Leandro Hassum pode filmar a história de seu pai traficante
A repercussão da revelação do passado de crimes do pai de Leandro Hassum (“Até que a Sorte nos Separe”) está inspirando o ator a transformar a história num filme. Ele revelou detalhes sobre a relação com seu pai, preso por tráfico internacional de drogas, em entrevista realizada para o programa de Marília Gabriela, no canal pago GNT. Hassum contou ter sido pego de surpresa na época, aos 21 anos de idade, pois não imaginava que o pai tivesse envolvimento com negócios ilícitos. “Meu pai era responsável pelo transporte da droga do Brasil para a Europa e para os Estados Unidos. Fazia parte da máfia italiana”, ele revelou, emocionando-se ao contar as dificuldades de relacionamento causadas pela prisão, em 1994. “Tive um pai que me amou muito, que era um grande pai, mas ele lidava com essa questão do tráfico como sendo uma profissão. Até a morte, ele disse que não era traficante, ele acreditava ser apenas um comerciante”, disse Leandro. O ator cortou relações com o pai depois que ele foi preso pela segunda vez, novamente por envolvimento com o tráfico, e estava distante quando ele morreu, em novembro de 2014. Para lidar com os sentimentos conflitantes, ele passou por terapia e conta que pretende transformar a história de seu pai em livro, filme ou série. A entrevista em que o ator revela todos os detalhes ainda é inédita e só irá ao ar no próximo domingo, 6 de dezembro.
Leandro Hassum revela que seu pai era traficante e integrava a máfia
Leandro Hassum quebrou um tabu ao falar sobre a relação com seu pai, preso por tráfico internacional de drogas quando o comediante tinha 21 anos. A revelação aconteceu no programa de entrevistas de Marília Gabriela, no canal pago GNT. Hassum contou ter sido pego de surpresa na época, pois não imaginava que o pai tivesse envolvimento com negócios ilícitos. “Meu pai era responsável pelo transporte da droga do Brasil para a Europa e para os Estados Unidos. Fazia parte da máfia italiana”, ele explicou, revelando dificuldades em manter a relação após a prisão, em 1994. “Tive um pai que me amou muito, que era um grande pai, mas ele lidava com essa questão do tráfico como sendo uma profissão. Até a morte, ele disse que não era traficante, ele acreditava ser apenas um comerciante”, disse Leandro. O ator cortou relações com o pai depois que ele foi preso pela segunda vez, 11 anos após ser solto, novamente por envolvimento com o tráfico. Leandro disse que precisou de terapia para lidar com a situação e que pretende transformar a história em um livro. Seu pai morreu há um ano, em novembro de 2014. “Ele infartou uma semana depois (da cirurgia de redução de estômago do ator). Pedi para que, se ele falecesse no dia da minha cirurgia, que não me contassem, mas no dia que tive alta ele faleceu, parecia que estava esperando eu estar bem para poder descansar”, contou Hassum. A entrevista com o ator vai ao ar no dia 6 de dezembro.
Sicario provoca convicções morais com suspense e violência
Com “Sicario – Terra de Ninguém”, Denis Villeneuve deixa mais claras sua vocação temática e suas obessões. Assim como no anterior “Os Suspeitos” (2013), o novo filme é um conto moral elaborado com a intenção de adentrar o lado mais sombrio da alma humana. A trama acompanha a agente do FBI Kate Macer (Emily Blunt, de “No Limite do Amanhã”), que, após descobrir corpos de vítimas de um cartel do tráfico, é convidada a integrar uma força-tarefa secreta. O que ocorre, porém, é que os homens que a convidam a deixam no escuro sobre suas reais intenções, sabendo que ela é uma agente que atua de acordo com as normais legais, não se deixando corromper ou adentrar o caminho de perdição, por assim dizer. Concebida como uma operação de combate, a missão da força-tarefa é atacar um chefe do tráfico mexicano. Mas seus integrantes são homens de funções obscuras, vividos pelos ótimos Josh Brolin (“Homens de Preto 3”) e Benicio Del Toro (“Guardiões da Galáxia”). Este último rouba o filme, tanto pela força de sua caracterização quanto pela importância de seu personagem, principalmente à medida que o filme se aproxima de sua conclusão. Com algumas cenas de violência impactante, “Sicario” até poderia ser mais pesado, caso a intenção de Villeneuve fosse apenas chocar a audiência – por exemplo, nas cenas de tortura. Mas a opção do diretor é mesmo pelo suspense, baseado na construção de uma atmosfera de tensão e auxiliado por um excelente desenho de som. Um dos pontos altos do filme acontece durante um engarrafamento em pleno México, quando o grupo de americanos, auxiliado pela polícia mexicana, percebe um grupo de criminosos nos carros ao lado. O que eles efetuam ali, em público, é impressionante. É a partir daí que o foco muda para Alejandro, personagem de Del Toro, que ganhará ainda mais força quando seu passado e o seu real interesse pela missão vier à tona. Mas até chegar onde precisa, o filme deixa os espectadores tão perdidos quanto a protagonista, alimentando uma situação desconfortável. Afinal, é possível confiar naqueles homens e em seus métodos? Até que a sensação de escuridão deixa de ser metáfora para assumir a forma de um túnel clandestino, sob a fronteira entre Estados Unidos e México. Claustrofóbica, a sequência sob a terra foi filmada pelo diretor de fotográfia Roger Deakins – de obras admiráveis como “Onde os Fracos Não tem Vez” (2007), “007 – Operação Skyfall” (2012) e o próprio “Os Suspeitos” – com câmeras termais e de visão noturna, que realçam a falta de iluminação. Trata-se, por sinal, de um momento-chave para a jornada da personagem de Emily Blunt. E é precisamente quando ocorre uma reviravolta no foco dos personagens, que acaba sendo muito bem-vinda. Algumas das melhores cenas serão guardadas para esse final. Cenas em que Villeneuve mais uma vez provoca o espectador a questionar suas convicções morais: até que ponto é possível aceitar violência em nome da justiça? O mesmo questionamento estava na base de “Os Suspeitos”. E, novamente, os resultados são danosos – sem falar nas implicações racistas de apresentar o México, caricaturalmente, como um lugar perigoso e que precisa ser “limpo”, nem que seja por pessoas dispostas a fazer o trabalho sujo.


