Gotham Awards premia Domando o Destino como Melhor Filme, além de Toni Collette e Ethan Hawke
A primeira grande premiação americana da temporada, o Gotham Awards 2018, anunciou seus vencedores na noite de segunda-feira (26/11), em Nova York. E os resultados trouxeram muitas surpresas, a começar pelo drama “Domando o Destino”, da cineasta chinesa Chloé Zhao, eleito o Melhor Filme. O troféu, dedicado aos melhores do cinema independente, tradicionalmente abre a temporada de premiações da indústria cinematográfica americana e serve para apontar os primeiros favoritos aos prêmios mais cobiçados, entre eles o Oscar. Nos últimos anos, os vencedores do Gotham foram “Birdman” (2014), “Spotlight” (2015), “Moonlight” (2016) e “Me Chame pelo Seu Nome” (2017) – três deles também venceram o Oscar de Melhor Filme. Curiosamente, “Domando o Destino” foi lançado em 2017 e disputou o Spirits Award do ano passado – a premiação rival do Gotham – , de onde saiu sem reconhecimento, mas rendeu a contratação da sua diretora pela Marvel – Chloé Zhao vai dirigir o filme dos Eternos. O drama indie acompanha um jovem cowboy que sofre um ferimento na cabeça quase fatal e é proibido de disputar rodeios, o que o leva a uma jornada em busca de uma nova identidade e o que significa ser um homem no coração da América. Elogiadíssimo pela crítica, tem 97% de aprovação no Rotten Tomatoes. Mas o público brasileiro não o verá nos cinemas. Ele -saiu direto em VOD por aqui e está disponível em várias plataformas digitais. O Gotham Awards também reservou surpresas em sua premiação de intérpretes, com a consagração de Toni Collette como Melhor Atriz pelo terror “Hereditário”. Já o Melhor Ator era o favorito, Ethan Hawke, por sua performance em “First Reformed”. “First Reformed”, inédito no Brasil, e “A Favorita”, exibido pela primeira vez no país durante a abertura da Mostra de São Paulo, eram os filmes com mais indicações. Além de premiar Hawke pelo desempenho como um padre que perdeu a fé, “First Reformed” também deu ao veterano cineasta Paul Schrader o troféu de Melhor Roteiro. Já “A Favorita” ficou um troféu especial, em reconhecimento à interpretação de suas três atrizes principais, Emma Stone, Rachel Weisz e Olivia Colman. Entre os trabalhos de estreantes, o grande destaque acabou sendo “Oitava Série”, que venceu os prêmios de Revelação do ano, nas categorias de Direção (Bo Burnham) e Atuação (Elsie Fisher). As demais categorias destacaram o documentário “Won’t You Be My Neighbor?”, sobre o célebre apresentador infantil Fred Rogers, e “Killing Eve” como a Melhor Série que estreou este ano. Confira abaixo a lista completa dos premiados. Melhor Filme “Domando o Destino” Melhor Documentário “Won’t You Be My Neighbor?” Melhor Ator Ethan Hawke, por “First Reformed” Melhor Atriz Toni Collette, por “Hereditário” Ator/Atriz Revelação Elsie Fisher, por “Oitava Série” Diretor Revelação Bo Burnham, por “Oitava Série” Melhor Roteiro “First Reformed”, de Paul Schrader Melhor Série Estreante “Killing Eve” (BBC America) Prêmio Especial de Melhor Elenco Olivia Colman, Emma Stone e Rachel Weisz, por “A Favorita”.
Gotham Awards: A Favorita e First Reformed lideram indicações ao primeiro grande prêmio de cinema do ano
A primeira grande premiação americana da temporada, o Gotham Awards 2018, anunciou seus indicados. O troféu, dedicado aos melhores do cinema independente, tradicionalmente abre a temporada de premiações da indústria cinematográfica americana e serve para apontar os primeiros favoritos aos prêmios mais cobiçados, entre eles o Oscar. Nos últimos anos, os vencedores do Gotham foram “Birdman” (2014), “Spotlight” (2015), “Moonlight” (2016) e “Me Chame pelo Seu Nome” (2017) – três deles também venceram o Oscar de Melhor Filme. A lista de indicados deste ano destaca “First Reformed”, inédito no Brasil, e “A Favorita”, exibido pela primeira vez no país na noite de quarta (17/10), durante a abertura da Mostra de São Paulo. Em “First Reformed”, do veterano Paul Schrader (roteirista de “Taxi Driver”), o ator Ethan Hawke interpreta um padre em crise com sua própria fé, enquanto “A Favorita”, do grego Yorgos Lanthimos (“O Sacrifício do Cervo Sagrado”), acompanha a luta de duas confidentes (Emma Stone e Rachel Weisz) pela atenção de uma fragilizada Rainha Ana (Olivia Colman). Por sinal, a organização do Gotham Awards resolveu premiar as três atrizes desse filme com um troféu especial, em reconhecimento ao seu desempenho. Mas isso também as tirou da competição do prêmio de Melhor Atriz. Os dois títulos também disputam o prêmio de Melhor Filme com “If Beale Street Could Talk”, de Barry Jenkins (o diretor de “Moonlight”), “Madeline’s Madeline”, de Josephine Decker (diretora de dramas indies inéditos no Brasil) e “Domando o Destino” (The Rider), da chinesa Chloé Zhao, que curiosamente foi lançado em 2017, indicado ao Spirits Award do ano passado – a premiação rival do Gotham – e saiu direto em VOD no Brasil. Quem notou a ausência do badalado “Roma”, de Alfonso Cuarón, talvez não tenha reparado que o filme da Netflix é uma produção mexicana, falada em espanhol, e, portanto, não se qualifica para premiações de melhores filmes dos Estados Unidos. Mas sua intérprete, Yalitza Aparicio, foi lembrada na categoria de Revelação. Os responsáveis pela seleção do Gotham Awards são críticos de cinema, organizadores de festivais e curadores. Por isso, supostamente, não deveria haver muita relação entre o troféu e as consagrações seguintes, feitas por profissionais da indústria. Mas, como revela a coincidência de prêmios, os vencedores do primeiro grande prêmio da temporada acabam chamando atenção para si e passam a aparecer no radar das demais premiações. A entrega do Gotham Awards acontece em 26 de novembro, dando o pontapé inicial para a enxurrada de prêmios que fecha 2018 e abre 2019. Confira abaixo a lista completa de indicados. Melhor Filme “A Favorita” “First Reformed” “If Beale Street Could Talk” “Madeline’s Madeline” “Domando o Destino” Melhor Documentário “Bisbee ’17” “Hale County This Morning, This Evening” “Minding the Gap” “Shirkers” “Won’t You Be My Neighbor?” Melhor Ator Adam Driver, por “Infiltrado na Klan” Ben Foster, por “Leave No Trace” Richard E. Grant, por “Can You Ever Forgive Me?” Ethan Hawke, por “First Reformed” Lakeith Stanfield, por “Sorry to Bother You” Melhor Atriz Glenn Close, por “The Wife” Toni Collette, por “Hereditário” Kathryn Hahn, por “Mais Uma Chance” Regina Hall, por “Support the Girls” Michelle Pfeiffer, por “Where is Kyra?” Ator/Atriz Revelação Yalitza Aparicio, por “Roma” Elsie Fisher, por “Eighth Grade” (A24) Helena Howard, por “Madeline’s Madeline” KiKi Layne, por “If Beale Street Could Talk” Thomasin Harcourt McKenzie, por “Leave No Trace” Diretor Revelação Ari Aster, por “Hereditário” Bo Burnham, por “Eighth Grade” Jennifer Fox, por “O Conto” Crystal Moselle, por “Skate Kitchen” Boots Riley, por “Sorry to Bother You” Melhor Roteiro “A Favorita”, de Deborah Davis e Tony McNamara “First Reformed”, de Paul Schrader “Mais Uma Chance”, de Tamara Jenkins “Support the Girls”, de Andrew Bujalski “Thoroughbreds”, de Cory Finley Melhor Série Estreante “Alias Grace” (Netflix) “The End of the F***ing World” (Netflix) “Killing Eve” (BBC America) “Pose” (FX) “Sharp Objects” (HBO) Prêmio Especial de Melhor Elenco Olivia Colman, Emma Stone e Rachel Weisz, por “A Favorita”.
The Rider: Trailer enfatiza qualidades de drama indie premiadíssimo e “sabotado” no Oscar 2018
“The Rider”, o menos badalado dos filmes indicados ao Spirit Awards 2018 (o chamado “Oscar indie”), ganhou pôster e seu primeiro trailer. E a prévia ajuda a explicar porque o filme tem sido tão elogiado pela crítica e premiado em festivais internacionais, com cenas que carregam emoção. Ao mesmo tempo, levanta dúvidas sobre os motivos que o deixaram de fora do Oscar 2018. Segundo filme de Chloe Zhao, cineasta nascida na China, mas radicada em Nova York, o filme conta a história real de um jovem cowboy que, após sofrer um acidente de rodeio, é impedido de voltar a cavalgar e luta para encontrar sentido e propósito em sua vida. Assim como Clint Eastwood fez (posteriormente) em “15h17 – Trem para Paris”, o personagem é vivido por Brady Jandreau, que enfrentou esse dilema em sua vida. O filme é amplamente baseado nas experiências do jovem. O longa estreou no Festival de Cannes de 2017, onde venceu o Prêmio CICAE, dedicado ao melhor “filme de arte”. Desde então, vem acumulando prêmios no circuito dos festivais, vencendo troféus em Valladolid, Reykjavik, Hamburgo, Deauville, etc. A produção concorre a quatro Independent Spirit Awards, incluindo Melhor Filme e Direção. Mas nem seus 98% de aprovação no site Rotten Tomatoes parecem ter sensibilizado a distribuidora Sony Pictures Classics a investir numa campanha para o Oscar. O filme não disputa o prêmio porque não seguiu as regras de inscrição, com lançamento limitado até 31 de dezembro nos Estados Unidos. Em vez disso, será lançado em 13 de abril, 11 meses após ser visto em Cannes, o que parece sabotagem, já que a data, distante do período de premiações, também prejudica suas chances de ser lembrado para o Oscar 2019. Como isso se explica? Será que a Sony Pictures Classics só tinha verba para fazer campanha de um único filme no Oscar e optou por “Me Chame pelo seu Nome”? Para completar, “The Rider” não tem previsão de lançamento no Brasil.

