Limpa de séries: Quantico, Designated Survivor, Taken e The Brave são canceladas
As redes americanas ABC e NBC promoveram uma limpa em suas séries de ação. Cada canal cancelou um par de séries do gênero. Os cortes mais sentidos aconteceram na ABC, responsável por tirar do ar duas atrações anteriormente badaladas, que se perderam pelo caminho ao passar por reinvenções. Mais longeva das séries, “Quantico” vai acabar em sua 3ª temporada. A decisão foi tomada após a exibição de apenas três episódios do atual arco narrativo, que confirmaram o desgaste, com 2,2 milhões de telespectadores e 0,5 ponto na demo (a faixa demográfica de adultos entre 18 e 49 anos, mais relevante para os anunciantes). Cada ponto equivale a 1,3 milhão de adultos na medição da consultoria Nielsen. Vale lembrar que “Quantico” teve 4,3 milhões de telespectadores e 1,24 pontos na temporada inaugural. Contribuíram para esta queda três anos com elencos e missões diferentes, sem falar que a trama já não tinha nada a ver com o título da produção – o centro de treinamento de agentes do FBI de Quantico só apareceu nos primeiros episódios. O fim de “Designated Survivor” acontece com a conclusão da 2ª temporada, após atingir seu pior público: 3,2 milhões na quarta-passada (9/5). A série, que traz Keifer Sutherland (“24 Horas”) como presidente dos EUA, caiu de 5,8 milhões de telespectadores em seu primeiro ano para uma média 3,9 milhões e 0,72 ponto. Os produtores tentaram reverter a tendência com mudanças no elenco – entraram Kim Raver (também de “24 Horas”) e até Michael J. Fox (o eterno Marty McFly de “De Volta ao Futuro”). Mas não teve jeito. A trama criada por David Guggenheim, roteirista do filme de ação “Protegendo o Inimigo” (2011), despede-se do público na próxima quarta (16/5). Na NBC, os cortes causaram menos abalo por atingirem “Taken”, que nunca decolou, e a estreante “Valor”. Inspirada na franquia “Busca Frenética”, “Taken” era uma espécie de prólogo dos filmes estrelados por Liam Neeson, mas com muita liberdade criativa. Apesar de acompanhar a juventude do agente Bryan Mills, a trama era ambientada nos dias atuais e não nos anos 1970, como seria o caso se a idade do ator original fosse levada em conta. A atração já era considerada virtualmente cancelada, ao voltar irreconhecível após intervenção do canal, que reagiu à aprovação de apenas 32% de seu primeiro ano no site Rotten Tomatoes. Ela só chegou na 2ª temporada devido ao interesse internacional. Por se basear numa franquia conhecida, atraiu interesse de muitos mercados estrangeiros, tornando-se lucrativa para o estúdio NBCUniversal, parceiro da EuropaCorp (estúdio do filme) na produção. Mas o público do canal não aprovou as mudanças a rodo. Diante de uma sintonia de 2,7 milhões ao vivo e 0,4 ponto na demo, a NBC optou por tirar a série do ar após a exibição de 11 episódios de sua 2ª temporada. Os capítulos que restam serão despejados nos sábados, dia em que não há outras séries no ar, durante o verão americano. Já o cancelamento de “The Brave” reflete a saturação do gênero das séries de ação militar na atual safra da TV aberta dos Estados Unidos. Após o sucesso de “Six” na TV paga, as redes americanas lançaram nada menos que três atrações similares, centradas em missões perigosas realizadas por equipes de elite das forças armadas do país. “The Brave” é a segunda cancelada, após “Valor” na rede CW. Em compensação, “SEAL Team” foi renovada na rede CBS. Criada por Dean Georgaris (roteirista de “Lara Croft: Tomb Raider – A Origem da Vida”), “The Brave” destacava em seu elenco Mike Vogel (série “Under the Dome”) e Anne Heche (série “Aftermath”), e tinha o maior público entre todas as séries canceladas desta leva: 4,6 milhões ao vivo e 0,9 ponto. O último episódio foi exibido em janeiro. No Brasil, “Quantico” e “The Brave” são exibidas pelo canal pago AXN, “Designated Survivor” pela Netflix e “Taken” pela Amazon Prime.
Submersão mergulha nos mistérios da existência sem encontrar novidades
Numa mistura de suspense e romance, “Submersão”, o novo filme do cineasta alemão Wim Wenders, trata de duas questões distintas, mas vinculadas à realidade global do planeta. O amor aqui une o agente secreto britânico James (James McAvoy), em missão na Somália para caçar fontes de terroristas suicidas, a Danny (Alicia Wikander), biomatemática que trabalha num projeto envolvendo as profundezas do mar. Só que ambos têm missões perigosas, capazes de afastá-los indefinidamente. Ele, enfrentando os riscos do terrorismo internacional. Ela, pondo a vida em perigo num submergível pelo tempo necessário para realizar sua pesquisa. O interessante é a ideia que a move, a de que a vida do planeta emergiu das camadas mais profundas do mar e de lá pode ressurgir ou se transformar. Wenders gosta de lidar com questões inusitadas, surpreendentes e desafiadoras, em busca de respostas que jamais serão claras. A justaposição dos dois universos, que estão no romance de J. M. Legard, em que se baseou o filme, não ajuda a situação a evoluir. Mas a água e o mar compõem um elemento estético a ser apreciado. O filme também instiga a pensar sobre os mistérios da existência. Já a ameaça constante do terror não traz novidade, em sua extrema brutalidade.
Séries estreantes SEAL Team e SWAT são renovadas
A rede CBS anunciou a renovação de “S.W.A.T.” e “SEAL Team”. As duas séries estrearam no fim do ano passado, na temporada de outono, e voltarão para suas segundas temporadas no próximo ciclo de séries da TV americana. Ambas as atrações são estreladas por astros conhecidos de outras séries, como Shemar Moore (ex-“Criminal Minds”) e David Boreanaz (ex-“Bones”). Desenvolvida por Aaron Rahsaan Thomas (roteirista de “CSI: New York”) e produzida por Shawn Ryan (criador da série policial “The Shield”) e pelo cineasta Justin Lin (“Velozes e Furiosos 6”), “SWAT” traz Shemar Moore no papel de Daniel ‘Hondo’ Harrelson, um policial dividido entre a comunidade em que cresceu e seu trabalho na corporação. Mas em vez de considerar isso um problema, trata como sua inspiração, ao ser encarregado de comandar a unidade altamente treinada da SWAT de Los Angeles, a tropa de elite do combate ao crime. O elenco também conta com Stephanie Sigman (“007 Contra Spectre”), Alex Russell (“Poder sem Limites”), Jay Harrington (série “Better Off Ted”), Lina Esco (série “Kingdom”), Kenny Johnson (série “Bates Motel”) e David Lim (série “Quantico”). Criada por Benjamin Cavell (roteirista de “Justified”), “SEAL Team” aproveita a popularidade dos Navy Seals, que se tornaram proeminentes nos EUA após a missão que resultou no assassinato de Osama Bin Laden, para contar histórias de uma unidade desta elite militar, um grupo altamente treinado, que é enviado em ações cirúrgicas no combate ao terrorismo internacional. Mas também revela como é seu cotidiano quando os soldados retornam a seus lares. Além de David Boreanaz, o elenco inclui Max Thierot (série “Bates Motel”), Jessica Paré (série “Mad Men”), Neil Brown Jr. (“Straight Outta Compton”), AJ Buckley (série “Justified”) e Toni Trucks (série “Franklin & Bash”).
Noomi Rapace e Orlando Bloom enfrentam terroristas em trailer de filme da Netflix
A Lionsgate divulgou o trailer legendado de “Conspiração Terrorista” (Unlocked), thriller de espionagem com direção do veterano cineasta britânico Michael Apted (“007 – O Mundo Não É O Bastante”). A prévia traz a sueca Noomi Rapace (“Prometheus”) como uma ex-interrogadora da CIA, que é convocada para voltar à ativa e ajudar a extrair informação de um terrorista, sem saber que está sendo usada como parte de um plano para um ataque biológico em Londres. Ao perceber que nem tudo é o que parece, ela se alia a um agente do MI6, vivido pelo inglês Orlando Bloom (trilogia “O Hobbit”), para tentar impedir o ataque iminente. O elenco ainda inclui John Malkovich (“Horizonte Profundo: Desastre no Golfo”), Michael Douglas (“Homem-Formiga”) e Toni Collette (“xXx: Reativado”). Produção original da Lionsgate, o filme foi lançado em maio do ano passado no Reino Unido e chega ao Brasil direto em streaming – já disponível.
Em Pedaços transforma o ressurgimento da ameaça nazista em thriller
Um thriller assustador, provocador, que faz pensar… e muito. “Em Pedaços”, trabalho do cineasta alemão de ascendência turca Fatih Akin, mexe fundo na ferida do preconceito, no papel da justiça, na violência que gera mais violência, no dilema moral que se apresenta em situações desesperadoras. Muito bem realizado, com um diretor que não só sabe filmar bem, mas sabe o que quer e que debates impulsionar. Foi reconhecido pelo Globo de Ouro e pelo Critics’ Choice Awards como o Melhor Filme Estrangeiro do ano e Diane Kruger foi premiada como Melhor Atriz em Cannes. Foi, ainda, o indicado pela Alemanha para entrar na corrida do Oscar, mas ficou de fora da lista final. A personagem Katja, em brilhante desempenho de Diane Kruger, vê o mundo desabar aos seus olhos quando concretiza que perdeu tudo o que dava sentido à sua existência. Alemã, casada com um turco e com um filho de 7 anos que adorava, vê a vida deles ceifada por uma bomba, colocada no escritório do marido num dia em que o menino estava lá com o pai. Ela descobrirá que a morte brutal não foi atentado de nenhum muçulmano radical, como se pretendia, não tinha a ver com imigrantes ou com bandidos vindos de fora. Foi um produto genuinamente alemão, tão loiro quanto ela: um grupo de neonazistas. Envolvia até uma bela jovem alemã, que ela havia visto estacionar sua bicicleta no local do escritório. Como Katja lidará com essa situação demolidora é o que o filme desenvolverá, numa narrativa pra lá de envolvente e que mantém o suspense até o final. Provoca reações na plateia, que convidam a uma conversa daquelas de pensar na vida, nas sociedades do mundo atual, nos rumos da própria humanidade, nas nossas escolhas e nos nossos destinos. Nas contingências da existência, enfim. O fato de abordar crimes praticados por neonazistas é muito oportuno, num momento em que o mundo parece fazer uma inflexão pela extrema direita e as diversas expressões do fascismo têm sobressaído de onde menos se espera.
Ben Affleck vai estrelar o filme de ação sobre a tríplice fronteira do Brasil, Argentina e Paraguai
Será que agora vai? O thriller de ação “Triple Frontier” voltou a ser anunciado, agora com produção da Netflix – após a desistência da Paramount. O filme está em desenvolvimento há uma década e chegou a marcar filmagens no ano passado, na fronteira tríplice do Brasil, Argentina e Paraguai. O projeto já teve inúmeros atores famosos ligados à sua produção e acabou fechando com Ben Affleck (“Liga da Justiça”) e Oscar Isaac (“Star Wars: Os Últimos Jedi”) para os papéis principais. O elenco também inclui Charlie Hunnam (“Rei Arthur: A Lenda da Espada”), Garrett Hedlund (“Mudbound”), Pedro Pascal (série “Narcos”) e Adria Arjona (série “Emerald City”). Vale lembrar que, a certa altura de seu longo desenvolvimento, o longa esteve perto de ser estrelado por Johnny Depp, Will Smith e Tom Hanks. Uma configuração anterior ainda tinha Channing Tatum (“Magic Mike”), Tom Hardy (“Mad Max: Estrada da Fúria”) e Mahershala Ali (“Moonlinght”) como protagonistas. Baseado num roteiro escrito por Mark Boal (“A Hora Mais Escura” e “Guerra ao Terror”), sobre as ligações do crime organizado e do terrorismo islâmico na América do Sul, o filme originalmente teria a direção de Kathryn Bigelow (também de “A Hora Mais Escura” e “Guerra ao Terror”), mas a demora em conseguir sinal verde fez a cineasta assumir outros compromissos. Com isso, o diretor J.C. Chandor (“O Ano Mais Violento”) ficou encarregado de comandar as filmagens e também trabalhou no aprimoramento do roteiro. A história agora se concentra em cinco amigos cujas lealdades são testadas, quando se juntam para derrubar um poderoso traficante da América do Sul, desencadeando conseqüências não intencionais. De acordo com informações da revista Empire, este novo rumo da trama teria sido o estopim da última implosão da produção. A reescrita não teria agradado a Hardy e Tatum, que optaram por deixar o longa a um mês do início previsto para as filmagens, em maio passado. A decisão dos atores fez a Paramount, que passava por um conturbado processo de transição de poder, desistir do projeto. Se ninguém desistir novamente em cima da hora, as filmagens devem finalmente começar já neste fim de semana, com locações no Havaí, Califórnia e Colômbia. O elenco, inclusive, já está ensaiando no Havaí. Ou seja, nada da tríplice fronteira real, embora o diretor sempre possam extrair imagens das “cataratas de Wakanda” e incluir na produção, para localizar o filme.
Produtor do primeiro filme sírio indicado ao Oscar consegue visto de última hora para a premiação
O produtor Kareem Abeed, do primeiro filme sírio indicado ao Oscar, conseguiu obter o visto para viajar para a cerimônia de premiação, que já acontece no domingo (4/3) em Los Angeles, nos Estados Unidos. Ele e o diretor Feras Fayyd vão representar a equipe do documentário “Últimos Homens em Aleppo”, que tinha sido toda barrada. “Meu produtor Kareem Abeed finalmente conseguiu o visto, dedos cruzados para que ele consiga entrar nos EUA agora”, escreveu o diretor do filme, Feras Fayyd, nas redes sociais. Ele agradeceu a todos que ajudaram neste processo e a solidariedade e o esforço de seus amigos americanos que “enfrentaram a proibição de Trump para nos ajudar a representar o nosso filme”. Ambos enfrentavam o decreto de Trump que baniu a entrada nos EUA de cidadãos de países de maioria muçulmana. Fayyd já está em Los Angeles e Abeed, que é sírio mas mora na Turquia, conseguiu a aprovação para viajar em cima da hora para chegar a tempo. Fayyad lamentou a ausência de Mahmoud Al-Hattar, fundador da organização civil “Capacetes Brancos”, retratada no filme e convidado pela Academia, que foi proibido de viajar. “Ele não está liberado para compartilhar a história da atual tragédia na Síria. Muito triste, porém vamos fazer o máximo para espalhar sua mensagem”, afirmou o diretor. Além dos problemas da equipe para comparecer à produção, a produção vem enfrentando uma campanha de difamação. O diretor Feras Fayyad acusou o governo russo de organizar um ataque nas redes sociais, com distribuição de fake news, para impedir a vitória do filme no Oscar, acusando-o de fazer propaganda do terrorismo. “É como se a Rússia quisesse hackear o Oscar assim como hackearam a eleição americana”, disse o diretor, em entrevista ao jornal The Guardian. Grande parte dos artigos negativos linkados nas redes sociais vem da agência de notícias Sputnik News, mantida pelo governo russo, que fornece apoio militar ao regime da Síria. Neles, o documentário de Fayyad é descrito como uma “peça de propaganda financiada por governos do ocidente” e um “filme de apologia a Al-Qaeda”. Em “Últimos Homens em Aleppo”, o diretor acompanha o trabalho dos “Capacetes Brancos”, que resgatam vítimas de bombardeios e oferecem cuidados médicos e assistência à população de Aleppo, uma das cidades mais atingidas pela guerra civil na Síria. Good news:My producer kareem abeed get his visa finally, finger cross that he mange to get in to U.S now. — Feras Fayyad (@ferasfayy) February 28, 2018 Thanks for everyone involved to helping this process and thanks for all the solidarity and the effort from the American friends for facing trump ban to help us to be with our film. — Feras Fayyad (@ferasfayy) February 28, 2018 Mahmoud white helmet's co-founder & the main subject for last men in aleppo will not able to attend, we couldn't get him passport from the Syrian regime.He is not able to share his story on the ongoing Syrian's tragedy.Very sad, but we will try our best to spread your message. — Feras Fayyad (@ferasfayy) March 1, 2018
Festival de Berlim: José Padilha explica porque 7 Dias em Entebbe contradiz “história oficial”
Uma década após vencer o Urso de Ouro com “Tropa de Elite”, o diretor José Padilha voltou a ser assunto no Festival de Berlim 2018, com a projeção de seu novo filme fora de competição. “7 Dias em Entebbe” não despertou reações apaixonadas da crítica presente no evento, mas se mostrou fadado a virar polêmica. A produção é a quarta filmagem de uma das missões de resgate e de combate ao terror mais famosas de todos os tempos: o salvamento dos passageiros de um voo da Air France vindo de Tel Aviv, que teve sua trajetória desviada para Entebbe, em Uganda, por quatro sequestradores (dois palestinos e dois alemães) em 1976. Ameaçando matar a tripulação e os israelenses presentes no voo, os terroristas exigiam a libertação de dezenas de palestinos aprisionados por Israel, e contavam com o apoio do ditador de Uganda, Idi Amin Dada. Em resposta, o governo israelense mobilizou uma tropa de elite, composta por 100 combatentes, que após sete dias de impasse invadiu o aeroporto, enfrentou o exército ugandense, matou os sequestradores e libertou os passageiros, deixando um saldo de 53 mortos. Entre as baixas, contam-se apenas três passageiros e um único militar israelense, justamente o comandante da invasão. Toda a ação durou menos que a metragem da produção: 90 minutos. A história já rendeu um filme israelense, “Operação Thunderbolt” (1977), com direção de Menahem Globus (dono do estúdio Cannon), além dos telefilmes americanos “Resgate Fantástico” (1976), estrelado por Charles Bronson (“Desejo de Matar”) e dirigido por Irvin Kershner (“O Império Contra-Ataca”), e “Vitória em Entebbe” (1976), com Kirk Douglas (“Spartacus”) e Linda Blair (“O Exorcista”). Mas o filme de Padilha chamou atenção por enfatizar aspectos da política israelense e por pintar o comandante da operação, Yonatan Netanyahu, irmão do atual Primeiro Ministro de Israel Benjamin Netanyahu, de forma diferente da versão chapa-branca da “história oficial”. Por décadas, a família de Netanyahu se agarrou à versão de que Yonatan tivera papel-chave no salvamento dos 106 passageiros remanescentes, antes de ser morto por um dos militantes da Frente Popular Para a Libertação da Palestina. Mas o filme de Padilha reduz a participação do militar ao mínimo, mostrando-o alvejado logo no início da operação. O roteiro foi escrito pelo britânico Gregory Burke (de “71: Esquecido em Belfast”) e teve como base o livro “Operation Thunderbolt: Flight 139 and the Raid on Entebbe Airport”, do historiador Saul David. “Em minhas pesquisas, cheguei a ir a Israel encontrar testemunhas do que aconteceu no galpão do aeroporto de Entebbe. Cheguei inclusive a conversar com Jacques Le Moine, o engenheiro daquele voo da Air France. Eles chegaram, inclusive, a indicar a posição em que as vítimas das balas caíram no chão, que eram marcadas no set”, contou Padilha durante a entrevista coletiva do fetival, com a participação do próprio Le Moine. “Respeito a versão das pessoas que estiveram no centro da ação. A versão daquelas que não estiveram no local são apenas versões de pessoas que não estiveram lá”. A ação também releva temas como bravura, heroísmo e patriotismo, bem ao gosto dos filmes americanos do gênero, abrindo espaço para as motivações dos terroristas, a relação deles com os reféns, e as discussões políticas entre as autoridades israelenses, examinando as motivações morais e políticas de suas decisões. “Desde o primeiro esboço do roteiro, as motivações dos terroristas palestinos e alemães no episódio eram claramente diferentes. As dos palestinos eram pessoais, porque eles perderam famílias e amigos nas mãos dos iraelenses. Os dois alemães, parte de um grupo de extrema esquerda de inspiração marxista, estavam ali por ideologia”, explicou o diretor. “A maioria das versões que conhecemos sobre o episódio é contada pela perspectiva dos militares israelenses. O país vive em estado constante de medo por causa de sua relação com a Palestina, estimulado por políticos que são eleitos dizendo: ‘Votem em mim que eu defendo vocês’”. Em meio às cenas de ação e de drama de gabinete, em que políticos debatem entre si, a narrativa de “7 Dias de Entebbe” também é entrecortada por ensaios de um grupo de dança, exibindo a coreografia “Echad mi Yodea”, criada pelo coreógrafo israelense Ohad Naharin, em 1990. Nela, os dançarinos da companhia Batsheva Dance Company dançam em torno de cadeiras enfileiradas no palco, e vão se despindo de roupas de judeus ortodoxos a medida em que cantam e dançam. A coreografia evoca o fluxo de judeus em direção à Palestina antes e depois da 2ª Guerra Mundial. “Metaforicamente, eles se despem de sua ortodoxia, das contradições de suas crenças e tradições. A coreografia é uma forma de mostrar algo belo da cultura israelense. É uma tentativa de fazer arte. Israel deveria investir também em arte, em cultura”, afirmou Padilha. “No meu entender, a coreografia de Naharin fala sobre deixar de lado os preconceitos, única forma de conviver pacificamente com alguém diferente de você”. “7 Dias em Entebbe” é coproduzido pela Particpant Media, que tem uma filmografia repleta de projetos de ressonância política e social, como “Syriana – A Indústria do Petróleo” (2005) e “Spotlight – Segredos Revelados” (2015). A estreia está marcada para 16 de março nos Estados Unidos e apenas em maio no Brasil.
7 Dias em Entebbe: Thriller histórico de José Padilha ganha cena inédita e novo pôster
A Focus Features divulgou um novo pôster e uma cena inédita de “7 Dias em Entebbe”, segundo filme internacional dirigido por José Padilha (“Tropa de Elite”) – após estrear em Hollywood com o remake de “RoboCop” (2014) e fazer sucesso com a série “Narcos”. A prévia destaca um dos momentos de tensão da produção, quando os terroristas alemães vividos por Daniel Bruhl (“Capitão América: Guerra Civil”) e Rosamund Pike (“Garota Exemplar”) assumem o controle de um avião vindo de Israel. Os dois também aparecem com destaque no cartaz. “7 Dias em Entebbe” é a quarta filmagem de uma das missões de resgate e combate ao terror mais famosas de todos os tempos: o salvamento dos passageiros de um voo da Air France vindo de Tel Aviv, que teve sua trajetória desviada para Entebbe, em Uganda, por quatro sequestradores (dois palestinos e dois alemães) em 1976. Ameaçando matar a tripulação e os israelenses presentes no voo, os terroristas exigiam a libertação de dezenas de palestinos aprisionados por Israel, e contavam com o apoio do ditador de Uganda, Idi Amin Dada. Em resposta, o governo israelense mobilizou uma tropa de elite, composta por 100 combatentes, que após sete dias de impasse invadiu o aeroporto, enfrentou o exército ugandense, matou os sequestradores e libertou os passageiros, deixando um saldo de 53 mortos. Entre as baixas, contam-se apenas três passageiros e um único militar israelense, justamente o comandante da invasão. Toda a ação durou menos que a metragem da produção: 90 minutos. A história já rendeu um filme israelense, “Operação Thunderbolt” (1977), com direção de Menahem Globus (dono do estúdio Cannon), além dos telefilmes americanos “Resgate Fantástico” (1976), estrelado por Charles Bronson (“Desejo de Matar”) e dirigido por Irvin Kershner (“O Império Contra-Ataca”), e “Vitória em Entebbe” (1976), com Kirk Douglas (“Spartacus”) e Linda Blair (“O Exorcista”). Exibido no Festival de Berlim, o filme de Padilha chamou atenção por enfatizar aspectos da política israelense e por diminuir a importância do comandante da operação, Yonatan Netanyahu, irmão do atual Primeiro Ministro de Israel Benjamin Netanyahu, contrapondo-se à versão chapa-branca da história. O roteiro foi escrito pelo britânico Gregory Burke (de “71: Esquecido em Belfast”) e o elenco ainda destaca Nonso Anozie (série “Zoo”) como Idi Amin, Angel Bonanni (série “Absentia”) como Netanyahu, Lior Ashkenazi (“Foxtrot”) como o Primeiro Ministro de Israel Yitzhak Rabin e Eddie Marsan (série “Ray Donovan”) como o líder da oposição israelense Shimon Peres. A estreia está marcada para 16 de março nos Estados Unidos e apenas em maio no Brasil.
Equipe de filme sírio indicado ao Oscar 2018 é impedida de viajar aos Estados Unidos
Indicado ao Oscar 2018 de Melhor Documentário, “Últimos Homens em Aleppo” não poderá contar com seu produtor nem com o personagem principal de sua filmagem na cerimônia de premiação. Turistas da Síria têm sua entrada proibida nos Estados Unidos desde o ano passado, devido a uma controvérsia lei de imigração do governo de Donald Trump. Para completar, o governo sírio se recusou a buscar uma solução diplomática para obter visto de viagem a tempo para o produtor Kareem Abeed e o membro fundador da organização humanitária Capacetes Brancos, Mahmoud Al-Hattar, que aparece no filme. A decisão foi considerada um golpe contra a equipe do documentário, que se tornou o primeiro filme produzido pela Síria a ser indicado ao Oscar. “Kareem, meu produtor e colega, não poderá vir para os EUA por causa da proibição de viagem do Trump”, disse o diretor de “Last Men in Aleppo”, Feras Fayyad, ao site The Hollywood Reporter. “Salvo um milagre, ele não estará no Oscar comigo. Somos artistas e só queremos compartilhar nossas histórias e nada mais. É muito triste que ele não tenha a oportunidade de compartilhar a dele”. “Últimos Homens em Aleppo” documenta as missões de busca e salvamento dos Capacetes Brancos, uma organização voluntária que atua em partes da Síria, controladas pelos rebeldes, para proporcionar auxílio médico em meio à sangrenta guerra civil que aniquila a população do país. O grupo foi selecionado para o Prêmio Nobel da Paz 2016, mas atraiu críticas do presidente sírio, Bashar al-Assad e de seus apoiadores, como o governo da Rússia, que chama os Capacetes Brancos de disfarce da Al-Qaeda. Al-Hattar também falou ao THR que está desapontado por não poder usar a plataforma Oscar para condenar “a Rússia, Assad e todos os que representam as autoridades e fornecem armas para reprimir o povo da Síria”. Ele acrescentou: “Queria estar no palco do Oscar para dizer: ‘É hora de acabar com esta guerra e parar aqueles que usam seu poder para nos destruir'”. Anteriormente, o diretor Feras Fayyad já tinha denunciado uma iniciativa de hackers e militantes do governo russo para sabotar as chances de seu filme ganhar o Oscar, por meio da proliferação de notícias falsas que afirmam que os integrantes da produção são terroristas disfarçados.
Atriz de Covert Affairs se junta a Gerard Butler na continuação de Invasão a Londres
A atriz Piper Perabo (da série “Covert Affairs”) entrou no elenco do terceiro filme da franquia “Invasão a…”. Ela vai se juntar a Gerard Butler e Morgan Freeman na continuação de “Invasão a Casa Branca” (2015) e “Invasão a Londres” (2016). Intitulada, em inglês, “Angel Has Fallen”, a sequência será dirigido por Ric Roman Waugh (“O Acordo”) e voltará a trazer o agente do serviço secreto Mike Banning (Butler) enfrentando terroristas para salvar a vida do Presidente dos Estados Unidos, desta vez a bordo do avião presidencial Air Force One. Vale lembrar que, quando Harrison Ford era presidente, ele não precisou de “guarda-costas” para sair da mesma situação – em “Força Aérea Um” (1997) A produção é da Millennium Films e a distribuição da Focus Features, mas ainda não há previsão de estreia.
Cineasta sírio indicado ao Oscar 2018 afirma ser alvo de campanha de difamação da Rússia
O cineasta sírio Feras Fayyad, que concorre ao Oscar 2018 de Melhor Documentário por seu filme “Últimos Homens de Aleppo”, afirma estar sendo alvo de uma campanha de difamação. Ele acusa uma rede de notícias falsas da Rússia de espalhar que ele seria simpatizante do terrorismo. Em entrevista ao jornal inglês The Guardian, ele afirmou que produtores de notícias falsas, adeptos de teorias da conspiração e ativistas “anti-imperialismo”, apoiados pelo governo russo, vem divulgando uma série de artigos com objetivo de depreciar seu trabalho para tirar sua chance de vencer o Oscar. “É como se a Rússia quisesse hackear o Oscar assim como hackearam a eleição americana”, disse o diretor ao jornal, fazendo referência às acusações de que o governo do Kremlin teria influenciado a eleição de Donald Trump em 2016. Em “Últimos Homens em Aleppo”, o diretor acompanha o trabalho dos “Capacetes Brancos” — organização civil e voluntária de defesa e salvamento — que atua em Aleppo, uma das cidades mais atingidas pela guerra civil na Síria. O próprio grupo humanista é alvo de uma campanha russa que os acusa de ter ligações com a Al-Qaeda, de acordo com o Guardian. Grande parte dos artigos vem da agência de notícias Sputnik News, mantida pelo governo russo, que fornece apoio militar ao regime da Síria. Neles, o documentário de Fayyad é descrito como uma “peça de propaganda financiada por governos do ocidente” e um “filme de apologia a Al-Qaeda”. A documentarista Chris Hegedus, que disputou o Oscar de Melhor Documentário em 1994, avalia que a campanha negativa pode realmente afetar as chances do cineasta sírio. “Reportagens falsas e rumores, onde a integridade de um filme é questionada, podem certamente influenciar os membros da Academia e fazê-los questionar a legitimidade da obra”, ela disse ao Guardian. Hegedus descreveu os artigos como “ultrajantes” e disse que eles “nos fazem ver como a Rússia e outros estão se intrometendo em tudo, para além das mídias sociais e das eleições políticas”.
Michael Shannon entra na minissérie baseada em A Garota do Tambor
O ator Michael Shannon (“A Forma da Água”) entrou no elenco da minissérie da BBC que vai adaptar o célebre romance de espionagem “A Garota do Tambor”, de John le Carré. Ele se junta aos anteriormente anunciados Alexander Skarsgard (“A Lenda de Tarzan”) e Florence Pugh (“Lady Macbeth”) na produção, que será dirigida pelo cineasta sul-coreano Park Chan-wook, dos cultuados “Oldboy” (2003) e “A Criada” (2016). A trama gira em torno de uma atriz inglesa de esquerda cooptada pelo Mossad, o serviço de inteligência secreta de Israel, para ajudar a capturar um terrorista palestino. Mas ao se infiltrar entre os terroristas, ele simpatiza com a causa palestina e entra em conflito com sua missão. Pugh tem o papel principal, Sarkarsgard será seu aliciador e Shannon o líder da missão. Publicado em 1983, o livro já teve uma adaptação cinematográfica, levada ao cinema no ano seguinte, com Diane Keaton como protagonista. Intitulada “The Little Drummer Girl”, a minissérie terá seis episódios, com previsão de lançamento para 2019. A produção será a terceira adaptação consecutiva de uma obra de John Le Carré realizada pela rede BBC. A primeira foi a recente “The Night Manager”, premiada no Emmy, BAFTA e Globo de Ouro do ano passado, e a segunda já está sendo gravada: “The Spy Who Came in from the Cold”, adaptação do clássico “O Homem que Veio do Frio”, prevista para 2018, com Aidan Gillen (série “Game of Thrones”) no papel principal.











