Justin Bieber usa “Águas de Março” em post após recado de Zeca Pagodinho
Cantor canadense publicou fotos com Hailey Bieber ao som de Tom Jobim e Elis Regina
Nana Caymmi morre aos 84 anos no Rio de Janeiro
Filha de Dorival Caymmi, cantora estava internada há nove meses e enfrentava problemas cardíacos desde 2024
SZA surpreende brasileiros ao incorporar “Garota de Ipanema” em nova música
Cantora norte-americana teve autorização do espólio de Tom Jobim, mas falta de créditos gerou controvérsia
Netflix disponibiliza clássicos do cinema brasileiro
Em comemoração ao Dia Nacional do Cinema, plataforma lança coleção especial de filmes, incluindo "Central do Brasil", "São Paulo S/A" e "Vidas Secas"
Carlos Lyra, ícone da bossa nova, morre aos 90 Anos
Carlos Lyra, um dos principais nomes da bossa nova, faleceu na madrugada deste sábado (16/12), aos 90 anos. O compositor estava internado desde quinta-feira (14/12) no Hospital da Unimed, na Barra da Tijuca, devido a um quadro de febre que se agravou com uma infecção. Conhecido por clássicos atemporais, Lyra deixou um legado inestimável no cenário musical brasileiro. Nascido no Rio de Janeiro em 1933, ele começou sua jornada musical ainda na infância, desenvolvendo-se ao longo dos anos como um talentoso compositor e violonista. Foi um dos fundadores da Academia de Violão, um importante berço musical da bossa nova, e teve participações marcantes no desenvolvimento do gênero. Além de suas próprias canções, Lyra colaborou com grandes nomes como Vinicius de Moraes, João Gilberto e Tom Jobim, que o considerava o “maior melodista do Brasil”. Origens da bossa nova A Academia de Violão foi um marco na cena musical do Rio de Janeiro, localizada em um quarto-e-sala em Copacabana. Apesar do espaço modesto, cedido por um amigo de Lyra, a academia foi essencial no nascimento das primeiras canções da bossa nova e se tornou um celeiro de talentos da bossa nova, frequentado por artistas como Marcos Valle, Edu Lobo, Nara Leão e Wanda Sá. Curiosamente, a academia encerrou suas atividades após um incidente envolvendo um preservativo usado encontrado no sofá. O público começou a reconhecer o talento de Lyra com a canção “Menino”, interpretada por Sylvia Telles em 1956. Em 1957, Lyra participou do primeiro show da bossa nova na Sociedade Hebraica – que usou pela primeira vez a expressão bossa nova. Em 1959, João Gilberto incluiu canções de Lyra em seu histórico LP “Chega de Saudade”, como “Maria Ninguém”, “Lobo Bobo” e “Saudades Dez um Samba”. Lyra priorizou a composição, marcando presença significativa nos três primeiros discos de João Gilberto. Outra grande parceria do artista foi com Vinicius de Moraes, iniciada na década de 1960. Juntos, eles criaram mais de 20 canções, muitas das quais se tornaram ícones da bossa nova e da música popular brasileira. Entre essas obras, destaca-se a trilha sonora do musical “Pobre Menina Rica” (1962) e como canções como “Você e Eu”, “Coisa mais Linda” e “Minha Namorada”. Essas músicas não apenas definiram o som e o espírito da bossa nova, mas também se mantêm atuais, sendo constantemente regravadas e reinterpretadas por novos artistas. Não por acaso, Vinicius referia-se a Lyra como parte da “Santíssima Trindade” da bossa nova, ao lado de Baden Powell e Tom Jobim. Engajamento político e artístico Além de sua contribuição musical, Lyra também foi ativamente envolvido no cenário político e cultural. Em 1961, foi um dos fundadores do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde apresentou jovens compositores da Zona Sul do Rio, como Nara Leão. Ele também compôs o “Samba da Legalidade” durante a Campanha da Legalidade – para impedir um golpe e garantir a posse o Presidente João Goulart. Em 1962, musicou “Couro de Gato”, curta-metragem premiado de Joaquim Pedro de Andrade que foi incluído como segmento do filme histórico “Cinco Vezes Favela”, além de ter feito a trilha de “Gimba”, dirigido por Flávio Rangel. No mesmo ano, ainda participou do histórico Festival de Bossa Nova, realizado no Carnegie Hall, em Nova York, que colocou a bossa nova no cenário internacional. Com o golpe militar de 1964, o cenário político do Brasil sofreu uma transformação dramática, afetando profundamente artistas e intelectuais. Lyra, conhecido por suas posições políticas firmes, sentiu diretamente o impacto dessas mudanças e, diante do ambiente repressivo instaurado pelo regime militar, decidiu deixar o país. Durante seu exílio, viveu e trabalhou nos Estados Unidos e no México, continuando a produzir música e a expressar suas ideias através da arte, em contato com artistas americanos como Stan Getz. Sua volta ao Brasil ocorreu em 1971, um momento ainda marcado por intensa repressão política. A volta ao Brasil Lyra voltou casado com a modelo americana Kate Lyra, com quem desenvolveu composições em inglês como “I See Me Passing By”, “Nothing Night” e “It’s so Obvious” (versão de “Cara Bonita”). Mas Kate acabou se tornando conhecida no Brasil por outro motivo, graças a sua participação em humorísticos como “A Praça da Alegria” e “Viva o Gordo”, em que desempenhava o papel de uma americana ingênua – ela marcou época com o bordão “brasileiro é tão bonzinho”. Os dois tiveram uma filha, Kay Lyra, que também virou cantora. Em sua volta, o compositor se aproximou da TV, contribuindo para a trilha sonora da novela “O Cafona” (1971) com as canções “Tudo que Eu Sou Eu Dei” e “Gente do Morro”, esta última uma colaboração original com Vinicius de Moraes para a peça “Eles Não Usam Black-Tie”, de Gianfrancesco Guarnieri. Em 1973, Lyra assinou com a gravadora Continental e lançou o álbum homônimo “Carlos Lyra”. Mas seu disco seguinte, “Herói do Medo” (1974) foi censurado na íntegra e só liberado e lançado em 1975. Indignado, Lyra voltou a se mudar para os EUA, onde viveu por dois anos, participando da “terapia do grito primal” de Arthur Janov e estudando astrologia na Sideral School of Astrology. Ele retornou ao Brasil em 1976, lançando pela Editora Codecri, do jornal “O Pasquim”, o livro “O Seu Verdadeiro Signo”. Ele participou ativamente do Congresso da UNE realizado em Salvador em 1979, regendo um coro de cinco mil estudantes na canção “Hino da UNE”, de sua autoria e de Vinicius de Moraes. E seguiu nos anos 1980 trabalhando em diversos projetos culturais, como “Vidigal”, peça teatral de Millôr Fernandes, “As Primícias”, de Dias Gomes, e “O Dragão e a Fada”, peça infantil premiada no México, além de fazer colaborações com o cantor espanhol Julio Iglesias. Big in Japan Sua carreira internacional explodiu com shows no Japão e participações em festivais de jazz, levando-o a turnês no exterior que ocuparam boa parte de sua agenda nos anos 1980 e 1990. Ele chegou a lançar um disco exclusivo no Japão, “Bossa Lyra”, em 1993. Depois de compor a trilha do filme “Policarpo Quaresma, Herói do Brasil” (1997), voltou para o Japão para uma série de shows, vivendo uma ponte aérea internacional entre apresentações em Tóquio e no Rio. Em 2001, seu disco “Saravá” foi premiado pela revista japonesa Record Collectors como o melhor relançamento do ano. Um dos marcos dos anos 2000 foi sua colaboração com o letrista Aldir Blanc. Juntos, compuseram 19 músicas para o musical “Era no Tempo do Rei”, baseado no livro de Ruy Castro. Esse projeto, realizado entre 2009 e 2010, demonstrou a versatilidade de Lyra e sua habilidade em adaptar-se a diferentes contextos e estilos musicais. Ao longo da carreira, Lyra participou de vários shows comemorativos, dos 25 anos, dos 50 anos e dos 60 anos da bossa nova, além de ter sido entrevistado para diversos documentários sobre o tema. Mas nunca pensou em se aposentar. No ano passado, quando completou 90 anos, lançou do álbum “Afeto”, uma compilação de suas músicas interpretadas por diversos artistas, demonstrando o amplo reconhecimento e respeito que Lyra conquistou no mundo da música.
Estreias | 10 novidades da semana para ver no streaming
A seleção de novidades do streaming destaca cinco séries e cinco filmes. A lista passa por “Rio Connection”, coprodução internacional da Globoplay, e a biografia de Brigitte Bardot entre as séries, além da animação Leo e a comédia candidata a cult “Bottoms”, sem esquecer do blockbuster “O Protedor: Capítulo Final” e do documentário musical “Elis e Tom, Só Tinha que Ser com Você” em VOD. Confira abaixo lista completa dos melhores lançamentos da semana. SÉRIES RIO CONNECTION | GLOBOPLAY Ambientada nos anos 1970, a série nacional explora a intricada rede de tráfico de heroína estabelecida no Brasil, formando uma rota estratégica para os Estados Unidos. A obra é dirigida por Mauro Lima (“Meu Nome Não É Johnny”), destacando-se por sua alta qualidade de produção e um elenco que combina talentos estrangeiros e brasileiros. A trama se aprofunda na vida de três criminosos europeus – Tommaso Buscetta (Valerio Morigi), Fernand Legros (Raphael Kahn) e Lucien Sarti (Aksel Ustun), com a presença marcante da atriz Marina Ruy Barbosa no papel de Ana Barbosa, uma cantora de boate que navega entre o glamour e os perigos associados ao submundo do crime. Inspirada em eventos reais, a trama desenrola-se em torno do plano do famoso mafioso Tommaso Buscetta e seus comparsas para usar o Rio como conexão do tráfico internacional. A trama mergulha nos detalhes da operação criminosa, destacando a compra da droga a preços baixos e a revenda por valores elevados. A série também explora a complexidade dos personagens, evitando retratá-los como criminosos unidimensionais e oferecendo uma visão mais humana e empática de suas vidas, apesar de suas ações sombrias. Coprodução internacional com a Sony, apesar de brasileira a série é falada em inglês. Conta com oito episódios e também inclui no elenco Nicolas Prattes, Gustavo Pace e Alexandre David, interpretando policiais brasileiros, além de Maria Casadevall, Carla Salle, Felipe Rocha e Rômulo Arantes Neto. COMPANHEIROS DE VIAGEM | PARAMOUNT+ A minissérie adapta o romance homônimo de Thomas Mallon, ambientado em Washington, D.C., durante os anos 1950 – a era McCarthy, auge do conservadorismo americano – , mas também avança no tempo para os anos 1980, período de intensa homofobia. Distribuída em oito episódios, a história acompanha a longa e apaixonada relação entre dois homens, Tim (interpretado por Jonathan Bailey), um jovem idealista e católico, e Hawk (Matt Bomer), um charmoso operador político. Os dois personagens, vindos de mundos distintos, se envolvem em um romance intenso e condenado à tragédia. A adaptação foi criada pelo escritor Ron Nyswaner, conhecido por seu trabalho em filmes e séries de temas LGBTQIA+, com destaque para o premiado longa “Philadelphia” de 1993, que foi um marco na representação do HIV/AIDS no cinema. Sua história combina política, romance queer e suspense de espionagem, utilizando dois períodos sombrios da história dos Estados Unidos como pano de fundo. Apesar de se desenrolar em torno de eventos reais, como a caça às bruxas de McCarthy (anticomunismo como fobia social) e a crise da AIDS nos anos 1980, a atração não se limita a ser apenas uma reconstituição histórica ou uma peça moral sobre a crueldade do governo em relação à comunidade LGBTQIA+. Em seu âmago, está um romance verdadeiro e cativante, reforçado pelas atuações de Bailey e Bomer, com direito a cenas de sexo bastante gráficas. De fato, a dinâmica de poder na relação sexual entre Hawk e Tim é explorada sem suavizar as arestas para o público heterossexual, o que faz da série uma das representações menos comedidas do amor gay, destacando-se por abordar o assunto de forma ousada. BRIGITTE BARDOT | FESTIVAL VARILUX DO CINEMA FRANCÊS Trazida ao Brasil pelo Festival Varilux do Cinema Francês, a minissérie é uma homenagem à emblemática atriz Brigitte Bardot, destacando os primeiros dez anos de sua carreira. Criada pela veterana cineasta Danièle Thompson (roteirista dos clássicos “Rainha Margot” e “Prima, Primo”) e seu filho Christopher Thompson, traz a argentina Julia de Nunez no papel icônico. E em alguns momentos, é possível confundir as duas, ainda que o carisma único da verdadeira Bardot seja inimitável. O elenco também destaca Victor Belmondo, neto do lendário ator Jean-Paul Belmondo, como o cineasta Roger Vadim, primeiro marido e responsável por revelar a estrela ao mundo. “Bardot” aborda os aspectos cruciais e desafios enfrentados pela atriz na França dos anos 1950, uma época marcada pelo sexismo e a dominação patriarcal, e culmina na sua transformação em sex symbol internacional nos anos 1960. Além de recriar diversos papéis antológicos em clássicos como “E Deus Criou a Mulher” (1956), de Roger Vadim, “A Verdade” (1960), de Henri-Georges Clouzot, e “Desprezo” (1963), de Jean-Luc Godard, o enredo também explora a vida privada, relações amorosas e a maneira como Bardot lidou com a atenção intensa da mídia, destacando sua luta contra a objetificação e a busca por sua identidade em meio à fama avassaladora. A cinematografia e as atuações são pontos fortes da produção, que, apesar de uma abordagem tradicional, oferece uma perspectiva renovada sobre a jornada da estrela. Com seis episódios, a produção pode ser vista na íntegra e de graça no site do Festival Varilux do Cinema Francês (https://variluxcinefrances.com/) até o dia 22 de dezembro. DOCTOR WHO: THE STAR BEAST | DISNEY+ O primeiro dos três especiais de 60 anos de “Doctor Who” marca a estreia da franquia na Disney+ e o retorno triunfante de David Tennant como o Doutor, acompanhado por Catherine Tate como sua companheira Donna Noble. O episódio também é o primeiro de uma nova fase sob comando do renomado Russell T Davies, de volta para ditar os rumos da série clássica, que ele relançou em 2005. A trama baseia-se em uma história em quadrinhos de 1980 do Doutor, que foi atualizada para incorporar a versão de Tennant, considerado o melhor intérprete do protagonista (à frente da série de 2005 a 2010). A trama começa com o reencontro do Doutor e Donna, que não se veem há 15 anos, para resolver o mistério do acidente de uma nave espacial em Londres, e embora o episódio mantenha elementos clássicos de “Doctor Who”, como viagens no tempo e encontros com alienígenas, ele também aborda temas mais profundos relacionados à identidade e à humanidade. A história de Donna, que teve as memórias de suas aventuras apagadas e agora é casada e mãe, adiciona complexidade à personagem, enquanto Tennant traz uma nova profundidade a seu papel, mesclando traços dos Doutores que vieram após sua versão original. O episódio também introduz uma série de novos personagens, incluindo Yasmin Finney como Rose Noble, filha de Donna. E prepara terreno para mais dois especiais como parte das celebrações do 60º aniversário da série: “Wild Blue Yonder” e “The Giggle”. Este último traz Neil Patrick Harris como um vilão clássico, o Fabricante de Brinquedos (The Toymaker), visto pela última vez em 1966, e serve de passagem para um novo protagonista. O ator Ncuti Gatwa (o Eric de “Sex Education”) será o Doutor a partir da 14ª temporada, prevista para ir ao ar em 2024. Para quem não sabe, o artifício narrativo que justifica as mudanças de intérpretes é simples: sempre que o Doutor é ferido de morte, ele(a) se transforma em outra pessoa, ganhando não apenas nova aparência, mas também um nova personalidade, ainda que mantenha intacta toda a sua memória. O truque foi a forma encontrada pelos produtores para continuar a série quando William Hartnell (1908–1975), o primeiro astro de Doctor Who, resolveu largar o papel na metade da 4ª temporada original (exibida em 1966). ROUND 6: O DESAFIO | NETFLIX O reality de competição é baseado em “Round 6”, série de maior audiência da Netflix em todos os tempos, e acompanha 456 competidores em uma disputa por um prêmio de US$ 4,56 milhões, o maior já entregue numa disputa televisiva. A competição é realizada em um cenário que replica a estética da série, incluindo os uniformes e os designs dos ambientes, mas sem a natureza sinistra do torneio sangrento. Em “O Desafio”, a violência letal é substituída por tintas que simulam a morte dos competidores eliminados. O programa tenta encontrar um meio-termo entre as competições convencionais e o conceito distópico de “Round 6”, introduzindo elementos de drama e táticas psicológicas. As dinâmicas sociais e as estratégias de jogo são elementos-chave nos episódios, com alianças e habilidades interpessoais se mostrando tão importantes quanto a habilidade nos jogos. Entretanto, a produção também é uma contradição, pois indica que a Netflix não compreendeu a mensagem crítica da trama de Hwang Dong-hyuk. A obra sul-coreana foi aclamada por sua representação intensa e brutal de pessoas desesperadas, que participam de jogos mortais por uma chance de escapar de dívidas esmagadoras, servindo como uma alegoria do capitalismo e da desigualdade socioeconômica, onde a dignidade humana e a vida são sacrificadas por entretenimento. A trama critica a exploração dos desfavorecidos e a indiferença dos milionários, usando a violência extrema e as situações desesperadoras dos personagens para enfatizar seu ponto. Quando a Netflix transforma o conceito em uma competição real, em vez de um comentário sobre a desumanização e a exploração, “Round 6” se materializa como a mesma forma de entretenimento que, ironicamente, procurava condenar. FILMES BOTTOMS | PRIME VIDEO A nova comédia juvenil de Emma Seligman, que ganhou destaque com “Shiva Baby” em 2020, se passa no ensino médio, onde duas melhores amigas lésbicas, desajeitadas e desesperadas para perder a virgindade, tem a ideia de ensinar aulas de autodefesa para impressionar as líderes de torcida, mas logo viram catalisadoras de uma revolta feminista. Os papéis principais são vividos por Rachel Sennott, que foi a protagonista de “Shiva Baby”, e Ayo Edebiri, uma das estrelas da premiada série “O Urso” (The Bear), da Star+. Ao desenvolver a narrativa, a diretora quis explorar um gênero do qual os personagens LGBTQIA+ são historicamente excluídos, oferecendo uma visão crua e cheia de piadas sexuais explícitas, que contrasta com a inocência dos filmes de high school. A trama é centrada na busca de PJ e Josie pela atenção de Isabel e Brittany, as estrelas da equipe de torcida. Ao perceberem que as tentativas convencionais de aproximação resultam em fracasso, elas decidem criar uma aula de autodefesa, que rapidamente se transforma em um clube de luta. Logo, o projeto começa a ganhar vida própria, como um espaço para as personagens explorarem e expressarem sua raiva e frustrações, criando uma atmosfera de empoderamento feminino, ainda que sob pretextos questionáveis. Divertidíssimo e politicamente ousado, o filme caiu nas graças da crítica americana, atingindo 91% de aprovação no Rotten Tomatoes. Sua abordagem subversiva remete ao cultuado “Heathers” (ou “Atração Mortal”), lançado em 1989. Ambos abusam do humor negro para desafiar as convenções dos filmes sobre adolescente, apresentando uma narrativa cínica, personagens de moral ambígua e uma crítica mordaz à cultura do ensino médio americano. LEO | NETFLIX A animação produzida e estrelada (na dublagem em inglês) por Adam Sandler segue um lagarto de 74 anos que vive em um aquário na sala de aula de uma escola primária. Compartilhando o espaço com uma tartaruga chamada Squirtle (voz de Bill Burr), Leo tem passado seus dias observando gerações de alunos enfrentarem seus desafios juvenis. Tudo muda quando ele se dá conta de sua própria mortalidade e decide que precisa ver o mundo fora do aquário. Só que, na tentativa de fuga, Leo vacila e permite que as crianças descubram seu maior segredo: ele pode falar. Assim, o pequeno lagarto transforma-se em uma espécie de conselheiro para os estudantes que cuidam dele. O filme, dirigido por Robert Marianetti, Robert Smigel e David Wachtenheim, conhecidos por seus trabalhos no humorístico “Saturday Night Live” (SNL), especialmente nos segmentos animados, é moldado por uma série de vinhetas onde Leo ajuda os estudantes com seus problemas pessoais, variando de ansiedade a dificuldades de socialização. Cada criança que leva Leo para casa descobre que ele pode falar, mas é persuadida a acreditar que só ela pode ouvi-lo. Através dessas interações, Leo oferece conselhos e apoio, encontrando um novo propósito em ajudar...
Cantora Lana Bittencourt morre aos 91 anos no Rio de Janeiro
Lana Bittencourt morreu na segunda-feira (28/8) em decorrência de uma parada cardíaca e pulmonar. A cantora de 91 anos estava internada desde o fim de julho no Hospital Alcides Carneiro, em Petrópolis, no Rio de Janeiro. A artista havia sido internada para tratar uma infecção urinária e uma bactéria encontrada no seu organismo. A informação foi confirmada pela família, mas ainda não há detalhes sobre o velório e sepultamento. Diva da Era do Rádio Irlan Figueiredo Passos nasceu em 5 de fevereiro de 1932, filha de pai poeta e compositor. Antes de ingressar na carreira musical, a artista foi uma das raras cantoras que recebeu apoio da família numa época que a atividade era marginalizada. Mas, até então, seu sonho era trabalhar no Itamaraty no setor de biblioteconomia. Ela gravou um jingle composto por seu pai para uma firma de caminhões nesse meio tempo. A composição tocou nos alto-falantes de várias cidades nordestinas e sua voz chamou a atenção de caçadores de talentos. Suas primeiras experiências foram na Rádio Iracema, de Fortaleza, e na TV Jornal do Comércio, de Recife. Ao se mudar para o Rio de Janeiro, a artista foi crooner da boate do Copacabana Palace e fez trabalhos autônomos em alguns programas na Rádio Tupi. A artista ficou conhecida como Lana Bittencourt na década de 1950, na chamada “Era do Ouro do Rádio”. Foi nesse período em que se consolidou uma das grandes divas com o sucesso da música “Se Todos Fossem Iguais a Você”, de Tom Jobim. Ela ainda chegou a gravar versões de clássicos cubanos de Ernesto Lecuona, como “Malagueña” e “Andalucia”. E, por conta do repertório, chegou a ser apelidada de “A Internacional” pelo apresentador César de Alencar, pois se destacava ao cantar em diversos idiomas e interpretar de tudo um pouco. A cantora se consagrou com a versão do calypso-rock “Little Darlin”, em 1957, que conquistou a marca de 700 mil discos de 78 rpm vendidos. Entre 1958 e 1960, a cantora gravou os LPs “Musicalscope” e “Intimamente”, o rock “Alone” e a regravação do samba-canção “Ave Maria”, parte do repertório de Dalva de Oliveira. Artista completa Mas seu sucesso não parou apenas nas vozes. A artista também fez carreira como atriz em importantes trabalhos ao lado de Mazzaropi, e atuou em “Chofer de Praça, “Jeca Tatu” e “As Aventuras de Pedro Malasartes”. Lana Bittencourt ainda conquistou seu próprio programa, “Audição de Lana”, nas rádios Mayrink Veiga e Tupi. Ela também ficou responsável pelo tributo de dois compositores que despontavam à época: Luiz Antonio e Tom Jobim. Antenada às novidades, Lana ainda soube ser boa intérprete de Ivan Lins e Vitor Martins, com “Bilhete”. A cantora interrompeu a carreira no final da década de 1960 para cuidar dos filhos adolescentes, mas voltou para ficar em 1977. Ela renovou seu repertório com canções contemporâneas, como “Karma secular”, de Angela Ro Ro, e “Sangrando” de Gonzaguinha. Pouco antes de completar 80 anos, a artista produziu um CD duplo e DVD, “A Diva Passional”, que traziam 28 faixas e participações de Rogéria, Alcione e Ney Matogrosso. Sua última grande apresentação foi em 2019, e despediu-se do público durante a pandemia com lives musicais com seu segundo marido, o guitarrista Mirabeaux. Lana ficou marcada por suas apresentações de alta comoção, sobretudo entre o público LGBTQIAPN+, para o qual fazia discursos inflamados no palco.
Trailer de “Elis & Tom” revela imagens inéditas do famoso encontro musical
A O2 Filmes divulgou o trailer internacional do documentário “Elis & Tom: Só Tinha de Ser com Você”, que narra a gravação histórica do disco da cantora Elis Regina e com o compositor Antônio Carlos Jobim, “Elis & Tom”, em 1974. Um encontro histórico Dirigido por Roberto de Oliveira e Jom Tob Azulay, o filme traz à tona várias imagens inéditas de filmagens memoráveis dos ensaios, conversas e atmosfera dos bastidores da gravação do álbum. “Eu era o empresário da Elis na época e gravei ensaios, conversas e a atmosfera que reinava nos bastidores”, revelou o diretor Roberto de Oliveira em entrevista à revista americana Variety. O material, guardado por anos, agora ressurge para contar a trajetória profissional desses dois artistas excepcionais e a carreira de sucesso do álbum. “Todo esse material estava guardado, mas todos esses anos e o tempo que passou foram ‘saudáveis’ para essa história. Hoje, conhecemos as jornadas profissionais completas desses dois artistas excepcionais e a carreira de sucesso deste álbum”, disse o cineasta. A química entre Elis e Tom O encontro entre Elis Regina e Tom Jobim resultou em canções inesquecíveis, mas também muita fofoca da indústria. Parte das histórias de bastidores é explorada na prévia, como o fato de os dois artistas não se gostarem, a decisão de Elis de abandonar o projeto e até o momento em que perceberam que tinham criado uma obra-prima com “Águas de Março” e começaram a se entusiasmar pelas gravações. O diretor também refletiu sobre a dinâmica entre os dois artistas: “Ele era minimalista, usava poucas notas e era conhecido por suas harmonias extraordinárias e deslumbrantes. Elis era uma cantora exuberante. Depois de conhecê-lo, ela se tornou mais contida, valorizando palavras e interpretação. Ela descobriu que não é apenas a voz que canta”. A morte prematura de Elis aos 36 anos em 1982 encurtou a carreira da estrela, que na época fazia um disco com Wayne Shorter, que ficou inacabado, e pretendia lançar sua carreira no mercado internacional. “Ela provavelmente seria bem-sucedida, assim como Jobim”, observou de Oliveira, lembrando que o compositor já era conhecido em todo o mundo após a bossa nova e o álbum que gravou com Frank Sinatra. O documentário será lançado nos cinemas norte-americanos em 15 de setembro e chega ao Brasil uma semana depois, em 21 de setembro.
Festival In-Edit vai de Elis Regina a Rita Lee em sua 15ª edição
O In-Edit, Festival Internacional do Documentário Musical, chegou em sua 15ª edição. O evento reúne uma seleção de filmes nacionais e internacionais, que serão disponibilizados nas salas de cinema de São Paulo e também online até o dia 25 de junho. Reunindo longas e curta-metragens, o festival de documentários apresenta mais de 60 títulos, que incluem filmes inéditos e também produções clássicas. Artistas como Tom Jobim, Elis Regina, Rita Lee, e até Michael Jackson estão entre as personalidades retratadas nas obras. As sessões presenciais ocorrem na capital paulista nas salas do CineSesc, Cinemateca Brasileira, Spcine Olido, Spcine Paulo Emílio (CCSP) e Cine Cortina. O acesso às exibições é gratuito, com exceção do CineSesc, com ingressos que partem de R$ 8. Para a entrada franca nas sessões presenciais é necessário fazer a retirada dos ingressos na bilheteria uma hora antes do início de cada sessão. Com parte de sua programação, os títulos estarão disponíveis de forma gratuita e on-demand (sob demanda) em quatro serviços de streaming, sendo eles Sesc Digital, Itaú Cultural Play, Spcine Play e In-Edit Brasil TV. Além das exibições de filmes, o festival também oferece uma série de conteúdos exclusivos com foco cultural. Isso inclui entrevistas com cineastas, homenagens, uma feira de discos de vinil e shows ao vivo. Documentário sobre Elis Regina concorre ao prêmio principal Assim como outros festivais de cinema, o In-Edit também tem uma competição, definida por um júri. Dentre os filmes que concorrem este ano, destaca-se o documentário “Elis & Tom, Só Tinha que Ser com Você”. Dirigido por Roberto de Oliveira e Jom Tob Azulay, a produção mostra os bastidores da gravação do “Elis & Tom”, o álbum histórico de Elis Regina e Tom Jobim lançado em 1974. O longa de 1h20min traz as filmagens inéditas de uma câmera 16mm, que foram restauradas em 4K. A competição também inclui “Famoudou Konaté – The King of Djembe”, “Fausto Fawcett na Cabeça”, “Frevo Michiles”, “Miúcha, a Voz da Bossa Nova”, “Peixe Abissal”, “Terruá Pará” e “Villa-Lobos em Paris”. De Pink Floyd a Backstreet Boys Entre os destaques internacionais, o documentário “Sonic Fantasy”, do diretor espanhol Saúl Benejama, vai mostrar a história por trás da gravação de “Thriller”, álbum do cantor que impactou não somente a música pop, mas toda a indústria musical. A programação também inclui “Have You Got It Yet? The Story of Syd Barrett and Pink Floyd”. Dirigido por Roddy Bogawa e Storm Thorgerson, a produção conta a história do músico Syd Barrett, fundador da icônica banda de rock Pink Floyd que acabou em um hospício. Fãs da banda americana Backstreet Boys serão contemplados com o documentário “Backstreet Boys: Show ‘Em What You’re Made Of”, do diretor Stephen Kijak. O projeto aborda desde a infância até a fase adulta dos integrantes do grupo, que foi um fenômeno adolescente nos anos 1990. Entre altos e baixos, eles seguem juntos até hoje – e realizaram shows no Brasil em janeiro deste ano. E não falta nem rap, com um filme sobre o rapper XXXTENTACION, que foi assassinado em 2018. O documentário “Look At Me: XXXTENTACION” é dirigido por Sabaah Folayan e vai mostrar a vida tumultuada do artista acusado de diversos crimes antes de sua morte. Diferentes estilos ao redor do mundo Apesar de enfatizar produções sobre artistas da música pop, o festival também é uma oportunidade para o público conhecer novos sons e histórias. Entre eles, estão “La danza de Los Mirlos”, do diretor Álvaro Luque, que apresenta uma banda que toca cumbia amazônica psicodélica do Peru. Outro é “Max Roach: The Drum Also Waltzes”, dirigido por Samuel Pollard e Ben Shapiro, uma biografia do lendário baterista de jazz que explora suas lutas pessoais e políticas, bem como o legado que deixou. Homenagem a Rita Lee encerra o festival Encerrando a vasta programação, o In-Edit presta homenagem a Rita Lee, que faleceu no mês passado, com exibição do documentário “Ovelha Negra”, de 2007. O longa de 79 minutos foi dirigido por Roberto de Oliveira e conta a trajetória da roqueira, passando pela sua infância, família, escola, os Mutantes, o Tropicalismo e a parceria com a banda Tutti Frutti. A exibição será responsável por fechar o festival no dia 25 de junho em uma sessão especial na Cinemateca Brasileira. Vale lembrar que, além das exibições de filmes, o festival também oferece uma série de atividades paralelas, que ocorrem em diversos pontos da cidade de São Paulo. Eventos e feiras, bem como os horários e salas de exibição dos filmes podem ser conferidos em detalhes na programação do site oficial: https://br.in-edit.org.
Rodrigo Santoro e Marcelo Adnet vão cantar em animação
Os atores Rodrigo Santoro e Marcelo Adnet vão soltar a voz num novo filme de animação. Santoro publicou em seu Instagram o vídeo do encontro em estúdio para gravar as canções da trilha sonora de “A Arca de Noé”, baseado na obra de Vinicius de Moraes. Entre as músicas registradas pela dupla, estão “A Cachorrinha” e “A Casa”. E com um detalhe: foram cantadas em português e em inglês (para o lançamento internacional). Na trama, eles interpretam dois ratinhos boêmios, Vini e Tom – batizados em homenagem a Vinicius e Tom Jobim. Vendo que Noé vai abrigar em sua arca apenas um casal de cada espécie animal, os dois parceiros buscam uma forma de embarcarem juntos para se salvar do dilúvio. Além dos dois protagonistas, a produção também já registrou gravações de Alice Braga (“O Esquadrão Suicida”), que dá voz a outra ratinha, que está entre os animais abrigados na arca. As dublagens, na verdade, começaram já tem seis meses, de acordo com os perfis de Instagram dos responsáveis pela produção, o que indica que o trabalho está avançado. A direção do filme é do cineasta Sérgio Machado (“Tudo Que Aprendemos Juntos”), com codireção do peruano Alois di Leo (“The Big Bang Theory e Coisas Mais”). Já direção musical está a cargo de Beto Villares (“Bingo: O Rei das Manhãs”). Machado e Villares já tinham trabalhado juntos na série “Irmãos Freitas”. Com produção da Gullane e VideoFilmes, a animação ainda não tem previsão de estreia. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Rodrigo Santoro (@rodrigosantoro) Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Sérgio Machado (@s.rmachado) Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Alois Di Leo (@aloisdileo) Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Sérgio Machado (@s.rmachado)
Coisa Mais Linda: Nova versão de Garota de Ipanema na série é cantada por filha de Tom Jobim
A série “Coisa Mais Linda” estreou na Netflix na sexta passada (19/6) com uma novidade em seus primeiros minutos. A música que toca na abertura, a famosa “Garota de Ipanema”, ganhou nova interpretação. Na 1ª temporada, a canção composta por Tom Jobim e letrada por Vinícios de Moraes em 1962 era entoada em inglês pela cantora britânica Amy Winehouse (1983-2011). Agora, a música surge em outra gravação, feita em português por Maria Luiza Jobim, a caçula do maestro. A menina que Jobim venerou em “Samba de Maria Luiza” tem agora 33 anos, já fez parte do duo Opala e lançou seu primeiro disco solo, “Casa Branca”, no ano passado. Veja abaixo uma apresentação com o repertório do disco, gravada em fevereiro no programa “Cultura Livre”, da TV Cultura, com direito a outras canções de Tom Jobim.
Band vai resgatar especiais clássicos da MPB e prepara lançamento do histórico Elis & Tom em 4K
Em processo de digitalização de seu acervo, a Band está descobrindo preciosidades em seus arquivos. Uma das maiores é um especial musical, gravado em 1974 em Los Angeles, que reúne a cantora Elis Regina (1945-1982) e o compositor Tom Jobim (1927-1994). Graças a essa descoberta, o especial “Elis & Tom” foi remasterizado em 4K (ultra alta-definição) e se transformará em um documentário em longa-metragem. O diretor Roberto de Oliveira, que captou as imagens originais – e também comandou outros especiais, como “Rita Lee: Ovelha Negra” – , foi encarregado de assumir o resgate e a remasterização do material, que ainda não tem data para ser exibido. Produzido pela antiga gravadora Philips, “Elis & Tom” foi lançado como um LP de 14 faixas em 1974. Por sinal, o som dessas gravações também já foi remasterizado duas vezes, primeiro para o lançamento em CD, em 1990, e depois para tratamento de áudio surround (5.1. canais) em 2004. Na época, as gravações foram captadas para a Band pelo diretor Roberto de Oliveira, mas ainda não tinham ressurgido. Em entrevista para o blog Na Telinha, o diretor executivo da emissora, Caio de Carvalho, contou que o inventário do arquivo da Band já encontrou outros especiais clássicos da MPB, dedicados a Nora Ney, Dick Farney, Chico Buarque, Rita Lee, Novos Baianos, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tim Maia “e tudo que você possa imaginar”. Esse acervo também será remasterizado para exibição futura ou até mesmo disponibilização gratuita online. A Band também tem séries da grande atriz Cacilda Becker, “de uma época que se produzia teatro na TV”. “Temos o melhor de Dercy Gonçalves, da Hebe (Camargo), Chacrinha e shows incríveis”, acrescentou Carvalho, descrevendo o acervo como “um tesouro” guardado. Embora não cite, a Band também produziu especiais humorísticos de Ronald Golias e Hebe, além de muitas novelas clássicas, com destaque para “Os Imigrantes”, de Benedito Ruy Barbosa. Para o lançamento do material, além da remasterização, a emissora está resolvendo as questões de direitos autorais. “Porque naquela época não existiam questões legais que existem hoje. Mas isso é questão pequena”, explicou o diretor da Band.











