventos e questionando as noções de culpa e intenção. O filme se torna ainda mais complexo com o terceiro foco em Yori (Hinata Hiiragi), colega de Minato, cuja realidade oscila entre ser um agressor, vítima ou uma figura mais enigmática. Ao longo do filme, observa-se que Minato luta para compreender e expressar seus sentimentos, que parecem estar relacionados à sua sexualidade emergente. A maneira como Kore-eda aborda este aspecto é característica de seu estilo: com empatia e uma perspectiva humana profunda, sem recorrer a estereótipos ou dramatização excessiva – o que lhe valeu a Palma Queer no Festival de Cannes. O sentido do título é multifacetado e simbólico, refletindo os vários mal-entendidos, julgamentos precipitados e percepções distorcidas que os personagens têm uns dos outros. Cada personagem, em algum momento, pode ser visto como um “monstro” aos olhos dos outros. Entretanto, não são necessariamente figuras aterrorizantes ou malévolas, mas pessoas comuns envolvidas em situações complicadas ou mal compreendidas. A história desafia o espectador a refletir sobre como julgamentos apressados podem levar a perceber os outros de maneira distorcida, oferecendo-se como uma lição de empatia. O ritmo meticuloso, seu tom sensível e a trilha sonora de Ryuichi Sakamoto (vencedor do Oscar por “O Último Imperador”), que faleceu em março, antes da première da produção, ampliam a experiência cinematográfica, construindo um ambiente que complementa a montanha-russa emocional retratada. O resultado é uma das melhores obras de um diretor conhecido por só fazer filmes bons. FOLHAS DE OUTONO O 20º longa-metragem do premiado diretor Aki Kaurismäki (“O Porto”) venceu o Prêmio do Júri do último Festival Cannes. Sua narrativa compassiva e despojada acompanha dois indivíduos solitários da classe trabalhadora em Helsinque: Holappa (Jussi Vatanen), um frequentador assíduo de um bar de karaokê, e Ansa (Alma Pöysti), uma funcionária de supermercado que vive sozinha. O cenário outonal pinta Helsinque com tons de cinza e uma atmosfera melancólica, onde os personagens navegam por suas existências marginais. Ela é demitida por pegar um bagel vencido no trabalho e ele enfrenta uma batalha constante com o alcoolismo. Apesar de viverem vidas desencorajadoras, uma noite no bar de karaokê muda o curso de suas trajetórias, quando eles se encontram e vislumbram a possibilidade de um amanhã melhor. Mas, ao contrário das típicas comédias românticas americanas, não há um florescer imediato de romance. Em vez disso, Kaurismäki opta por explorar a gradual descoberta de uma centelha que pode despertar suas almas. Com uma duração concisa de 81 minutos, o filme contém momentos de humor característico de Kaurismäki, como a cena em que Ansa e Holappa assistem “Os Mortos Não Morrem” de Jim Jarmusch, oferecendo uma visão singular sobre a vida cotidiana, a resiliência humana e a busca por conexão – os principais temas da filmografia do mestre finlandês. GODZILLA MINUS ONE Celebrando o 70º aniversário do icônico kaiju japonês, o estúdio Toho lançou sua abordagem mais sombria e introspectiva do monstro gigante, resgatando o Godzilla assustador e poderoso dos primeiros lançamentos. A produção japonesa se destaca pelas sequências de ação bem coreografadas e efeitos visuais impressionantes, apesar de seu orçamento relativamente modesto. Além disso, sua trama também revive os elementos que inspiraram o surgimento da franquia, como a obliteração de Hiroshima e Nagazaki por bombas atômicas no fim da 2ª Guerra Mundial. O caos criado por Godzilla era originalmente uma metáfora para a devastação da guerra e as armas nucleares. Não por acaso, a trama é ambientada em 1946 e segue Koichi Shikishima (interpretado por Ryunosuke Kamiki), um piloto kamikaze desonrado. Após falhar em sua missão suicida, Koichi enfrenta o monstro icônico, que ameaça destruir Ginza e Tóquio. O filme explora a culpa do sobrevivente e sua busca por redenção, enquanto tenta reunir um grupo para combater a criatura. A ação combina cenas emocionantes de ação com melodrama patriótico, capturando com eficácia o sofrimento e a resiliência dos personagens em meio à devastação pós-guerra. A história é intensificada por essa carga emocional, tornando cada confronto com o kaiju não apenas um espetáculo visual, mas também um momento de catarse coletiva. Com isso, a obra não se limita a ser um simples filme de monstro, mas se torna uma exploração da psique japonesa no pós-guerra, uma celebração da resistência humana e da capacidade de superar adversidades inimagináveis. O cineasta Takashi Yamazaki é considerado um gênio dos efeitos visuais, tendo trabalho no game “Onimusha 3” (2003), na adaptação live-action do anime cult “Patrulha Estelar” (2010) e no filme anterior do monstro, “Shin Godzilla” (2016). Como diretor, ele é mais conhecido por assinar animações, como “Friends: Aventura na Ilha dos Monstros” (2011), “Lupin III: O Primeiro” (2019) e os dois “Stand by Me Doraemon” (2014 e 2020). BLACKBERRY A comédia baseada em fatos reais aborda a ascensão e queda da BlackBerry, a empresa canadense de tecnologia que revolucionou o mercado de smartphones no início dos anos 2000. O enredo foca nos co-fundadores Mike Lazaridis, interpretado por Jay Baruchel (“Fubar”), e Doug Fregin, interpretado pelo diretor e co-roteirista do filme, Matt Johnson (“Nirvanna the Band the Show”). A dupla, inicialmente focada em pagers e modems, vê sua inovação ganhar forma e mercado com a entrada de Jim Balsillie, interpretado por Glenn Howerton (“It’s Always Sunny in Philadelphia”), um investidor que traz uma abordagem empresarial agressiva à empresa. O filme explora a dinâmica entre esses três personagens principais, cada um com sua própria visão e abordagem para o negócio. Lazaridis é o visionário tímido, Fregin o extrovertido peculiar e Balsillie o alfa agressivo e focado. Essa mistura de personalidades inicialmente impulsiona o sucesso da BlackBerry, mas também semeia as sementes de sua eventual queda, especialmente diante do lançamento do iPhone pela Apple em 2007, um evento que a equipe da BlackBerry subestima. Baseado num livro de não ficção, o longa captura de forma debochada o rápido crescimento e declínio da empresa, que em seu auge chegou a ocupar cerca de 45% do mercado de telefonia móvel nos Estados Unidos. A narrativa se desenrola em um estilo de falso documentário, que adiciona comédia à situações reais – exibidas praticamente como surreais. Ou seja, seu tom está mais para “A Grande Aposta” (2015) do que para “A Rede Social” (2010). E agradou em cheio a crítica americana, que rasgou elogios e deu uma aprovação de 98% no Rotten Tomatoes. A SOCIEDADE DA NEVE O drama de sobrevivência do cineasta espanhol J.A. Bayona é uma recriação dramática do desastre aéreo envolvendo o voo 571 da Força Aérea Uruguaia em 1972. Este evento, que se tornou conhecido como “Milagre dos Andes” e “Sobreviventes dos Andes”, envolveu a queda de um avião na cordilheira chilena, transportando uma equipe uruguaia de rúgbi, com seus amigos e familiares. Baseada no livro de 2009 do jornalista uruguaio Pablo Vierci, a produção oferece uma narrativa autêntica, destacando a resiliência humana e a realidade angustiante do canibalismo enfrentado pelos sobreviventes. O elenco, composto por atores latino-americanos relativamente desconhecidos, adiciona realismo à história, capturando as dificuldades da situação extrema vivida pelos personagens. A produção contou com filmagens em locações reais, nas próprias montanhas dos Andes e na Serra Nevada, na Espanha. A história é principalmente narrada por Numa Turcatti (Enzo Vogrincic), um estudante de direito, que originalmente optou por não participar da viagem. A narrativa alterna entre os eventos anteriores ao acidente, destacando o espírito jovial da equipe de rúgbi de Old Christians, e os momentos após a queda, com cenas intensas do acidente e dos esforços para sobrevivência em condições extremas. A representação do acidente é marcada por realismo e tensão, seguida pela luta...
Comédia de Adam Sandler é maior audiência da Netflix na semana
A comédia “Você Não Tá Convidada pro Meu Bat Mitzvá!”, coestrelada e produzida por Adam Sandler, foi o conteúdo mais assistido da Netflix de 28 de agosto a 3 de setembro, segundo dados da própria plataforma. A produção assumiu o 1º lugar em sua segunda semana de disponibilidade em streaming, após atingir 96% de aprovação no Rotten Tomatoes e se tornar o filme de melhor avaliação da carreira de Sandler. A audiência aumentou de 12,3 milhões de visualizações na estreia para 21,9 milhões no ranking atual. Com isso, a animação “Macaco Rei” perdeu a liderança, caindo para o 2º lugar com 6,6 milhões de visualizações, acompanhada de perto pelo thriller “Agente Stone”, estrelado por Gal Gadot, com 6,5 milhões em 3º lugar. Estreia de “One Piece” Entre as séries, “One Piece” conquistou notável desempenho em sua semana de estreia, acumulando 140,1 milhões de horas assistidas e 18,5 milhões de visualizações. A adaptação live-action do mangá de Eiichiro Oda figurou no Top 10 em 93 países e alcançou a 1ª posição em 46 deles. O número de horas assistidas é significativo, especialmente quando comparado às tentativas anteriores da Netflix de criar adaptações live-action de mangás. “Cowboy Bebop”, por exemplo, somou 15,26 milhões de horas em sua semana inicial. O buzz em torno da série já era considerável antes mesmo de seu lançamento. O mangá e a versão em anime já possuem uma base de fãs dedicada, o que pode ter contribuído para o sucesso inicial. Ainda assim, “One Piece” ficou longe da recordista “Wandinha”, que estreou em novembro de 2022 com 341,23 milhões de horas assistidas. Vale ressaltar que o ranking semanal da Netflix abrange o período de segunda a domingo. Assim, os números de “One Piece” só consideram quatro dias, já que a série estreou na quinta-feira (31/8). Com um orçamento estimado de US$ 10 milhões por episódio, a série “One Piece” foi uma aposta de alto risco para a Netflix e analistas de mercado estão de olho nos números, pois a produção precisa manter uma audiência elevada para justificar o investimento significativo. Diante do atual desempenho da adaptação de Oda, a minissérie de suspense “Quem É Erin Carter?”, campeã da semana passada, caiu para o 2º lugar, com 15,8 milhões de visualizações, seguida pela atração documental “Como Viver Até os 100 – Os Segredos das Zonas Azuis”, com 5,7 milhões.
“Quem é Erin Carter?” é série mais vista da semana na Netflix
A minissérie de suspense “Quem é Erin Carter?” tornou-se a série mais vista da Netflix, destronando a polêmica produção documental “Depp V. Heard”. A produção estreante, que segue uma professora britânica de passado misterioso na Espanha, acumulou 13,2 milhões de visualizações entre 21 e 27 de agosto. Em 2º lugar, “Depp V. Heard” registrou 8,3 milhões de visualizações na semana. Foi seguida por outra minissérie, o drama “Império da Dor”, que denuncia a indústria farmacêutica responsável pela crise de opioides nos EUA, na 3ª posição com 5,6 milhões de visualizações. Séries internacionais A seleção internacional registrou mais um sucesso sul-coreano em 1º lugar: “Mask Girl”, com 7,4 milhões de visualizações. O Top 3 se completa com a 3ª temporada da escandinava “Ragnarok” com 6,5 milhões e a produção americana falada em espanhol “O Eleito”, adaptação dos quadrinhos de Mark Millar, com 4 milhões. Desempenho dos filmes A lista de filmes mais vistos também registrou mudanças. A animação “O Rei Macaco” alcançou o 1º lugar com 14,4 milhões de visualizações, tornando-se o programa mais transmitido da Netflix na semana. Líder até a semana passada, o thriller de ação “Agente Stone”, estrelado por Gal Gadot, ficou em 2º lugar com 13,6 milhões em sua terceira semana de exibição. Fechando o pódio, a nova e elogiada comédia de Adam Sandler, “Você Não Tá Convidada pro Meu Bat Mitzvá!”, estreou em 3º com 12,3 milhões de visualizações. Mas com um detalhe: foi lançada na sexta (25/8) e só contabilizou três dias no ranking.
Adam Sandler quebra recorde de críticas positivas com novo filme da Netflix
O comediante Adam Sandler alcançou uma marca histórica com seu mais recente lançamento na Netflix, “Você Não Tá Convidada pro Meu Bat Mitzvá!”. O filme adolescente alcançou 96% de aprovação crítica no Rotten Tomatoes, superando todos os outros filmes do ator em seus 34 anos de carreira cinematográfica. O longa-metragem, que começou a ser exibido na sexta-feira (25/8), conseguiu superar a pontuação de outros títulos bem cotados de Sandler como “Arremessando Alto” (93%) de 2022, “Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe” (92%) de 2017 e “Jóias Brutas” (91%) de 2019. Vale destacar que esses filmes tem uma pegada dramática que o distinguem dos lançamentos típicos do ator. Estrela do filme é a filha de Adam Sandler Em “Você Não Tá Convidada pro Meu Bat Mitzvá!”, Sandler tem papel de coadjuvante, mas é o produtor do filme. A protagonista é sua filha caçula, Sunny Sandler, uma adolescente judia de 15 anos que, em plena expectativa para seu bar mitzvah, flagra sua melhor amiga beijando seu crush. A crise se instala, levando ao fim da amizade e deixando a festa por um fio. Adam interpreta o pai da jovem e ainda incluiu no elenco sua filha mais velha, Sadie, como irmã da protagonista, sem esquecer de sua esposa real, Jackie Sandler, como mãe da melhor amiga da filha. Na trama, porém, Adam Sandler é casado com Idina Menzel (“Desencantada”). O elenco feminino ainda destaca Samantha Lorraine (“The Walking Dead: Um Novo Universo”) como a ladra de crush. As duas filhas de Sandler já aparecem nos filmes do comediante há vários anos, mas sempre em papéis pequenos. “Você Não Tá Convidada pro Meu Bat Mitzvá!” marca suas primeiras atuações de destaque, especialmente da caçula. Equipe criativa nunca tinha trabalhado com o comediante Roteirizado por Alison Peck (“Dançarina Imperfeita”), o filme é uma adaptação de um romance de 2005 de Fiona Rosenbloom e chama atenção pela boa combinação de humor juvenil e representação sincera das ansiedades adolescentes, com uma atuação cativante de Sunny Sandler no papel principal. A direção é de Sammi Cohen, que já tinha sido elogiada ao abordar o universo teen na comédia queer adolescente “Crush” (79% de aprovação no Rotten Tomatoes). A equipe criativa nunca tinha trabalhado antes com Sandler. Sem os vícios das produções anteriores do comediante, o resultado acabou sendo a melhor comédia da carreira do astro, pelo menos segundo a crítica. Veja o trailer da produção.
Streaming: Comédia de Adam Sandler é melhor novidade entre os filmes da semana
A programação de filmes para ver em casa destaca uma comédia completamente diferente de Adam Sandler, em que ele vive o coadjuvante de sua filha numa trama teen. O mais engraçado dessa história é que a crítica internacional considerou o resultado melhor que as comédias habituais do humorista. Bastante variada, a lista de estreias digitais também traz o filme – inédito nos cinemas brasileiros – que rendeu indicação ao Oscar para a atriz Andrea Risenborough e o maior blockbuster de terror do ano, além de uma divertida animação da DreamWorks que merece mais atenção, após passar praticamente batida no circuito cinematográfico. E, claro, “The Flash” chegou na HBO Max. Confira mais detalhes e dicas no Top 10 abaixo. VOCÊ NÃO TÁ CONVIDADA PRO MEU BAT MITZVÁ! | NETFLIX O novo filme de Adam Sandler surpreende por ser uma comédia teen com ponto de vista feminino, algo completamente diferente de todos os lançamentos de sua carreira. Assumindo papel coadjuvante, ele interpreta o pai da verdadeira protagonista da história, uma adolescente judia de 15 anos que, em plena expectativa para seu bar mitzvah, flagra sua melhor amiga beijando seu crush. A crise se instala, levando ao fim da amizade e deixando a festa por um fio. O detalhe é que a intérprete principal é a filha de verdade do comediante, Sunny Sandler, e o elenco ainda inclui outra filha mais velha, Sadie, como irmã da protagonista do filme, sem esquecer de sua esposa real, Jackie Sandler, como mãe da melhor amiga traíra. Na trama, porém, Adam Sandler é casado com Idina Menzel (“Desencantada”). O elenco feminino ainda destaca Samantha Lorraine (“The Walking Dead: Um Novo Universo”) como a ladra de crush. As duas filhas de Sandler já aparecem nos filmes do comediante há vários anos, mas sempre em papéis pequenos. “Você Não Tá Convidada pro Meu Bat Mitzvá!” marca suas primeiras atuações de destaque, especialmente da caçula. Roteirizado por Alison Peck (“Dançarina Imperfeita”), o filme é uma adaptação de um romance de 2005 de Fiona Rosenbloom e chama atenção pela boa combinação de humor juvenil e representação sincera das ansiedades adolescentes, com uma atuação cativante de Sunny Sandler no papel principal. A direção é de Sammi Cohen, que já tinha sido elogiada ao abordar o universo teen na comédia queer adolescente “Crush” (79% de aprovação no Rotten Tomatoes). Sem os vícios das produções anteriores de Sandler, a equipe criativa materializa uma das melhores comédias da carreira do astro. A SORTE GRANDE | VOD* O filme que rendeu uma inesperada indicação no Oscar deste ano para Andrea Riseborough (“Matilda: O Musical”) traz a atriz britânica como uma mulher alcoólatra em queda livre, que uma vez foi celebrada por ganhar na loteria em sua pequena cidade no Texas, mas acabou perdendo tudo para o vício. A trama segue Leslie enquanto ela lida com o desmoronamento de sua vida, enfrentando personagens variados que vão desde amigos exasperados a vizinhos zombeteiros. A primeira metade do filme enfatiza sua degradação e sofrimento, culminando em uma última parte poderosa que narra sua jornada de reconstrução com a ajuda de um gerente de motel (Marc Maron). A produção inclui também Owen Teague (“It – A Coisa”) como o filho adulto de Leslie, Allison Janney (“Mom”) e Stephen Root (“Barry”), e marca a estreia em longas do diretor Michael Morris, um veterano de séries de televisão. A produção independente enfrentou campanhas milionárias de grandes estúdios para emplacar a indicação de Riseborough no Oscar, que apesar de controvertida para alguns, entregou um desempenho consagrador. E foi justamente sua entrega que cativou eleitoras famosas da Academia, como Gwyneth Paltrow, Amy Adams, Jane Fonda, Cate Blanchett e Kate Winslet, a bancarem sua candidatura, numa campanha feita principalmente à base do boca-a-boca. Vale a pena conferir o talento da atriz para comprovar como ela não só merecia a indicação como poderia muito bem vencer o Oscar, que ficou Michelle Yeoh (por “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”). RUBY MARINHO – MONSTRO ADOLESCENTE | VOD* A nova animação da DreamWorks concebida pelo cineasta Kirk DeMicco (criador de “Os Croods”) segue uma adolescente de 15 anos que descobre que é uma princesa. Mas tem um detalhe: sua família reina no fundo do mar. Ao entrar em contato com a água salgada, ela descobre que faz parte de uma família de Krakens – gigantescos monstros marinhos com tentáculos. Além de lidar com os típicos dilemas adolescentes, Ruby deve agora cumprir seus deveres reais e ajudar na luta contra as terríveis sereias – os verdadeiros monstros da história. Ainda que a narrativa pareça convencional – uma mistura de “Luca” com “Red: Crescer É uma Fera” – , o filme cativa com bom humor e visuais vibrantes. A crítica americana aprovou, com 71% de críticas positivas no Rotten Tomatoes. Mas boa parte do público perdeu sua exibição no cinema, devido a uma estratégia kamikaze de lançamento junto com “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”. SOBRENATURAL: A PORTA VERMELHA | VOD* Maior bilheteria do terror do ano, o quinto filme da franquia marca a estreia do ator Patrick Wilson (“Invocação do Mal”) como diretor. Com sua presença também no elenco, a trama traz o foco de volta à família original, os Lamberts, com Josh (Wilson), Renai (Rose Byrne, de “Vizinhos”) e seu filho já crescido Dalton (Ty Simpkins, visto recentemente em “A Baleia”) enfrentando problemas novos e mais assustadores, 13 anos após os acontecimentos do longa original. Vale lembrar que, enquanto os dois primeiros filmes traziam os Lamberts como personagens principais, o terceiro e quarto foram centrados na parapsicóloga Elise Rainier (Lin Shaye). Na trama, Josh está entrando na faculdade, quando começa a lembrar vagamente de ter sido assombrado na infância. Conforme as visões ficam mais nítidas, o terror também se torna mais próximo e faz com que a família decida acabar com todos os segredos para enfrentar tudo o que os assombra. O roteiro é assinado por Scott Teems (“Halloween Kills”), que se baseou numa história desenvolvida por um dos criadores da franquia, o roteirista Leigh Whannell. Whannell também produz o filme, junto com James Wan (diretor do original), Oren Peli (produtor da franquia) e Jason Blum (dono do estúdio Blumhouse). O MAU EXEMPLO DE CAMERON POST | MUBI Drama vencedor do Festival de Sundance 2018, o filme traz Chloë Grace Moretz (“Carry, a Estranha”) como uma adolescente lésbica que é pega beijando a rainha do baile de formatura por sua tia ultraconservadora, e é enviada, contra sua vontade, para uma espécie de centro de recuperação para jovens gays. O livro de Emily M. Danforth, em que a trama se baseia, é ainda mais chocante porque a garota tem apenas 14 anos – enquanto Moretz estava com 21 nas filmagens. A história segue com as amizades que ela faz no “campo de concentração light” disfarçado de centro de reeducação, e sua atitude de desafio contra a repressão daquele lugar. Dirigido por Desiree Akhavan (“Appropriate Behavior”), o longa também inclui em seu elenco Sasha Lane (“Docinho da América”), Forrest Goodluck (“O Regresso”), Owen Campbell (“Como Você É”), Melanie Ehrlich (série “The OA”) e os adultos Jennifer Ehle (“Cinquenta Tons de Liberdade”) e John Gallagher Jr. (“Rua Cloverfield, 10”) como um ex-gay que virou pastor e dirige o lugar. “O Mau Exemplo de Cameron Post” é anterior a “Boy Erased”. Mas não é o primeiro filme-denúncia da “cura gay”. “But I’m A Cheerleader” (1999) foi pioneira em desacreditar os centros de conversão cristãos dos Estados Unidos, mas era uma comédia. O CLUBE DOS LEITORES ASSASSINOS | NETFLIX O slasher espanhol é uma adaptação do romance homônimo de Carlos Garcia Miranda sobre oito universitários que se reúnem semanalmente em um clube de leitura para compartilhar sua paixão por literatura de terror. Numa noite, resolvem se vingar de um professor que desdenha do gênero, fantasiando-se de palhaços assassinos para assustá-lo. Contudo, a brincadeira de mau gosto culmina em um acidente mortal. Mesmo prometendo nunca mais falar isso, eles começam a receber ameaças anônimas e, conforme a desconfiança cresce, passam a ser perseguidos por um palhaço realmente assassino, desencadeando uma luta pela sobrevivência no campus. Com referências de “Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado” e “Pânico”, o filme marca a volta do diretor Carlos Alonso Ojea ao terror, dez anos após sua estreia com “Los Inocentes” (2013), e destaca em seu elenco Veki Velilla (“Garcia!”), Iván Pellicer (“Sagrada Família”), Álvaro Mel (“Paraíso”), Priscilla Delgado (“Uma Equipe Muito Especial”), María Cerezuela (“Intimidade”), Ane Rot (“Elite”), Carlos Alcaide (“O Internato: Las Cumbres”) e Hamza Zaidi (“Comando Squad: Reset”). AMIZADE DE FÉRIAS 2 | STAR+ A continuação da comédia de 2021 mostra nova viagem de férias de John Cena (“Velozes e Furiosos 10”), Lil Rel Howery (“Corra!”) e suas caras-metades. Desta vez, Marcus, o personagem refinado de Howery, consegue uma viagem com todas as despesas pagas para um resort caribenho e leva junta o amigo sem noção e sua esposa. Só que se trata de uma viagem de negócios, onde Marcus pretende encontrar com os proprietários do resort para licitar um contrato de construção de um hotel de sua propriedade em Chicago. Os planos começam a dar errado quando o sogro criminoso de Cena é libertado da prisão e aparece no resort sem avisar no pior momento possível, transformando a viagem de férias em total caos. Novamente dirigido por Clay Tarver (produtor-roteirista de “Silicon Valley”), filme ainda destaca Meredith Hagner (“Search Party”) e Yvonne Orji (“Insecure”) como as esposas e Steve Buscemi (“Miracle Workers”) como o sogro traficante. A SINDICALISTA | VOD* Isabelle Huppert (“Elle”) vive a personagem-título do filme, baseado na história real de Maureen Kearney, uma sindicalista que denunciou acordos secretos e abalou a indústria nuclear francesa. Quando ela é violentamente agredida em casa por conta sua atuação sindical, a investigação a transforma em suspeita de fabricar o próprio ataque, culminando em seu indiciamento e julgamento. A obra se alterna entre thriller de denúncia e drama judicial, expondo a misoginia da polícia e do poder judiciário, enquanto a performance de Huppert fornece profundidade psicológica à dramatização. A direção é de Jean-Paul Salomé, em sua segunda parceria seguida com Huppert, após filmá-la na comédia “A Dona do Barato” (2020). | CAMPEÕES | VOD* Quem lembra do clássico “Nós Somos os Campeões” (1992) sabe o que acontece nessa história. Woody Harrelson (“Triângulo da Tristeza”) vive um ex-treinador de basquete condenado a treinar uma equipe Paraolímpica como parte de um serviço comunitário. Ao longo do filme, Marcus aprende a valorizar seu time, composto por indivíduos intelectualmente deficientes, e se torna menos egoísta, enquanto também aproveita para desenvolver um relacionamento com Kaitlin Olson (“It’s Always Sunny in Philadelphia”), intérprete da irmã de um dos jogadores. A comédia é o primeiro filme solo de Bobby Farrelly (“Debi e Lóide”) sem a parceria com seu irmão Peter Farrelly (que ficou sério e venceu o Oscar por “Green Book”). THE FLASH | HBO MAX Um mês depois de chegar nas locadoras digitais, o grande fracasso recente da DC chega sem custos a mais para os assinantes da HBO Max. Nova incursão ao multiverso dos super-heróis, o filme custou em torno de US$ 300 milhões para a Warner Bros. Discovery, mas rendeu apenas US$ 268 milhões nas bilheterias mundiais. Além disso, foi considerado mediano pela crítica (64% de aprovação no Rotten Tomatoes), após ser propagandeada pelo estúdio e geeks entusiasmados como a melhor adaptação da DC Comics de todos os tempos. Não chegou nem perto do hype plantado, embora o roteiro de Christina Hodson (“Aves de Rapina”) adapte um dos arcos mais famosos dos quadrinhos da editora, o crossover “Ponto de Ignição” (Flashpoint). No filme, o velocista interpretado por Ezra Miller volta no tempo para impedir o assassinato de sua mãe e, ao fazer isso, acaba alterando a linha temporal do planeta inteiro. Entre os eventos inesperados, ele encontra uma versão mais jovem de si mesmo (também interpretada por Miller) e, ao mesmo tempo, se depara com um mundo...
Filhas estrelam nova comédia de Adam Sandler. Veja o trailer
A Netflix divulgou o trailer de “Você Não Tá Convidada pro Meu Bat Mitzvá!”, novo filme de Adam Sandler, que surpreendentemente é uma comédia teen. A prévia mostra o ator assumindo papel de coadjuvante, como pai da verdadeira protagonista da história, uma adolescente judia de 15 anos que, em plena expectativa para seu bar mitzvah, flagra sua melhor amiga beijando seu crush. A crise se instala, levando ao fim da amizade e deixando a festa por um fio. O detalhe é que a intérprete da filha do comediante é sua filha real, Sunny Sandler, e o elenco ainda inclui sua irmã mais velha, Sadie, como irmã no filme. Além delas, Idina Menzel (“Desencantada”) vive a mãe e Samantha Lorraine (“The Walking Dead: Um Novo Universo”) é a melhor amiga traíra. As duas filhas de Sandler já aparecem nos filmes do comediante há vários anos, mas sempre em papéis pequenos. “Você Não Tá Convidada pro Meu Bat Mitzvá!” marca suas primeiras atuações de destaque, especialmente da caçula, que vive a protagonista do longa. Escrito por Alison Peck (“Dançarina Imperfeita”) e a estreante Fiona Rosenbloom, o filme tem direção de Sammi Cohen (“Crush”) e chega em 25 de agosto à Netflix.



