Festival de Toronto anuncia programação em meio às greves de Hollywood
O Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF) anunciou nesta segunda-feira (24/7) sua programação de 2023, sob o impacto de duas greves trabalhistas, que estão abalando a temporada de premiações de Hollywood e os eventos de cinema. A lista de obras selecionadas inclui muitos cineastas de renome mundial, produções indies e um completa ausência de blockbusters. Entre os autores mais conhecidos, que levarão seus novos trabalhos ao festival canadense estão os americanos Alexander Payne (“Nebraska”), Richard Linklater (“Boyhood”), o japonês Hirokazu Kore-da (“Assunto de Família”) e a francesa Justine Triet (“Sibyl”). Payne estará presente com “The Holdovers”, uma comédia ambientada em um internato que volta a reuni-lo com a estrela de “Sideways”, Paul Giamatti. Linklater trará “Hit Man”, uma comédia de ação com Glen Powell e Adria Arjona. Kore-eda e Triet exibirão “Monster” e “Anatomy of a Fall”, ambos exibidos em Cannes, onde o último ganhou a Palma de Ouro. A programação também inclui vários filmes de diretores mais conhecidos por suas carreiras na atuação, incluindo Michael Keaton (“Knox Goes Away”), Chris Pine (“Poolman”), Anna Kendrick (“Woman of the Hour”), Viggo Mortensen (“The Dead Don’t Hurt”) e Ethan Hawke, que dirigiu sua filha Maya Hawke em “Wildcat”. Impacto das greves A primeira leva de títulos inclui 60 filmes, representando 70 países ao redor do mundo. No entanto, a programação também é notável pela falta de grandes estreias, como “Duna: Parte 2” ou a adaptação musical de “A Cor Púrpura”, um sinal de que alguns desses filmes podem mudar suas datas de lançamento se as greves de atores e roteiristas se prolongarem até o outono norte-americano. Os estúdios estão cancelando estreias enquanto os atores não puderem promover seu trabalho. Entretanto, algumas estrelas conseguiram obter isenções do SAG-AFTRA (Sindicato dos Atores) para divulgar filmes financiados de forma independente. Por conta disso, estúdios indies estão seguindo em frente com seus planos de lançamento, o que permite a presença de seus títulos no TIFF. Mesmo com os entraves, alguns dos maiores estúdios mantém planos para lançar filmes no festival do canadense. A lista inclui “Dumb Money”, uma comédia da Sony sobre a bolsa de valores estrelada por Seth Rogen e Paul Dano, bem como vários filmes da Netflix, como “Rustin” de George C. Wolfe, “Pain Hustlers” de David Yates, e “Nyad” de Elizabeth Chai Vasarhelyi e Jimmy Chin. A Apple também trará “Flora and Son”, um drama musical de John Carner, o cineasta de “Sing Street”, depois de comprá-lo no Festival de Sundance por US$ 20 milhões. Compromisso com o cinema Em comunicado, o CEO do TIFF, Cameron Bailey, enfatizou a amplitude e profundidade da programação. “As sessões de Gala e Apresentações Especiais deste ano apresentam uma rica tapeçaria de talento, visão e narrativa”, disse ele. “Desde narrativas provocativas até visuais de tirar o fôlego, e histórias tão irreais que têm que ser reais, cada trabalho incorpora o poder do cinema para inspirar, desafiar e mover o público. Prepare-se para experimentar uma celebração inesquecível do cinema e um festival memorável e repleto de estrelas, apresentando o melhor do cinema global para os amantes do cinema em setembro.” O festival acontecerá de 7 a 17 de setembro de 2023.
Viggo Mortensen vai estrelar e dirigir western feminista
O ator Viggo Mortensen (“Crimes do Futuro”) vai escrever, estrelar e dirigir o western feminista “The Dead Don’t Hurt”, realizando a sua segunda incursão na função de cineasta. Antes de encarar esse filme, Mortensen assinou o drama “Ainda Há Tempo” (2020), também dirigido, escrito e estrelado por ele. “The Dead Don’t Hurt” se passa na década de 1860 e acompanha Vivienne Le Coudy, papel de Vicky Krieps (“Trama Fantasma”). Coudy é uma mulher franco-canadense independente que inicia um relacionamento com o imigrante dinamarquês Holger Olsen (papel de Mortensen) após conhecê-lo em San Francisco e aceitar viajar com ele para sua casa perto da pacata cidade de Elk Flats, onde planejam começar sua vida juntos. Porém, ele é chamado para lutar na Guerra Civil americana e ela tendo que se defender sozinha em um lugar controlado por um poderoso fazendeiro e seu filho violento. Quando Olsen finalmente retorna, os dois precisam lidar com o fato de que são pessoas completamente diferentes daquelas que eram antes. O elenco ainda conta com Solly McLeod (“The Rising”), Danny Huston (“Yellowstone”), Garret Dillahunt (“Fear the Walking Dead”), Tom Bateman (“Morte no Nilo”), Lance Henriksen (“Aliens, o Resgate”) e W. Earl Brown (“Deadwood”). “Meu objetivo é fazer justiça à história de uma mulher excepcionalmente resiliente que vive em uma parte sem lei e isolada, no sudoeste dos EUA na década de 1860”, disse Mortensen, em comunicado. “A ideia não é simplesmente ter uma mulher desempenhando o papel principal em um western, mas fazer com que ela lidere nossa história em virtude de sua natureza ferozmente intransigente. Vivienne é uma mulher real que está sozinha em seu tempo e lugar, por causa dos seus princípios, sua visão de futuro e sua paixão pela vida. Temos muita sorte de ter a talentosa Vicky Krieps encarnando esse papel e, com a ajuda da grande equipe que montamos graças ao Talipot Studio, esperamos fazer justiça à sua vida exemplar.” O filme começa a ser rodado ainda em outubro, mas não tem previsão de lançamento. Curiosamente, esse não é o único western focado em mulheres da época Guerra Civil americana atualmente em produção. Em setembro foi anunciado que os atores Kevin Costner (“Yellowstone”) e Morgan Freeman (“Despedida em Grande Estilo”) vão produzir uma minissérie sobre as mulheres que ajudaram o general Ulysses S. Grant a vencer o conflito.

