Emmy Internacional anuncia boicote de produções russas
A Academia Internacional das Artes e Ciências Televisivas anunciou nesta sexta-feira (25/3) que desclassificará todas as inscrições russas na competição do Emmy Internacional 2022, em protesto contra a invasão militar feita pelo país no território da Ucrânia. Em comunicado, o Comitê Executivo da premiação afirmou que a decisão “está de acordo com a suspensão de membros da associação e de todos com afiliações formais com empresas sediadas na Rússia”. A instituição explicou que todos os programas russos serão impedidos de concorrer e as produções que já tenham sido enviadas para consideração ao Emmy serão desclassificadas. A decisão abrange todos os títulos produzidos ou coproduzidos por estúdios russos ou feitos originalmente para canais, emissoras ou plataformas de streaming russas. Como parte do boicote à Rússia, Mikhail Solodovnikov, proprietário da T&R Prods e da rede russa RT, foi removido da diretoria da Academia Internacional. Outros membros russos, incluindo a chefe de notícias da RT International, Elizaveta Brodskaya, também tiveram suas filiações suspensas. Este ano marcará a 50ª edição do Emmy Internacional. O evento do ano passado aconteceu no dia 22 de novembro em Nova York. A Academia Internacional das Artes e Ciências Televisivas é uma entidade independente da Academia da Televisão, que entrega o prêmio Emmy aos melhores da TV dos EUA. Ela foi fundada em 1969 para reconhecer a qualidade da televisão realizada fora dos Estados Unidos (ou em idioma diferente do inglês nos EUA), e premia as melhores produções internacionais em 16 categorias.
Versão soviética de “O Senhor dos Anéis” vira cult em descoberta no YouTube
Uma versão russa e pouco conhecida de “O Senhor dos Anéis”, produzida para a televisão soviética dos anos 1990, ganhou status de cult ao ser descoberta no YouTube nas últimas semanas. Baseado em “A Sociedade do Anel”, primeiro livro da trilogia de J.R.R. Tolkien, o filme chamado “Khranitel” (“Os Guardiões”, em russo), já teve cerca de 2 milhões de visualizações desde o final de março. E está sendo muito comentado na linha do “tão ruim que é ótimo”. O canal russo TV5, sucessor da Leningrad Television estatal, tomou a iniciativa de digitalizar o filme e disponibilizá-lo em duas partes na internet para comemorar o aniversário de 30 anos das gravações, que eram consideradas perdidas até recentemente. De baixíssimo orçamento, o filme dirigida por N. Serebryakova não lembra nada os épicos de Peter Jackson, que custaram o equivalente a R$ 1,6 bilhão. Mas a qualidade tosca é que tem alegrado os fãs de Tolkien. A obra, que parece uma peça de teatro infantil, foi um dos últimos artefatos culturais da União Soviética — que acabaria meses depois de sua exibição. Por isso, Arseny Bulakov, presidente da Sociedade Tolkien de São Petesburgo, disse em entrevista ao New York Times que o filme é um “artefato revelador” de sua era. Ele lembra que, mesmo em tempos difíceis, quando não havia o que comer, fãs de Tolkien se reuniam para discutir suas obras e “reescrever poemas élficos à mão”. “‘Khranitel’ foi filmado em tempos de pobreza, sem recursos de cenário, com figurino emprestado de conhecidos. Ao mesmo tempo, com grande respeito a Tolkien e amor ao seu trabalho”, descreveu Bulakov. Veja o filme abaixo.

