James Frain viverá o pai de Spock na nova série Star Trek: Discovery, que já não tem mais previsão de estreia
O ator James Frain, visto recentemente nas séries “Gotham” e “Orphan Black”, entrou no elenco da nova série “Star Trek: Discovery”. Ele viverá Sarek, o pai do Sr. Spock. O personagem foi vivido em séries e filmes, de 1966 a 1992, por Mark Lenard, e retornou no reboot da franquia em 2009 com interpretação de Ben Cross. O anúncio não traz maiores detalhes sobre como se dará sua nova participação. Entretanto, anteriormente havia a intenção de situar a trama alguns anos antes dos atuais filmes de “Star Trek”. Caso isto se confirme, será a primeira vez que Sarek aparecerá “jovem”. Frain vai se juntar a Sonequa Martin-Green (série “The Walking Dead”), Michelle Yeoh (estrela de “O Tigre e o Dragão”), Anthony Rapp (“Uma Mente Brilhante”) e Doug Jones (conhecido por viver monstros em produções de Guillermo del Toro, como “Hellboy”, “O Labirinto do Fauno” e “Mama”), que viverá o membro de uma espécie alienígena inédita no universo trekker, além do trio Chris Obi (minissérie “Raízes”), Shazad Latif (o Jekyll de “Penny Dreadful”) e Mary Chieffo (“Miss Dial”), intérpretes de klingons. Junto com o anúncio de sua escalação, os produtores também revelaram que a estreia da série irá atrasar. Esperada para maio, após já ter sofrido um primeiro adiamento, “Star Trek: Discovery” não tem mais previsão de lançamento. É bom lembrar que Bryan Fuller (criador de “Hannibal”), que desenvolveu o projeto, foi afastado em outubro porque a rede CBS creditava os atrasos da produção ao fato dele dividir sua atenção com outras séries simultaneamente – “American Gods” e “Amazing Stories”, ambas também sem previsão de estreia. Mas os novos showrunners, os produtores Gretchen Berg e Aaron Harberts (que trabalharam com Fuller em “Pushing Daisies”), também não conseguiram apurar a produção. Eles ainda contam com a ajuda de Akiva Goldsman e Alex Kurtzman, como consultores criativos. Os dois trabalharam juntos na série “Fringe”, mas também tem agendas lotadas. Kurtzman, por sinal, foi responsável pelos roteiros dos dois primeiros filmes do reboot de “Star Trek”. Projeto considerado de alta prioridade, “Star Trek: Discovery” deveria lançar uma nova plataforma de streaming nos EUA, a CBS All Access, e já fechou acordo comercial com a Netflix para o resto do mundo.
Novo Star Trek é jornada divertida no espírito da série clássica
Em “Star Trek” (2009) e “Além da Escuridão: Star Trek” (2013), J.J. Abrams foi criativo ao dar novo fôlego para a franquia e apontá-la para horizontes jamais explorados. Mas esse “Star Trek: Sem Fronteiras”, de Justin Lin, possui algo que os filmes de Abrams não tinha: cara e alma de episódio de série de TV. E isso é “Star Trek”. Antes que os fãs reclamem, não quer dizer que o terceiro filme da fase estrelada por Chris Pine, Zachary Quinto & Cia. seja cópia de um episódio clássico da série, mas é o exemplar que mais se aproxima. É mais leve e otimista, deixando de lado aquela carga emocional pesada do segundo filme de Abrams. É claro que a veia cerebral, científica que marcou a série – um tanto abandonada nos filmes anteriores e neste aqui também – provavelmente não volta mais. Na era dos blockbusters, e em pleno tsunami de adaptações de quadrinhos, Abrams estabeleceu um padrão mais dinâmico e Lin deu sequência. Só que, digamos, com muito mais amor pela coisa. Não dava para ser diferente, afinal este é o filme de 50 anos da série. Quem diria que chegaríamos a meio século de “Star Trek” e viveríamos para contar? Diferente dos “dois primeiros”, “Star Trek: Sem Fronteiras” não mira o futuro da saga. Longe de seguir seu subtítulo à risca, o filme prefere ficar em território conhecido, não inventa tanto e funciona quase como um episódio isolado e redondinho, divertidíssimo para todos e emocionante para os fãs. Basicamente, “Sem Fronteiras” é sobre o Capitão Kirk (Pine) tentando entender sua vocação e lutando para não enlouquecer no meio do infinito em uma jornada nas estrelas de cinco anos a bordo da Enterprise. Também é sobre aceitar que, um dia, todos nós morreremos, e que isso não é tão ruim assim, apenas será a nossa fronteira final. No fundo é sobre nostalgia. O filme pode ir aos cafundós do espaço, mas é quando olha para dentro de seu próprio legado que “Star Trek: Sem Fronteiras” voa alto. Exemplos: prepare-se para engasgar o choro numa fala de Zachary Quinto sobre um personagem. E existe fã neste universo que não sinta na alma qualquer arranhão sofrido pela Enterprise? Mesmo assim, não espere um filme dominado pelo fan service. “Star Trek: Sem Fronteiras” não esquece de onde veio, mas tem ideias próprias. O lado científico agregado pelo criador Gene Roddenberry pode ter sido deixado de lado, mas Justin Lin traz de sua experiência em “Velozes e Furiosos” a força da união da família que escolhemos. Com os laços entre os tripulantes da Enterprise mais apertados e estabelecidos, inclusive na aceitação do outro – observe a cena em que conhecemos a família de Sulu (John Cho) e notamos a admiração no rosto de Kirk – , e com tudo em seu devido lugar, Justin Lin ainda resolve acelerar. Como na franquia de Vin Diesel e Paul Walker, ele pisa fundo na ação. A ponto de “Star Trek: Sem Fronteiras” registrar as batalhas espaciais mais empolgantes da franquia – por sinal, há tempos não se via o uso de música pop tão bem inserido numa narrativa. Claro, não dá para encerrar sem citar a presença magnífica de Sofia Boutella (“Kingsman – Serviço Secreto”) como Jaylah, a Neytiri albina que rouba todas as cenas. Que personagem! Ela é peça fundamental no plano de Justin Lin (e dos roteiristas Doug Jung e, claro, Simon Pegg, o Sr. Scotty em pessoa, fã e nerd) de deixar as nossas vidas mais divertidas por duas horas. Numa década em que os blockbusters andam muito sombrios, e com o peso do mundo nas costas, apenas relaxe e aproveite a jornada. Vida longa e próspera, Sr. Nimoy. E Sr. Yelchin.
Documentário sobre Spock ganha primeiro teaser
Foram divulgados o primeiro teaser e o pôster do documentário “For the Love of Spock”, uma homenagem ao personagem que marcou a carreira do ator Leonard Nimoy, morto em fevereiro do ano passado. A prévia traz trechos de depoimentos de diversas pessoas ligadas ao universo trekker, como William Shatner, o eterno Capitão Kirk, Walter Koenig, que viveu o Sr. Chekov, Simon Pegg, o novo Sr. Scotty, e Zachary Quinto, o Sr. Spock do século 21, que também é o narrador do longa. “For the Love of Spock” tem direção de Adam Nimoy, filho de Leonard, o que confere ao trabalho um tom intimista. “Nunca tive um amigo como o seu pai”, diz William Shatner para a câmera. O filme foi realizado por meio de financiamento coletivo e custou apenas US$ 660 mil. O projeto também celebra os 50 anos da série “Jornada nas estrelas”, que estreou em setembro de 1966 nos EUA. A première vai acontecer no sábado (16/4) no Festival de Tribeca, em Nova York, e ainda não há previsão de lançamento comercial.


