Show de Shakira leva autoridades de saúde a emitir alerta após caso de contágio nos EUA
Departamento de Saúde de Nova Jersey confirma exposição ao vírus do sarampo durante apresentação da cantora e pede vigilância a quem esteve no local
Regina Duarte espalha fake news contra Lula e vacinação
Regina Duarte segue usando seu Instagram como arma de desinformação a serviço do bolsonarismo. No sábado (11/2), a aposentada de 76 anos compartilhou um vídeo do procurador de Mato Grosso do Sul, Felipe Marcelo Gimenez, em tom de contestação e inconformismo com o resultado do pleito presidencial de 2022, dizendo que Luiz Inácio Lula da Silva “não foi eleito pelo povo, ele foi escolhido pelo STF e TSE”. O vídeo usado por Regina foi o mesmo replicado por Jair Bolsonaro poucos dias depois dos atos de terrorismo de 8 de janeiro. Mesmo tendo sido apagado logo em seguida, a gravação acabou sendo incluída como prova contra o ex-presidente no processo dos atos antidemocráticos. Não satisfeita, três horas depois ela postou outro vídeo com ataque à vacina bivalente contra a covid-19. Desta vez, ela reforçou o conteúdo com comentário próprio: “Eu me preocupo com que sejamos sujeitos à obrigatoriedade de tomar mais uma vacina. Então já não ficou provado que vacinas não impedem contágio nem consequências maléficas aos nossos organismos?!”. E ainda arrematou: “Prefiro a liberdade de confiar em estimulantes e revigorantes da capacidade de minha defesa, ou seja: da capacidade imunologica do meu organismo”. Personalidades como Paulo Betti, José de Abreu, Elisa Lucinda e Astrid Fontenelle já repreenderam a artista por suas declarações polêmicas. Não adiantou.
Xuxa vira embaixadora da vacinação no Brasil
A apresentadora e atriz Xuxa Meneghel foi anunciada como embaixadora da nova campanha de vacinação do Brasil. O objetivo é aumentar a imunização contra a covid-19 e outras doenças. O anúncio aconteceu num encontro entre Xuxa, a primeira-dama Janja da Silva, a ministra da Saúde Nisia Trindade, a ministra do Turismo Daniela Carneiro e a ministra das Mulheres Cida Gonçalves, que aconteceu na sexta (3/2) no Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz. “Vem aí: superparceria pela saúde dos baixinhos e baixinhas!”, anunciou Janja. “Em reunião nesta tarde, com as ministras Nísia Trindade, Daniela Carneiro [Turismo] e Cida Gonçalves [Mulheres], o Ministério da Saúde convidou a rainha Xuxa Meneghel para ser embaixadora da campanha de vacinação”. Xuxa também fez questão de publicar o registro em seu perfil do Instagram: “Xuxa foi convidada pela ministra Nísia, pra ser embaixadora da campanha de vacinação do Ministério da Saúde, que começa em fevereiro. Durante o encontro, além de falarem da importância da retomada da cobertura vacinal no Brasil, a primeira dama Janja Lula, a ministra do Turismo Daniela Carneiro e Cida Gonçalves também discutiram sobre futuras campanhas pra combater a violência de crianças e adolescentes!”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva agradeceu, em uma publicação nas redes sociais, o envolvimento de Xuxa na campanha de vacinação. “O Zé Gotinha voltou! Obrigado por aceitar o convite do Ministério do Saúde e Xuxa Meneghel. Teremos outra vez uma grande campanha de vacinação no país”, disse Lula. O Programa Nacional de Vacinação de 2023 é uma das prioridades do Governo Federal. O Ministério da Saúde visa recuperar as coberturas vacinais, após quedas sensíveis durante o governo Bolsonaro. O Zé Gotinha voltou! Obrigado por aceitar o convite do @minsaude, @xuxameneghel. Teremos outra vez uma grande campanha de vacinação no país. https://t.co/jZpVO84r8u — Lula (@LulaOficial) February 4, 2023 Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Xuxa (@xuxameneghel)
Elizângela teria sido dispensada de “Travessia” por recusar vacinação
A veterana atriz Elizângela, que estava cotada para “Travessia”, a nova novela das nove da Rede Globo, foi cortada do elenco por não querer se vacinar contra Covid-19. Os protocolos de segurança sanitária da emissora são rígidos quanto a imunização. Segundo o colunista Gabriel Perline, a atriz teria sido convidada para atuar na novela que substituirá “Pantanal” pessoalmente pela autora Glória Perez. A escritora e a atriz já trabalharam juntas em outras novelas, inclusive no último folhetim de Perez, “A Força do Querer”. Além de Elizângela, a portuguesa Maria Vieira usou as redes sociais na semana passada para denunciar seu corte de “Travessia” por ser contra a vacinação. Ela afirmou ter sido indicada para a novela pelo diretor Mauro Mendonça Filho, com quem trabalhou em “Negócio da China” (2008), e que chegou a ser instruída a pedir um visto de trabalho para o Brasil. Para Maria Vieira, forçar a vacinação faz parte de “decisões e ações ditatoriais” influenciadas pelo “globalismo” (teoria de conspiração da extrema direita, que sugere a implantação de chips nas vacinas). Politizando o tema, acrescentou que seu corte foi uma censura por ela ser de direita e apoiar Bolsonaro. A exigência da vacinação passou a ser norma nas empresas de produção de conteúdo artístico em todo o mundo, desde o final de 2020, por motivos econômicos. Trata-se de uma opção radicalmente capitalista: não apenas reduz os encargos de tratamento por contaminação individual como diminui as paralisações de produções devido à detecção de covid-19 nos sets, economizando gastos das empresas. Nos EUA, muitos atores foram dispensados de trabalhos em andamento por se recusarem a seguir os protocolos sanitários. As vacinas não contém chips. Após o início da vacinação, o Brasil caiu de 3 mil mortos diários para menos de 100. Uma pesquisa conduzida em Londrina, no Paraná, constatou que 75% das mortes por Covid-19 registradas nos primeiros dez meses de 2021 ocorreram em indivíduos que não foram imunizados contra a doença. A maior parte das pessoas que ainda morrem por Covid-19 estão com a vacinação atrasada.
Atriz é demitida da série “Run the World” por recusar vacinação
A atriz Andrea Bordeaux foi demitida da comédia “Run the World”, disponibilizada no Brasil pela plataforma Starzplay, por não seguir os protocolos estabelecidos pelo estúdio Lionsgate no combate ao coronavírus. Integrantes do elenco só podem trabalhar se estiverem imunizados e ela recusou-se a se vacinar. Andrea fazia parte do quarteto protagonista e, segundo o site Deadline, a personagem dela será descartada na 2ª temporada. Em postagem no Instagram, a atriz afirmou que foi realmente demitida e defendeu sua escolha. “Meu coração está com as pessoas ao redor do mundo que sentem que estão perdendo muitas coisas devido à escolha de permanecerem firmes com as próprias convicções e honrar crenças essenciais”, ela escreveu na rede social, acrescentando estar em paz com a decisão tomada. Estúdios e produtoras de Hollywood implementam políticas rígidas contra a covid-19, após vários prejuízos com adiamentos de produções por contaminação. Mas alguns atores preferiram o desemprego à vacinação, como Emilio Estevez na série “Virando o Jogo dos Campeões”, na Disney+, e Rockmond Dunbar em “9-1-1”, na rede Fox. Muitos defendem o direito a liberdade de escolha, mas essa escolha afeta a liberdade de todas as outras pessoas, que precisam continuar seguindo protocolos, como uso de máscara de proteção e distanciamento, porque ainda existem não vacinados. Além disso, a Organização Mundial de Saúde alerta que a falta de cobertura vacinal é a responsável pelo surgimento das variantes, cada vez mais efetivas na contaminação. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Andrea Bordeaux (@andreabordeaux)
Presidente do Spotify defende propagação de conteúdo ofensivo
Um discurso de 15 minutos do presidente e fundador do Spotify, Daniel Ek, vazado pelo site The Verge, escancarou que a empresa não está preocupada com repercussões negativas por abrigar negacionistas. Ek defendeu que o conteúdo ofensivo não é problemático se der audiência e lucro. Só que na verdade, em vez disso, está dando prejuízo para o Spotify. Bilionário. No discurso gravado por funcionários, o executivo abordou o podcast de Joe Rogan, responsável por questionar a eficácia das vacinas contra a covid-19, chamando-o de vital para sua companhia. Apesar de considerar “muito ofensivas” e estar “fortemente em desacordo” com “muitas coisas” que Joe Rogan diz, “para alcançar suas metas” a plataforma deve manter conteúdos que seus funcionários “podem não gostar”. “Nem tudo é válido, mas haverá opiniões, ideias e crenças com as quais discordamos fortemente, e inclusive que nos deixam furiosos ou tristes”, disse Ek justificando seu apoio a Rogan. Ele ainda acrescentou que não faria controle maior de conteúdo, ignorando pedidos neste sentido. “Não podemos escrever novas ou diferentes políticas com base em notícias ou questionamentos de pessoas”, disse o empresário. Em uma avaliação digna de podcast negacionista, Ek ainda afirmou que a expressão criativa e a segurança dos ouvintes “raramente entram em conflito”. Entretanto, programas negacionistas como o de Joe Rogan – que já recomendou remédios ineficazes com perigosos efeitos colaterais e afirmou que as vacinas podem alterar genes, sugerindo a jovens que não se vacinem – são capazes de causar danos irreparáveis à saúde dos ouvintes. Em defesa de sua política, Ek afirmou que alguns episódios do podcast de Rogan teriam sido eliminados por não se adequarem às regras do Spotify. Ele não citou quais, mas os episódios eliminados foram produzidos antes do acordo com a plataforma e continham os convidados mais radiativos do programa, incluindo golpistas conspiradores e predadores sexuais de baixíssimo nível. Já os episódios mais polêmicos sobre a covid ainda estão no ar e podem ser ouvidos por qualquer pessoa. No Brasil, a situação ainda é pior, já que dezenas de podcasts abrigados no Spotify propagam impunemente mensagens letais, que podem levar seus ouvintes à morte. O executivo ainda ressaltou que, por sua posição de líder no mercado mundial, seria “impossível ignorar a escala e o sucesso” do podcast “Joe Rogan Experience”, que tem total autonomia sobre seu conteúdo e com quem a plataforma assinou um contrato de exclusividade no ano passado. “Para ser honesto, se não tivéssemos tomado alguma das decisões que tomamos, tenho certeza de que nossa empresa não estaria onde está hoje”, acrescentou Ek. O vazamento do discurso deve aumentar ainda mais a pressão contra a empresa, que há pelo menos 10 dias não está onde Ek acha que está. Desde que o cantor Neil Young confrontou a plataforma sobre o podcast de Joe Rogan, o Spotify perdeu 25% de valor de mercado, o que representa bilhões de dólares de prejuízo. Na tarde quinta (3/2), durante e depois do vazamento, as ações da companhia despencaram ainda mais, caindo mais 16% em poucas horas. Com isso, a empresa atingiu a sua maior desvalorização em dois anos. Uma debandada de artistas em protesto contra podcasts negacionistas também tem sido noticiada diariamente. Caso um figurão da música pop desça do muro, o caos será inevitável.
Bolsonaro defende podcaster americano acusado de negacionismo
Sem surpreender ninguém, Jair Bolsonaro resolveu defender Joe Rogan, podcaster americano rotulado como negacionista, que está motivando uma debandada de roqueiros do Spotify em protesto contra a falta de responsabilidade social da plataforma por abrigar fake news. No Twitter, Bolsonaro escreveu em inglês sobre “liberdade de expressão”. “Não sei o que o Joe Rogan acha de mim ou do meu governo, mas não importa. Se liberdade de expressão significa alguma coisa, significa que as pessoas devem ser livres para dizer o que elas pensam, não importa se elas concordam com discordam de nós. Fique firme. Abraços do Brasil”, disse Bolsonaro. Vale lembrar que este é o mesmo presidente que enquadrou na Lei de Segurança Nacional vários que acreditavam “ser livres para dizer o que pensam”, como um cartunista que fez uma charge crítica contra Bolsonaro e um professor universitário que teceu comentários sobre o desgoverno em sua coluna jornalística. Na verdade, a preocupação de Bolsonaro não é a “liberdade de expressão” nem um delírio sobre a importância de sua opinião para os americanos. Trata-se de ação preventiva por receio de a campanha contra os negacionistas se alastrar para o Brasil, uma vez que o Spotify nacional é o paraíso das fake news, que espalham desinformação perigosa com impunidade e nenhum controle. Os responsáveis por influenciar os ouvintes do Spotify com mentiras que podem levá-los a morte são conhecidos bolsonaristas. E a plataforma permite que digam as maiores barbaridades contra a vacinação sem sofrerem restrições. No domingo, o Spotify anunciou medidas paliativas para conter as críticas contra Rogan, mas elas continuaram diante da falta de comprometimento real da plataforma no combate às fake news. A falta de ação do Spotify em relação específica a Joe Rogan se deve ao fato de a empresa ter pago supostamente US$ 100 milhões em 2020 pelos direitos do programa “The Joe Rogan Experience” – o podcast mais popular do serviço, que teria um índice de downloads de quase 200 milhões por mês. Só que, desde o começo da polêmica, o valor de mercado do Spotify se desvalorizou em 25%, gerando perdas na casa dos bilhões de dólares. – I'm not sure what @joerogan thinks about me or about my government, but it doesn't matter. If freedom of speech means anything, it means that people should be free to say what they think, no matter if they agree or disagree with us. Stand your ground! Hugs from Brazil. 👍 — Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 3, 2022
Crosby, Stills e Nash se juntam a Neil Young em protesto contra Spotify
Um dos mais famosos quartetos do rock americano voltou a se juntar nesta quarta-feira (2/2). Mas não para fazer música. David Crosby, Stephen Stills e Graham Nash emitiram um comunicado conjunto em apoio ao ex-colega de banda Neil Young, pedindo a remoção de suas músicas do Spotify em protesto contra podcasts negacionistas na plataforma. Na declaração, postada nas redes sociais dos artistas, os músicos que marcaram a História do Rock entre o final dos anos 1960 e meados dos 1970 assumem: “Apoiamos Neil e concordamos com ele que há desinformação perigosa sendo transmitida no podcast de Joe Rogan no Spotify. Embora sempre valorizemos pontos de vista alternativos, espalhar desinformação conscientemente durante essa pandemia global tem consequências mortais. Até que uma ação real seja tomada para mostrar que a preocupação com a humanidade deve ser equilibrada com o comércio, não queremos que nossa música – ou a música que fizemos juntos – esteja na mesma plataforma”. Em outro tuíte, o cantor David Crosby fez um apelo a Taylor Swift para se juntar ao protesto, lembrando que “ela foi a única que chutou o traseiro do Spotify com sucesso. A única. Acho que ela poderia nos dar bons conselhos. Isso está longe de acabar”. Taylor Swift deixou suas músicas fora do Spotify por três anos, entre 2014 e 2017, em protesto contra a modalidade de remuneração da plataforma por quantidade de publicidade exibida junto das gravações. Lembre abaixo um dos maiores sucessos da formação clássica de Crosby, Stills, Nash & Young (CSNY). pic.twitter.com/5xOoBsVQ15 — Stephen Stills Official (@Stephen__Stills) February 2, 2022
Spotify terá aviso de conteúdo em podcasts sobre covid-19
Após Neil Young tirar suas músicas do Spotify e a empresa ver seu valor de mercado desabar da noite para o dia, a plataforma decidiu colocar um band-aid na hemorragia. O CEO da empresa, Daniel Ek, anunciou a implementação de um aviso em todos os conteúdos que tratarem de covid-19, em resposta aos protestos contra a manutenção, na plataforma, de podcasts acusados de espalhar desinformação sobre a pandemia. “O aviso que incluiremos na frente dos episódios de podcast que abarcam discussões sobre a covid-19 vai direcionar os usuários para a nossa central de informações sobre a pandemia, que por sua vez provém acesso fácil a fatos, dados e informações atualizadas compartilhadas por cientistas, médicos, acadêmicos e autoridades de saúde pública ao redor do mundo, além de links para fontes de informação confiáveis”, explicou Ek em comunicado à imprensa. A plataforma ainda anunciou que vai tornar públicas, pela primeira vez, as suas políticas de conteúdo, buscando promover maior transparência sobre o que é permitido ou não permitido no Spotify. No comunicado, Ek reiterou o comprometimento do serviço de streaming com a liberdade de expressão, deixando no mesmo patamar mentiras sobre a covid-19 que podem levar à morte com debates sobre temas políticos e sociais. “Escolha qualquer tópico, e você vai encontrar pessoas com opiniões diferentes sobre ele. Pessoalmente, há muitos indivíduos no Spotify que expressam visões com as quais eu discordo fortemente. Sabemos que temos que desempenhar, como empresa, o papel crítico de apoiar a expressão de nossos criadores, mas em equilíbrio com a segurança dos nossos usuários. É importante para mim que, nessa missão, nós não nos tornemos censores de conteúdo, mas estabeleçamos bem as regras e as consequências por quebrá-las”, escreveu o CEO. Por conta disso, o Spotify segue sem incluir botão de denúncia de conteúdo falso, ofensivo ou perigo, ao contrário do YouTube e redes sociais, usando a falácia da defesa de não fazer o papel de censor – em vez de equalizar as fake news da pandemia com “jogos” que incentivam situações de perigo para adolescentes, prontamente censurados sem discussão em todas as plataformas. Um dos principais acusados de promover desinformação no Spotify, Joe Rogan, também se manifestou. Ele postou um vídeo de mais de 10 minutos no Instagram um vídeo em que promete “pesquisar melhor os tópicos” que aborda no seu podcast e “convidar pessoas com opiniões diversas para expressá-las” no programa. “Eu não tenho a intenção de promover a desinformação, nem de ser controverso. Nunca tentei fazer nada com este podcast além de me sentar junto com as pessoas e ter conversas interessantes com elas. Tentarei o meu melhor para balancear os pontos de vista mais polêmicos de alguns convidados com as perspectivas de outras pessoas, para que possamos, talvez, encontrar uma opinião melhor”, disse ele. Durante a pandemia, Rogan (cujo podcast é ouvido por uma média de 10 milhões de usuários a cada episódio) foi criticado por desencorajar seus ouvintes mais jovens a tomarem a vacina contra a covid-19, e também por promover o uso da invermectina, remédio comprovadamente ineficaz contra a doença. Em seu vídeo, ele tenta responsabilizar os convidados pelas polêmicas. Mas assume que as entrevistas controversas foram iniciativas suas para apresentar uma narrativa diferente da “mainstream media”, fazendo um ataque velado às informações legítimas da imprensa profissional e uma defesa assumida da “desinformação”, porque “muitas das coisas que pensávamos como desinformação há pouco tempo agora são consideradas fatos”. Na verdade, a terra continua redonda, apesar dos terraplanistas. A revolta contra o podcaster eclodiu quando artistas como Neil Young e Joni Mitchell anunciaram que estavam retirando as suas músicas do Spotify por causa da insistência da plataforma em manter conteúdos como o de Rogan no ar.
Nils Lofgren tira músicas do Spotify em apoio a Neil Young
Nils Lofgren, guitarrista da E Street Band de Bruce Springsteen, juntou-se a Neil Young contra o Spotify, acusando a plataforma de streaming de espalhar desinformação sobre covid-19 ao financiar e permitir podcasts negacionistas em seu catálogo. Ele segue Joni Mitchell, que também anunciou a retirada de suas músicas da plataforma no sábado (29/1). Em uma declaração compartilhada no site Neil Young Archives, Lofgren afirmou: “Alguns dias atrás, minha esposa e eu tomamos conhecimento da posição de Neil e Daryl [Hannah], colocando-se ao lado de centenas de profissionais de saúde, cientistas, médicos e enfermeiros na cobrança do Spotify por promover mentiras e desinformação que estão ferindo e matando pessoas.” Lofgren revelou que 27 anos de sua carreira foram retirados do serviço e que ele também está entrando em contato com gravadoras que possuem os direitos de outras músicas que compôs para removê-las também. O roqueiro ainda encorajou “todos os músicos, artistas e amantes da música em todos os lugares a se juntarem conosco e cortar os laços com o Spotify”. Ele conclui chamando a música de “arma sagrada do nosso planeta, capaz de unir e curar bilhões de almas todos os dias” – frase que já estampou numa camiseta. Em seus protestos, tanto Lofgren quanto Young e Mitchell se referiram a uma carta aberta enviada ao Spotify por 270 profissionais da comunidade médica e científica, pedindo à empresa de áudio que implemente uma política de denúncia de desinformação na plataforma. A carta foi estimulada por um episódio do podcast “Joe Rogan Experience” em dezembro, onde Rogan entrevistou um conhecido negacionista de vacinas que comparou as atuais políticas pandêmicas à Alemanha nazista e alegou sem fundamento que as pessoas estavam sendo “hipnotizadas” para acreditar em fatos sobre o covid-19. No Brasil, o Spotify virou o paraíso dos negacionistas, com vários podcasts espalhando mentiras sobre a pandemia e a vacinação, justamente pela falta de mecanismos de denúncia ou política transparente de controle de seu conteúdo perigoso. Podcasts que espalham mentiras sobre a covid-19 e sua prevenção são potencialmente responsáveis por mortes na pandemia.
Joni Mitchell segue Neil Young e tira músicas do Spotify
A cantora Joni Mitchell anunciou que removerá seu catálogo de músicas do Spotify em solidariedade a Neil Young. “Decidi remover todas as minhas músicas do Spotify. Pessoas irresponsáveis estão espalhando mentiras que estão custando a vida das pessoas. Sou solidária com Neil Young e as comunidades científicas e médicas globais nesta questão”, escreveu Mitchell na breve nota em seu site. Um porta-voz da gravadora de Mitchell, Rhino Records, confirmou que a artista estava tirando sua música do Spotify, mas se recusou a fazer maiores comentários. Na quarta-feira (26/1), Young retirou suas músicas do Spotify em protesto contra a desinformação espalhada pelo podcast negacionista de Joe Rogan. Em seus protestos, tanto Young quanto Mitchell se referiram a uma carta aberta enviada ao Spotify por 270 profissionais da comunidade médica e científica, pedindo à empresa de áudio que implemente uma política de denúncia de desinformação na plataforma. A carta foi estimulada por um episódio do podcast “Joe Rogan Experience” em dezembro, onde Rogan entrevistou um conhecido negacionista de vacinas que comparou as atuais políticas pandêmicas à Alemanha nazista e alegou sem fundamento que as pessoas estavam sendo “hipnotizadas” para acreditar em fatos sobre o covid-19. No Brasil, o Spotify virou o paraíso dos negacionistas, com vários podcasts espalhando mentiras sobre a pandemia e a vacinação, justamente pela falta de mecanismos de denúncia ou política transparente de controle de seu conteúdo perigoso. Podcasts que espalham mentiras sobre a covid-19 e sua prevenção são potencialmente responsáveis por mortes na pandemia.
Spotify vira paraíso dos negacionistas no Brasil
A plataforma de áudio Spotify virou tema de debate político nesta semana, após enfrentar um ultimato do roqueiro Neil Young para tirar do ar um podcast negacionista da pandemia de covid-19. O Spotify preferiu tirar as músicas de Neil Young do ar do que perder a audiência do “Joe Rogan Experience”, um dos podcasts mais perigosos e mais lucrativos da empresa nos EUA. Ao responder a Neil Young, o Spotify disse ter uma “grande responsabilidade em balancear a segurança dos ouvintes com a liberdade dos criadores” e que tinha excluído 20 mil episódios de podcasts relacionados à covid-19 desde o início da pandemia. Infelizmente, nenhum destes supostos 20 mil episódios excluídos parece ter sido produzido no Brasil, onde o Spotify virou o paraíso dos negacionistas mais delirantes. Um levantamento do jornalista Edoardo Ghirotto para a Coluna de Guilherme Amado chamou atenção para a existência de vários podcasts que difundem fake news e desinformações que podem levar à morte de brasileiros, em plena atividade e sem o menor controle no Spotify Brasil. Os podcasts de bolsonaristas radicais são disponibilizados sem que a plataforma forneça um alerta de fake news ou um botão para denunciar seu conteúdo. Em 28 de outubro de 2020, o site bolsonarista Senso Incomum publicou um episódio no podcast “Guten Morgen” com o título “A vachina não é uma vacina”. No programa, Flavio Morgenstern chegou a dizer que a “vacina chinesa” da Sinovac é um “veneno”. “Eu sou contra a vacina chinesa, a vacina de Oxford, sobretudo porque elas não são vacinas”, disse o escritor, que em certo momento chamou as pessoas que aceitariam o imunizante de “cobaias”. No dia 21 de abril de 2021, o apresentador Gilberto Barros, do podcast “Rugido do Leão”, fez uma defesa de tratamentos que são comprovadamente ineficazes contra a Covid-19. No programa, ele ensinou falsamente que “inalação de bicarbonato [serve] para tornar a região do pulmão salinizada”. “Ela fica mais alcalina, insuportável para que sobreviva o Sars Cov 2, a praga da China, se é que ela existe”, declarou. Na edição de 28 de outubro do podcast “4talkcast”, a deputada federal Bia Kicis mentiu descaradamente que imunizantes são responsáveis pelo surgimento de variantes da Covid-19. “[O vírus] vai para uma mutação porque está tendo muitas pessoas vacinadas”, disse a deputada, que admitiu não estar vacinada. O campeão de divulgação de mentiras perigosas para a saúde dos brasileiros, segundo o levantamento publicado por Guilherme Amado, é “Fábio Sousa Com Você”, do pastor e ex-deputado Fábio Sousa. Em 7 de dezembro, ele trouxe a médica Raíssa Soares para horrorizar os ouvintes. Na ocasião, ela revelou que costuma dizer aos pais de crianças que vacinas podem causar efeitos colaterais, como miocardite. A médica também fez campanha contra o passaporte vacinal e a falta de necessidade das pessoas se vacinarem. “Por que eu vou obrigar as pessoas a tomarem uma vacina que não impede a doença?”, afirmou. “Quem não quer vacinar, não vacine. Não precisa se vacinar.” Demitido da CNN por insistir na propagação de mentiras negacionistas, o jornalista Alexandre Garcia foi convidado do programa poucos dias depois, em 16 de dezembro, onde indicou que o cantor Maurílio havia sofrido um tromboembolismo pulmonar por ter se vacinado. O sertanejo morreu no dia 29 de dezembro. “Não estou atribuindo à vacina, mas estou falando que temos casos de meninos recebendo massagem cardíaca nas escolas. Nunca tantos jovens tiveram AVC e problemas de trombose pulmonar e ataque cardíaco. Tenho muito medo e acho que isso é uma responsabilidade gigantesca da Anvisa”, afirmou Garcia, sem apresentar provas sobre o que estava falando. Mais de 150 milhões de brasileiros já foram vacinados contra a covid sem registros de efeitos colaterais graves. Garcia declarou que não se vacinará e criou teorias conspiratórias sobre a campanha de imunização infantil. “Mexeram na genética dessas crianças, já que essa vacina tem essa influência. Você não sabe o que vai acontecer quando chegar a idade de procriação”, ele mentiu. O levantamento aponta ainda uma participação do infectologista Francisco Cardoso em 27 de dezembro, para dizer a maior barbaridade de todas: de que o governo de Israel vacinou sua população à força, fazendo uma comparação com o Holocausto e relativizando a barbárie praticado pelos nazistas. “Imagina que incoerência? Israel propondo isolar em guetos [os não vacinados], ou sei lá, eles vão trocar o nome para não ter lembranças históricas, mas na prática é isso”, declarou. Cardoso também desinformou ao ser questionado por Fábio Sousa sobre a necessidade de vacinar pessoas que contraíram a covid-19. “Não precisa. Isso é mentira, é uma narrativa política que está sendo imposta para forçar todo mundo a tomar a vacina”, disse. Para completar, o médico mentiu que as vacinas para crianças estão “sob suspeita”. As vacinas infantis estão aprovadas pela Anvisa e por agências de saúde dos principais países do mundo.










