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Ator foi ídolo romântico na TV dos anos 1960 e virou referência nas minisséries históricas das décadas seguintes
Veja prévias dos novos animes da Netflix
A Netflix divulgou vídeos e imagens de novos animes, que foram revelados durante o especial japonês do Tudum. Confira os destaques abaixo. “Exception” é um anime de terror espacial, que mistura animação tradicional e 3D. Passado num futuro distante, após a humanidade ter sido expulsa da Terra, a trama segue uma equipe de reconhecimento enviada para procurar um planeta adequado para terraformação. Toda a tripulação é criada através de uma impressora 3D biológica. Porém, o mau funcionamento do sistema faz com que um dos membros surja em um estado deformado e passe a enfrentar os demais tripulantes. Escrito por Hirotaka Adachi, também conhecido como Otsuichi (“Ultraman Jîdo”), a produção destaca uma trilha sonora de Ryuichi Sakamoto, veterano compositor japonês que venceu o Oscar por seu trabalho em “O Último Imperador” (1987) – e mais recentemente compôs a trilha de “O Regresso” (2015). O vídeo divulgado pela Netflix mostra o tema da abertura da atração, que estreia em 13 de outubro. A adaptação do webtoon (quadrinhos coreanos) “Lookism”, de Park Tae-joon, conta a história de adolescente desajeitado, gordo, feio e vítima de bullying, que após uma surra acorda em um corpo diferente, esbelto, desejado e forte. Com o novo visual, ele decide conquistar tudo o que não conseguiu antes. Mas para isso, precisa preservar seu segredo. A produção é do Studio MIR, responsável por “DOTA: Dragon’s Blood”, e a estreia está marcada para 4 de novembro. “Gudetama: As Aventuras de um Ovinho Preguiçoso” é uma série híbrida de animação computadorizada e live-action, que segue o personagem preguiçoso da Sanrio, Gudetama. Ele é uma gema de ovo que escapou da frigideira, com a ajuda do irmão pintinho Shakipiyo. Com dificuldade para fugir por conta de sua consistência delicada, ele tenta encontrar uma maneira de sobreviver num mundo cheio de pessoas interessadas em comê-lo, embarcando numa jornada com Shakipiyo em busca de sua mãe. Estreia em 13 de dezembro. Baseado no mangá “The Seven Deadly Sins”, o filme em duas partes “The Seven Deadly Sins: Fúria de Edimburgo” é um spin-off da história original de Nakaba Suzuki e segue Tristan, filho de Meliodas e Elizabeth, protagonistas dos quadrinhos e da série anime iniciada em 2014. Ao herdar o poder do Clã da Deusa, ele adquire a capacidade de curar as feridas das pessoas, mas muitas vezes acaba machucando os outros devido à sua dificuldade de controlar o poder do Clã Demônio. Para proteger sua família, Tristan segue então para o Castelo de Edimburgo e conhece novos amigos ao longo do caminho. A produção, que combina animação tradicional com computação gráfica, tem direção de Bob Shirohata (“Hetalia: Axis Powers”). A Parte 1 estreia em dezembro, em dia ainda não determinado. Nova produção do Wit Studio (“Spy × Family”, “Vinland Saga”), a série anime “O Nascer da Lua” (Moonrise) acompanha a vida de dois homens no futuro: um jovem da Terra, que se alista no exército para atacar rebeldes na Lua, apenas para descobrir que seu ex-melhor amigo se tornou seu inimigo. O design dos personagens é assinado pelo veterano Hiromu Arakawa (“Fullmetal Alchemist”) e a direção dos episódios é de Masashi Koizuka (“Ataque dos Titãs”). A estreia só vai acontecer em 2024 “Junji Ito: Histórias Macabras do Japão” é uma antologia animada baseada nas obras do mestre dos mangás de terror Junji Ito. A série, que ganhou as primeiras imagens, vai adaptar 20 histórias do autor, inclusive a famosa “Tomie”. Primeira publicação de Ito em 1987, a trama se tornou muito conhecida ao virar clássico do J-Horror. Lançado em 1998, o filme de “Tomie” originou uma franquia, que já tem nove filmes, além de um remake de 2011 com direção do próprio artista. A trama surreal e sangrenta gira em torno de magia negra e um preço terrível que um noivo paga por sua infidelidade. Sem data de estreia marcada, a série é esperada para 2023. HYPE PURO. O anime Junji Ito: Histórias Macabras do Japão estreia em 2023. Eu já tô tremendo com essas imagens. #NetflixTudum 🤯 pic.twitter.com/pviSnAemVw — netflixbrasil (@NetflixBrasil) September 25, 2022 Um dos animes mais vistos da Netflix, “Gokushufudou: Tatsu Imortal” segue um ex-yakuza que abandonou a vida de violência para se tornar um dono de casa exemplar e apoiar sua esposa assalariada Miku, mas mesmo assim ele consegue se meter em problemas. A diferença é que, em vez de serem brigas em becos escuros, são discussões por descontos no mercado. A série baseada no mangá de Kousuke Oono teve as primeiras fotos da 2ª temporada reveladas. A estreia dos novos episódios também vai acontecer em 2023. Rostinho de mafioso, coração de dono de casa. Tragam os produtos de limpeza porque Gokushufudou: Tatsu Imortal volta pra uma segunda temporada em 2023. #NetflixTudum🐶🍜 pic.twitter.com/9fJTCHOht0 — netflixbrasil (@NetflixBrasil) September 25, 2022 A simpática panda vermelha, que é estagiária de contabilidade durante o dia e metaleira de karaokê à noite, vai voltar para uma 5ª temporada. Novas imagens de “Aggretsuko” foram divulgadas sem muitas informações, inclusive previsão da estreia. Concebida pela empresa Sanrio, especializada em produtos voltados para a subcultura kawaii (fofa), a personagem representa uma parcela da população japonesa que sofre com o excesso de trabalho. Para quem não sabe o que é kawaii, basta mencionar que Hello Kitty é seu maior representante. Ready to rage with Retsuko again? Aggretsuko season 5 is on the way!#TUDUM#TUDUMjapan pic.twitter.com/VtSHMHSrlu — Netflix Anime (@NetflixAnime) September 25, 2022 As primeiras imagens de “Onimusha”, adaptação do game de samurais da Capcom, revelam a produção mais impactante do pacote. O motivo do entusiasmo se dá por conta dos responsáveis pela adaptação: ninguém menos que o sanguinário cineasta Takashii Miike (“13 Assassinos”, “A Espada do Imortal”) e o diretor de animes Shinya Sugai (“Dragon’s Dogma”). Além disso, o personagem central, Miyamoto Musashi, tem sua aparência baseada no lendário ator Toshiro Mifune, astro dos maiores filmes de samurai de Akira Kurosawa, como “Os Sete Samurais” e “Yojimbo”. Lançados entre 2001 e 2019, os jogos de “Onimusha” se passam na era Sengoku, mas acrescentam elementos sobrenaturais às aventuras. A versão anime ainda não tem previsão de estreia. pic.twitter.com/NcKtTe22ew — Netflix Anime (@NetflixAnime) September 25, 2022
Clássico de Kurosawa, Rashomon vai virar série contemporânea
Um dos filmes mais venerados do mestre Akira Kurosawa, “Rashomon”, vai virar série. A divisão televisiva da Amblin, produtora de Steven Spielberg, comprou os direitos do filme de 1950 com a intenção de adaptá-lo como thriller contemporâneo. “Rashomon” marcou época por inaugurar um novo estilo de narrativa cinematográfica, em que um mesmo evento é apresentado sob diferentes pontos de vista. A ideia da Amblin é criar uma série de antologia em que cada temporada se foque na comparação de diferentes versões de um mesmo acontecimento, pelos olhares de diversos personagens. No filme de Kurosawa, o evento em questão era o assassinato de um samurai e o estupro de sua noiva. O incidente é lembrado a partir das perspectivas de diferentes testemunhas, desde a noiva e um ladrão até fantasma do samurai assassinado. Estrelado por Toshiro Mifune, o filme ganhou um Oscar honorário em 1952, quando ainda não havia a categoria específica para Filmes em Língua Estrangeira na premiação. “Nós sentimos essa abordagem narrativa e a forma como explora a verdade e a realidade é especialmente oportuna no mundo de hoje”, disse Mark Canton (“Rota de Fuga”), encarregado da produção.
Shinobu Hashimoto (1918 – 2018)
Morreu o roteirista japonês Shinobu Hashimoto, que trabalhou em mais de 70 projetos durante sua carreira e foi o grande parceiro de Akira Kirosawa. Ele faleceu na quinta (19/7) de pneumonia, aos 100 anos de idade, em sua casa em Tóquio. De forma inusitada, a carreira de Hashimoto começou quando sua vida quase acabou. Ele se alistou no exército japonês em 1938, mas nem sequer conseguiu lutar na 2ª Guerra Mundial, pois pegou tuberculose e passou quatro anos em um hospital de veteranos. Foi durante a internação que leu uma revista sobre cinema que incluía um roteiro de exemplo. Ele decidiu escrever uma história e enviou para Mansaku Itami, então considerado o melhor roteirista do Japão – e pai do cineasta Juzo Itami. Itami ficou impressionado, enviando ao jovem soldado uma crítica detalhada do trabalho. O veterano logo se tornou um mentor para o roteirista iniciante, mas foi um relacionamento de curta duração, porque Itami morreu em 1946. Mas Hashimoto prometeu seguir seu conselho final e se especializar em adaptações literárias, em vez de roteiros originais. Com isso em mente, ele escreveu uma adaptação de um conto de Ryunosuke Akutagawa e enviou para Akira Kurosawa, que já tinha uma carreira estabelecida de diretor, mas ainda não era lendário. O cineasta gostou e marcou um encontro para ver se era possível estender a história, já que o roteiro era relativamente curto. E sugeriu complementá-lo com uma segunda história de Akutagawa, “Rashomon”. O roteiro resultante passou a ser considerado um dos maiores de todos os tempos, levando “Rashomon”, o filme, a conquistar o primeiro prêmio internacional da história do cinema japonês, o Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1951. Assim começou uma parceria imbatível, que transformou Kurosawa no cineasta mais referenciado do cinema japonês. Entre os muitos clássicos realizados pela parceria, incluem-se os famosos “Os Sete Samurais” (1954), que inspirou o western “Sete Homens e um Destino” (1960), “Trono Manchado de Sangue” (1957), fantástica versão samurai de “Macbeth”, e “A Fortaleza Escondida” (1958), um grande influência de George Lucas na concepção de “Guerra nas Estrelas” (1977). A dupla também desenvolveu dramas sobre tragédias contemporâneas de grande impacto, como “Viver” (1952), sobre um homem diagnosticado com câncer terminal que busca sentido na vida, “Anatomia do Medo” (1955), que explorou o trauma e a fobia despertada pela possibilidade de um novo ataque nuclear, e “Homem Mau Dorme Bem” (1960), sobre uma vingança motivada por diferenças de classe social. A adaptação de seu roteiro em “Sete Homens e um Destino” (1960) ainda chamou atenção de Hollywood, rendendo contrato para seu único trabalho em inglês, o clássico “Inferno no Pacífico” (1968), em que Toshiro Mifune e Lee Marvin transformavam a 2ª Guerra em combate particular, após naufragarem numa ilha deserta. O sucesso deste filme encaminhou vários pedidos de novos roteiros de guerra, o que rendeu um segundo ciclo temático em sua carreira, quase tão proeminente quanto sua profusão de filmes de samurai. Além de roteirista, Hashimoto também dirigiu três filmes durante sua longa trajetória, que se estendeu nos cinemas até 1986, embora seu nome ainda continue a aparecer em novos lançamentos – o mais recente é de 2016 – , graças a diversos remakes de obras de sua filmografia.



